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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 62 -- 23/04/2014 - 09:28 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 62


ÍNDICE
Capítulo(01) Capítulo(02) Capítulo(03) Capítulo(04) Capítulo(05) Capítulo(06) Capítulo(07) Capítulo(08) Capítulo(09) Capítulo(10) Capítulo(11) Capítulo(12) Capítulo(13) Capítulo(14) Capítulo(15) Capítulo(16) Capítulo(17) Capítulo(18) Capítulo(19) Capítulo(20) Capítulo(21) Capítulo(22) Capítulo(23) Capítulo(24) Capítulo(25) Capítulo(26) Capítulo(27) Capítulo(28) Capítulo(29) Capítulo(30) Capítulo(31) Capítulo(32) Capítulo(33) Capítulo(34) Capítulo(35) Capítulo(36) Capítulo(37) Capítulo(38) Capítulo(39) Capítulo(40) Capítulo(41) Capítulo(42) Capítulo(43) Capítulo(44) Capítulo(45) Capítulo(46) Capítulo(47) Capítulo(48) Capítulo(49) Capítulo(50) Capítulo(51) Capítulo(52) Capítulo(53) Capítulo(54) Capítulo(55) Capítulo(56) Capítulo(57) Capítulo(58) Capítulo(59) Capítulo(60) Capítulo(61)


-- Agora ela não vai se apagar tão cedo – disse com seus lábios sorridentes, quando me apanhou.
Ignorei-a e continuei em frente. Ela passou alegre por mim, virou e parou na minha frente. Com olhos perscrutadores e um sorriso desavergonhado, acrescentou:
-- Finalmente as sós, sem ninguém para atrapalhar.
No meu peito, as palpitações intensificaram. Experimentei um medo inquietante. Sabia que dessa vez não haveria escapatória. Desculpas não funcionariam. Correr e fugir só complicaria as cosias e só adiaria o inevitável. Teria de enfrentar aquilo e reviver os fantasmas do passado, por mais assombrosos que fossem. De forma que não fugi.
Se por um lado ela me manipulava e me forçava a fazer coisas que não queria, como Fabrício também fizera, por outro ela estava me dando a oportunidade de me colocar no lugar dele e assim experimentar as sensações que ele experimentara. E ainda mais: poderia descobrir o porque que ele gostava tanto de me possuir.
Ainda me recordo de como ele confessara em uma das oportunidades, pouco antes de gozar em mim, que o meu cu era mais apertado e mais gostoso que uma boceta. Eu nunca pude compreender por que um homem podia preferir outro em vez duma mulher. Deus fizera o homem e a mulher para se unir e ter filhos. Era assim a natureza e a vontade Dele. Mas um homem com um outro homem? Eu via isso como uma aberração, um pecado sem tamanho. Eu sabia que meu primo era um garoto, embora mais velho do que eu, e que também já tinha se deitado com uma mulher; portanto sabia que deveria ser assim: um homem e uma mulher. Não dois homens. É por isso que eu não entendia como ele poderia fazer aquilo comigo. Eu não era mulher. Era seu primo. Tinha ido a sua casa para fazer-lhe companhia enquanto seus pais viajavam. Por que ele foi fazer aquilo comigo? Eu era um garoto bobo, inocente e muito ingênuo, mas era um garoto como qualquer outro. Por que ele quis fazer de conta que eu era mulher? Por que ele queria fazer aquilo o tempo inteiro? Por que me ameaçava e me coagia daquele jeito toda vez que eu recusava? Por que me agarrava a força quando eu dizia que não queria? Será que ele não via o quanto eu me sentia humilhado, sujo, pecaminoso ao ser usando daquela forma? Ele não se comovia com minhas lágrimas? Só sabia dizer: Para de chorar como uma mulherzinha, seu viadinho, sua menininha com pinto!
Essas perguntas ainda ecoam na minha memória até hoje, amigo leitor. Nunca fui capaz de me livrar totalmente delas. Ainda as carrego como um fardo, embora hoje a vergonha e o medo da danação eterna não me afligem mais. Aliás, o motivo por eu me sentir tão humilhado e ultrajado após Fabrício sair de mim não era só o fato de ter sido usado daquela forma, mas o temor de um castigo eterno e a vergonha de meus pais. Acreditava que seria castigado eternamente por aquilo tanto quanto temia a humilhação e a vergonha, se os meus pais viessem a saber. Imaginava-os me castigando severamente e até me expulsando de casa por tê-los envergonhado. Eu me sentia mais culpado que o meu próprio primo, o qual não parecia sentir o menor remorso. Aquilo lhe parecia quase natural. Aliás, a culpa e o medo era a razão pela qual eu cedia tão fácil às ameaças dele. Se para ocultar aquele ato vergonhoso eu tinha de me sujeitar mais uma vez, que assim fosse. E foram muitas e muitas vezes.
Embora Luciana quisesse que eu fizesse o que meu primo fizera, não via muita diferença na minha culpa. Deus me castigaria da mesma forma. Éramos homem e mulher, mas o que ela queria fazer era contra os ensinamentos de Deus. Onde ela queria meu pinto era um lugar imundo, feito para defecar e não para ser penetrado e receber a semente da vida. “Por que ela quer fazer isso? Ia dar certo os dois. Fabrício. Ele nela por trás, na bunda dela. Outras pessoas também devem gostar. Mas por quê?”, lembro-me de pensar. Se por um lado, em casa a sexualidade não fosse um tema discutido na minha frente, por outro, a curiosidade me levava a manter os ouvidos atentos não só no lar como entre os colegas de escola, principalmente aqueles das séries mais adiantadas. Súbito, conclui que era porque elas eram atentadas pelo diabo. Era ele quem induzia as pessoas a fazer isso para ter-lhes a alma, para perdê-la. “Ele atenta elas pra roubar sua alma.”, foi minha conclusão. E me lembro de acrescentar quando Luciana abraçou e disse que queria um beijo: “Ela também tá possuída. Ele tá obrigando ela a fazer essas coisas. Por isso ela age assim. Por isso ela é tão má. Me atormenta também. O diabo. Ele quer usar ela pra roubar minha alma também. Mas não posso permitir”.
Beijei-a.
Ela premeu seu corpo no meu e roçou os quadris nos meus. Sabia que não podia lutar contra a natureza. Contra minha vontade, os instintos aflorariam e eu não poderia fazer nada. Assim, não tentei conter o excitamento, o qual foi rápido.
-- Assim que eu gosto – lembro-me de ouvi-la dizer, quando, tomando pelo desejo, agarrei-lhe um dos seios e chupei o outro.
Súbito, ela se desvincilhou, sentou-se na areia, deitou de barriga para cima e me chamou com uma voz meiga e submissa. Meus olhos escorreram por ela ali -- ela jazia aos meus pés -- e tive por um momento a percepção de fragilidade nela. Ela era uma mulher dominadora e manipuladora, mas ali parecia capaz de qualquer coisa para em ter.
Ah, se eu soubesse manipular o seu igual como alguns fazem! Teria mudado não só o futuro dela como também o da maioria de nós. Mas eu não soube o que fazer com aquele momento de vulnerabilidade e fraqueza dela. Minha ingenuidade impediu-me barganhar, de tirar algum proveito daquela situação, como ela magistralmente fazia comigo. Por isso eu tenho de reconhecer que as pessoas manipuladoras já nascem com esse dom. Elas não deixam jamais uma oportunidade passar. E a todo momento veem como tirar benefício de uma situação.
Agachei ao seu lado e deitei sobre ela. Após algumas carícias, penetrei-a, pensando que ela esquecera aquela história de “dar o cu”. E para evitar que ela relembrasse, ora a beijava entusiasmadamente, ora lhe apertava os seios e os chupava de forma a provocar-lhe intenso prazer, o qual poderia levá-la ao gozo.
Mas não funcionou. De repente, ela me empurrou para o lado e disse:
-- Agora quero que você faça por trás. -- Virou de bruços e abanou a areia das nádegas brancas. -- Quero experimentar. Você vai enfiar no meu cu.
-- Mas vai doer, vai te machucar – falei, lembrando de como algumas vezes de fato foi dolorido e de como Fabrício realmente chegou a me machucar, principalmente quando, já deitados, prontos para dormir, ele vinha até mim, tirava a minha cueca e sem lubrificar o falo, molhando-o com a própria saliva, penetrava-me enquanto eu permanecia sob ele, calado, passivo, como que paralisado ou imobilizado, apenas aguardando que ele terminasse o mais breve possível.
-- Como você sabe que dói e machuca?
Fiquei sem palavras, num embaraço sem precedentes. Era como se ela tivesse descoberto o meu segredo, um segredo que eu não revelaria por nada desse mundo. Preferia encarar a morte do que sofrer tamanha humilhação. Por isso, desconversei:
-- Não, eu não sei. Eu acho.
-- Não, não vai doer e nem me machucar. Na minha classe tem um garoto, o Sandrinho, que é gay. É meu melhor amigo. E ele já transou com alguns caras. Disse que não dói e é muito gosto. É só você enfiar bem devagarzinho, com jeito. E se doer, você para – explicou.
Tive alguma dificuldade em penetrá-la, pois meu falo ainda imaturo era muito fino e não tinha a resistência de um rapaz ou de um homem mais velho. E quando a penetrei as sensações a as lembranças do passado confundiram-se de tal forma que eu não sabia o que era novo ou experiência vivida. Ao mesmo tempo em que descobria um mundo de sensações, sensações experimentadas tão somente pelo meu primo quando me penetrava, velhas sensações também vinham à tona. E embora fosse Luciana a experimentá-las (aliás com um certo receio no início, mas depois intensamente) eu não podia deixar de senti-las presente. Cada movimento do meu falo remetia-me aos movimentos do falo de meu primo em mim, confundindo as sensações. E então eu me punha no lugar dela. Talvez até seja um exagero, mas era como se não fosse o meu falo a penetrar ânus de Luciana, mas um outro falo a me penetrar. Havia momentos em que a sensação de algo a se mover entre minhas nádegas era tão real que o meu ânus se contraia.
Talvez se meu primo não tivesse me tratado com tanta indiferença e me possuído como se eu fosse um objeto que se usa e depois descarta; pois, ao atingir seu objetivo, abandonava-me de tal forma como se eu simplesmente desaparecesse como num devaneio ou como se eu fosse um brinquedo que se abandona depois de não o querer mais, o meu destino e minhas escolhas teriam sido outras. Afirmar que eu teria me tornado um gay não passa de especulação, mas, ao longo de todos esses anos, tal questionamento foi feito por incontáveis vezes, principalmente quando eu deparava com um homossexual da minha idade. E se em todas as vezes que ele me possuiu tivesse sido carinhoso, demonstrando algum tipo de consideração e feito daquele ato um ato de amor? Afinal, ele me possuiu mais de uma dezena de vezes e só em três dessas oportunidades demonstrou algum carinho, se importando comigo. Se é que posso chamar aquilo de carinho.
A primeira delas foi na segunda vez em que transamos. Tínhamos acabado de deitar, depois de ficar brincando até tarde. Súbito, ele saltou de sua cama para a minha, abraçou-me, e chamou-me para “namorar” (foi a única vez em que usou essa palavra. Ambos usávamos somente uma cueca, pois fazia um calor terrível naqueles dias; mas mesmo assim pude senti-lo excitado, pois não fez questão de ocultar isso. Ele me acariciou as penas, as nádegas e arrastou-se para cima de mim. De frente um para o outro, nossos olhos se cruzaram. Ele deu um sorriso estanho (hoje eu sei que era voluptuoso e com segundas intenções) enquanto o meu escapou timidamente, cheio de vergonha. Ele me beijou. Sem saber como agir, correspondi ao seu beijo. Aliás, usou isso com uma estratégia, pois enquanto nos beijávamos, sua mão encontrou a minha cueca e a puxou para baixo, até os joelhos. Seus lábios abandonaram os meus e deslizaram ao longo do meu pescoço e sua língua encontrou minha orelha. Súbito, ele ergueu a cabeça, olhou-me novamente nos olhos e seus lábios famintos, cheios de volúpia, buscaram os meus. Uma de seus braços enlaçava-me o pescoço e eu o abraçava-lhe o dorso com os dois como se fossemos um casal. Enquanto sua língua procurava a minha, senti-o erguer os quadris e empurrar a sua peça de roupa para abaixo. Quando seus quadris abaixaram, senti seu falo teso e úmido tocarem-me os testículos e deslizar, a procura do ânus. Tentou me penetrar assim, nervoso e desajeitadamente, mas não obteve sucesso, nem mesmo comigo facilitando as coisas, ao afastar as pernas, pois não me ocorreu que ele fosse realmente me penetrar. Pediu-me para virar e não houve mais carícias. Apenas seus braços me envolveram fortemente; na verdade, para se firmar enquanto a parte inferior de seu corpo premiam minhas nádegas, no meio das quais eu sentira o ir e vir de seu falo impaciente.
A segunda vez foi no dia seguinte, à tarde, no banheiro. Embora eu procurasse me esquivar, ele não perdia a oportunidade de agarrar-me por trás. Isso o excitou em dado momento. Lembro-me de ouvi-lo proferir: “Tô num tesão danado. Olha como o meu pau tá duro. Pega nele para você ver”. Incapaz de recusar, segurei-o com dois dedos. Estava. Antes que eu tirasse a mão, segurou os meus dedos e mexeu-os para frente e para trás, gemendo. Entreolhamo-nos e antes que eu pensasse em escapar, seus lábios avançaram sobre os meus. Foi apenas um beijo, embora não tenha sido breve como os primeiros. Então ele me disse para virar. Ainda me lembro de como ele acrescentou em tom jocoso: “Vou te dar um pouco do meu leitinho”. Virei, apoiei as mãos na parede e ele teve o seu gozo.
Da última vez, foi dois dias depois. Nazaré, tinha ido ao correio e ao mercado. Era um final de tarde. Estávamos sentados frente a frente no chão da sala jogando pega-varetas. De repente, sua mão escorregou por uma das minhas coxas. Surpreso, olhei para ele. Ele sorriu e me atirou um beijo. Envergonhado, abaixei a cabeça, como se o ignorasse. Ele se aninhou do meu lado e beijou-me várias vezes na nuca e no rosto, deslizando seus dedos pelas minhas coxas, a fim de me excitar. De repente, seu rosto surgiu na minha frente e sua boca procurou a minha. Embora fossemos homens, ele gostava de me beijar como se eu fosse uma garota. Enquanto beijávamos, suas mãos continuavam a escorregar para lá e para cá nas minhas coxas e minhas nádegas. Foi uma das raras vezes em que fiquei muito excitado, a ponto de superar a timidez, o medo do castigo divino, e desejá-lo. Talvez porque também foi a única vez em que disse que meu corpo era bonito e minhas coxas excitavam-no e minhas nádegas eram macias e gostosas. Chegamos a ficar nus ali, mas por precaução, convidou-me para seu quarto, onde dormíamos e para o qual fui de bom grado. Diferentemente do que costumava fazer, não deitei de bruços. Havia gostado das carícias na sala e queria mais. Ele não me pediu para virar. Deitou sobre mim e continuamos a nos acariciar entre o beijo e outro. Aliás, cheguei a acariciar-lhe o falo por alguns instantes, imitando-o, já que ele havia pego o meu e também o acariciava. Ele por sua vez abandou o meu falo e voltou para as coxas e as nádegas, acariciando-as a maior parte do tempo, chegando inclusive a procurar-me o ânus e introduzir-lhe um dedo. Isso me levou a abrir-lhe as pernas para que me penetrasse. Seu falo chegou a entrar, mas não o suficiente. A posição atrapalhava. Por isso ele mandou eu dobrar as pernas e segurá-las na região dos joelhos. Penetrou-me mais profundamente do que havia conseguido até então. Talvez por estarmos de frente um para o outro, voltou a me beijar. Pouco depois porém, ele teve o seu deleite, saiu de mim, vestiu a cueca e de forma dura, como muitas vezes fazem os homens rústicos com as prostitutas, ordenou: “Anda! Levanta, bichinha! Vai se limpar antes que a porra escorre do teu cu e suja a minha cama”.
Não há dúvida de que isso contribuiu para que minhas lembranças daqueles momentos fossem as mais desagradáveis possíveis. Se tivesse sido diferente, talvez eu não teria me recusado a passar as próximas férias em sua casa, apesar do convite de meus tios e da insistência de meus pais. Pois eu sabia que se fosse, Fabrício, agora seis meses mais velho e com 14 anos estaria provavelmente mais insaciável, dominar-me-ia ainda com mais facilidade e descarregaria em mim suas taras.
Luciana não era vítima da timidez, não estava limitada por ela e nem era escrava de seus temores. Por isso não se manteve passiva como eu. Não ficou apenas esperando, esperando que aquilo terminasse, como eu fiquei tantas vezes. Ela queria sentir prazer e o procurou, exigindo de mim que lhe desse. Em dado momento, pediu-me para enfiar a mão por baixo dela, ir até o meio das pernas, introduzir o dedo na “xana” e mexer ele para frente e para trás. Fez questão de mostrar aonde e como o dedo deveria passar, já que para mim não fazia a menor diferença passá-lo num lugar ou noutra, uma vez que jamais ouvira falar do clitóris.
O gozo dela acabou levando ao meu. E quando este aconteceu, o passado ficou de lado e não me assombrou mais, pelo menos naquele momento. Então pode experimentar todo o deleite que meu primo experimentara todas as vezes que me possuíra.
Não sei se foi a imaturidade ou a inexperiência a razão pela qual não consegui ver muita diferença entre possuí-la de uma forma ou de outra. Claro que não era a mesma coisa! Das outras vezes, eu a possuíra de frente, ora olhando-a nos olhos, ora fitando as expressões de seu rosto, ora contemplando os seus seios, ora beijando seus lábios, ora lhe chupando os mamilos já que isso me dava prazer. Dessa vez, porém, isso não foi possível. Havia o prazer de vê-la de costas, sem seus braços a enlaçar, sem seus olhos a me observar, o que me dava a sensação de poder sobre dela, um poder que eu jamais experimentara. Talvez o prazer maior estivesse nisso, pois eu estava no controle, comandando os movimentos. Contudo, havia uma outra fonte de prazer, a qual contribui até mais para que aquele ato tenha sido diferente: as nádegas. Aliás, era por causa das minhas nádegas que meu primo tanto gostava de me possuir. Ele chegou a confessar isso mais de uma vez. E ali, sobre Luciana, sentindo os meus quadris socarem aquelas nádegas brancas e macias, experimentei um prazer que ainda não havia experimentado, um prazer intenso, que num primeiro momento não associei ao coito anal, e sim a sensação de poder que aquela posição me dava.
Ainda sobre ela e agora sem o domínio dos instintos, ao refletir e tentar entender as razões de meu primo, conclui que precisava experimentar de novo. Precisava tirar a prova e quiçá livrar de meus fantasmas, os quais começavam a se desfazerem. E se não fosse com Luciana, seria com minha prima.
Diferentemente de Fabrício, não me levantei e abandonei Luciana a própria sorte, deixando-a com aquela terrível sensação de abandono. Permaneci-lhe sobre algum tempo, talvez porque estivesse tão acostumado a obedecer ordens que tenha ficado esperando que ela me mandasse sair, o que de fato aconteceu algum tempo depois.
-- Chega, vai! Tira isso aí do meu cu. Já tá me incomodando – disse ela.
Rolei para o lado e fiquei estirado na areia, olhado para o céu, no qual formavam-se algumas nuvens escuras, apesar de nada indicar que fosse chover.
O silêncio nos envolveu e por algum tempo ficamos pensativos.
-- Você gostou? -- perguntou ela.
-- Eu? -- exclamei, surpreso.
-- É. Gostou de foder o meu cu? -- fez questão de explicar.
-- Gostei – confessei.
-- Eu também. No começo, achei estranho. Mas quando você enfiou o dedo na minha xana e ficou mexendo, foi ficando bom. É diferente! Parece que dá mais prazer. Não sei direito. Depois vamos fazer de novo. -- Virou-se de frente para mim, aninhou em meus braços e apoiou a cabeça nos meus peitos. Parecia tão feliz e apaixonada. -- Quero ver se vou sentir isso de novo. Você faz comigo de novo amanhã?
Poderia ter dito que não, mas diferentemente do que sentira até então, estava em paz e não havia aquela sensação de culpa que toda vez me invadia após o ato sexual. Havia uma transformação em curso dentro de mim. Era como se realmente os fantasmas do passado começassem a desaparecer. Por isso respondi:
-- Se você quiser, eu faço.
Ela me beijou carinhosamente e numa das raras oportunidades, disse:
-- Te amo, sabia!
Não respondi. Não queria mentir.
Fez-se um novo silêncio. Sua mão acariciava-me a face e a minha deslizava por suas costas, indo até as nádegas e voltando até a altura do pescoço.
Ficamos assim por algum tempo.
Mas não podíamos ficar para sempre. Não tardaria a anoitecer e eu precisava garantir o jantar, caso as meninas não encontrasse nada para comermos.
-- Precisamos pescar – falei.
Ela me deu um beijo, se levantou e disse com naturalidade, com uma naturalidade que só as putas mais experientes são capazes de ter.
-- E eu preciso cagar tua porra! Ela já está começando a escorrer pelo rego do cu. -- disse ela com naturalidade, como se falasse de algo trivial. Aliás, isso me fez ficar com uma sensação de nojo, pois ela usara praticamente as mesmas palavras de meu primo que, após sair de cima de mim, costumava dizer: “Vai no banheiro, senta no vaso e faz força pra tu cagar a porra que eu gozei no teu cu, senão ela via ficar escorrendo depois”. Embora só tenha dito isso nas primeiras vezes, depois eu já sabia o que tinha fazer, apesar de não ter feito por duas ou três vezes.



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