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Poesias-->TREZENTOS PAIS -- 21/12/2010 - 02:55 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ontem teu pai morreu,

morreram muitos outros.

Está na boca dos noticiários:

morreram trezentos pais em um segundo,

morreram trezentos e dois.

Algum pai morreu

para deixar data de falecimento

e vários se foram antes da hora.

Todos eram iguais ao pai que morre agora.



Bujão de gás explode pai.

Nem queira saber...

Batida de carro deu perda total de pai.

Morreram ainda recém-nascidos pais.

Morreram duzentos antes desses dois pontos:

eram todos iguais e pais.

Somente se ouve falar:

morreu por causa do cigarro,

câncer de próstata,

cólera no Haiti.

Ele estava vivo

antes de anunciarem

a redução no índice de latrocínio em São Paulo.



Pais morreram,

nem deu para notar.

Neste exato momento... morreu,

morreram, morreram. Morrerão!



Não anunciem morte de pai

à criança girassol,

em cada amanhecer,

(quando abrir os olhos é uma grande torção)

ela se vira para sol e pensa:

este pai está sempre comigo

ele não morre diante de um filho botão.



Do livro: "A criança, substantivo sobrecomum"

phcfontenelle@gmail.com
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