Um armário largo de madeira,
fechado na frente por uma cortina,
afastado daquela gente rezadeira,
pra você mando fazer, Maria Divina.
Mando cobrir as janelinhas laterais
de cortinas roxas da seda mais pura.
Pra seus joelhos redondinhos faço mais,
um leve degrau, pra sua carpidura.
Nossa capela, lá no alto da fazenda,
fica mais rica com o confessionário,
quero fazer mais uma bela emenda,
mas você já é meu maior relicário.
O que você nem ninguém pode saber
é que quero grampear suas confissões;
e disso não me arrependo de querer,
pois meu ciúme gosta de decepções.