Socorro, irmãozinho! Estou aqui para pedir, pelo amor de Deus, que me seja dada orientação no campo moral. Sei que muito tempo ainda decorrerá até que eu tenha o direito de voltar à carne. Mas o que me atemoriza é ter de voltar a ser mãe de um indivíduo inescrupuloso, que, por várias vezes, conseguiu cortar a minha vida no momento mesmo de seu nascimento. Não sei como proceder para fazer com que compreenda que muito me arrependi por ter-lhe feito o que fiz há muitas encarnações passadas.
Será que não há misericórdia para mim? Será que deverei enfrentar mais uma vez a desgastante ilusão de complementar a minha vida em paz e ver cerceado esse desejo por obra de um indivíduo que se aproveita de meu momento de inconsciência para se instalar em meu ventre e de meu momento de dor para me tirar a vida, enquanto ele sobrevive e tem oportunidade de continuar fazendo os males que sempre faz? Será que não tem mais fim este meu sofrimento? Será que meu destino será sempre assim?
Sei que deveria receber o meu rebento, o meu pimpolho, com amor, mas como fazer para superar o ódio que sinto quando percebo que é sempre o mesmo elemento pernicioso e vingativo que está alojado em minhas entranhas? Que fazer, irmãozinho? Por favor, diga-me uma palavra de alívio! Socorra-me em minha aflição, pelo amor de Deus!
Um dos membros da equipe se aproxima, depõe as mãos por sobre a cabeça da entidade sofredora e lhe administra passe magnético para que perceba que já não está sob o efeito da situação que mentalizara. Aos poucos, a entidade vai cobrando a consciência da real situação em que se encontra e vai despertando para a sua condição. Eis que percebeu que está entre irmãos “salvadores”, como ela mesma diz, e se acalma, não mais temendo ser assediada pelos obsessores. Vai compreendendo que necessita de amparo espiritual muito mais do que do entendimento dos porquês de seu destino. Vai resignando-se a acompanhar o grupo, quando de sua saída ao término dos trabalhos, e respira bem aliviada.
Grato, irmão, por permitir que esse espírito se manifestasse. Para nós foi importante, para que se pudesse realizar ato que lhe parecia único em sua situação de desespero. Agora que está mais calma, chora emotivamente, vendo o quanto de assistência está recebendo e percebe que sua emoção é em agradecimento pelo alívio que lhe causamos.
Quanto à entidade ou entidades que a perturbavam, iremos encaminhar o caso a grupo destinado aos estudos e atendimento desse tipo peculiar de situação e, se for o caso, voltaremos a informar o que realmente sucedeu durante o encadeamento sucessivo de encarnações desse grupo de espíritos sofredores.
