CANUDO.
(FRANCINÁ LIRA) - Ana Zélia
Preciso de canudo?
Diga-me, para que eu
Preciso de um canudo?
Me dirás quem sou
Por um pedaço de papel?
O meu caráter,
A minha personalidade,
Eu tenho que atestar
Com um diploma?
Não, meu caro!
Não me peça para apertar a sua mão.
Não apartarei a sua mão,
Não me sentarei à mesa contigo,
Não te darei um simples sorriso,
Nem um beijo em sua nobre face!
Não te olharei nos olhos.
Pois a sinceridade é uma,
Das muitas riquezas que trago comigo.
O meu olhar estar voltado
Para o amor incondicional.
Mas se queres um canudo, dar-lhe-ei.
Não para provar-te quem sou,
Mas para jogá-lo aos teus pés
Para que percebas o que
Eu continuo sendo, sem ele.
Franciná Lira.
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Nota- Divulgando os poetas da terra, publico o poema da poeta Franciná Lira, Canudo é um poema segundo ela, inspirado nas atitudes que tomo quando no palco, ora sou um cheira-cola, ora uma mendiga, ora qualquer personagem que fale da vida, do mundo e das pessoas, cobro com isto soluções às autoridades. É com orgulho que publico na usina para o mundo CANUDO. Manaus, 24.04.2011 (Ana Zélia) |