Nas escolhas dessa vida
malfadada, severina,
vê-se pobre e mendigo
fazer catança de guimba.
A pedir pelos botecos
ninharia de comidas,
dos restos das panelas
os queimados das botijas.
os pés descalços com calos,
os banhos de chafariz,
de sacolas pelos braços,
com a cara branca de giz.
A sujeira a espelhar
com grude pela orelha,
o rosto com ar de cansaço,
no cigarro a centelha.
E assim pelo caminho
o mendigo vai seguindo,
nessa vida severina,
pobre destino cumprindo. |