Para melhor assimilar a palestra
em vídeo de Eckhart Tolle,
que me chegou por mão destra,
faço versos — deixe que eu cole.
"Confortável presente,
desconhecido demais da conta;
este estar consciente
ao pensamento transmonta.
Coisa do simples, universal,
mas a cuca da gente
é só complicação banal,
não sabe ficar ausente.
E depressa nos pergunta
como fazer isso,
pensa que se desconjunta
se optar por sumiço.
A mente acha que tem algo
a fazer para estar confortável,
um esforço nobre, de fidalgo,
nada desconsiderável.
Não vê que o conforto no presente
se refere a "ser", algo mais importante
e anterior, essencialmente,
ao "fazer"— algo que mais nos encante.
Em verdade, você não pode alcançar
o momento confortável de consciência,
a consciência de "ser", se quer operar;
a todo "fazer" ele já é, por antecedência.
Este verdadeiro fundamento muito nos alivia,
nada precisamos fazer para tão somente Ser.
Isso não faz sentido pra mente, ela se transvia:
"tão somente Ser"... que é isso? Logo quer saber.
Ela põe-se a avaliar o que já tem,
pensa sobre o que pode perder
&
8212;não voltar a fazer o que já faz bem&
8212;
se seu lugar por um momento ceder.
Claro que não se trata disso.
Ficar confortável com o presente
não é à mente dar sumiço,
é ficar confortável com seu consciente.
É ficar confortável com quem você é agora,
com a essência de quem você é,
não uma estrutura pra pensar que lhe aflora,
mas algo mais vital, com sua boa-fé.
A vitalidade, de quem você é, está subjacente
a qualquer estrutura de pensamento,
ou a qualquer pensar que se movimente,
está sempre lá, a qualquer momento.