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| Poesias-->O MOMENTO ESPERADO -- 26/02/2012 - 22:55 (valentina fraga) |
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ALI ESTAVA.
DEPOIS DA ESPERA E DO DESEJO ACUMULADO.
AS PAREDES DO ANDAR FAZIAM PASSEAR NO TEMPO
OS CANDELABROS COM LUZES AMARELAS
COMOVIAM.
PASSEI A CHAVE NA PORTA COM O CORAÇÃOAOS PULOS.
QUEM ESTAVA À VOLTA, POUCO SE DAVA CONTADA EMOÇÃO.
AS PAREDES DA ANTE SALA TRAZIAM PINTURAS DE CORPO
INTEIRO, COMO SE FOSSE FAMÍLIA PERFILADAPARA UMA FOTO.
OS ROSTOS ERAM ENGRAÇADOS.
DENTRO DO QUARTO PRINCIPAL HAVIA UMA PINTURA AGUADA
EM FORMA DE UMA ARVORE SOMBREADA.
PARECENDO A SOMBRA FRIA DE UMA ARVORECONTRA A LUA
EM UM FILME DE TERROR QUE DAVA AO AMBIENTE
UM AR MELANCÓLICO.
HAVIA SOBRE A MESINHA DE ESCREVER
UM LIVRO DE POESIAS DO AUTOR ALÉM DE UMA BROCHURA
COM CARTAS, POSTAIS E RETRATOS DA ÉPOCA
O LIVRO DE ASSINATURAS, ONDE FIZ QUESTÃO DE ESCREVER
ME FARÃO NO FUTURO PARTE DAQUELA HISTÓRIA.
MAIS UMA COISA OU OUTRA, UM MOVELZINHO AQUI E OUTRO ACOLÁ,
COMPLEMENTAVAM O SANTUARIO.
ALÍ ESTAVA O QUARTO 704, QUE POR ALGUNS MESES
FOI O CANTO DE DESCANSO DE GARCIA LORCA,
POETA ESPANHOL , DRAMATURGO, POLÍTICO,
SENTENCIADO À MORTE POR FUZILAMENTO NA VOLTA À ESPANHA
SOB O ARGUMENTO DE SER MAIS PERIGOSO COM A CANETA, DO QUE
OUTROS COM O REVOLVER.
A CANETA SE CALAVA, MAS A POESIA NASCIA PARA ETERNIDADE.
ESTE FOI,
FREDERICO GARCIA LORCA.
DE VALENTINA FRAGA |
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