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Humor-->VINICIUS E O MANIFESTO BOIOLISTA -- 05/08/2001 - 11:24 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VINÍCIUS E O MANIFESTO BOIOLISTA

Paccelli M. Zahler

O fato esteve perdido no rodapé da História até pouco tempo atrás quando um rato de biblioteca conseguiu resgatá-lo dos arquivos do extinto jornal “A Tribuna de Campinas”.
Tudo aconteceu na parada do orgulho gay.
Relata o entusiasmado e alegre pesquisador que, durante o efusivo desfile na artéria principal da cidade de Campinas, em meio a drag queens, políticos, empresários, juízes, bandeirinhas, técnicos de futebol, torcedores, principalmente, vascaínos que eram a grande maioria, sobressaiu-se um rapaz bem apessoado, empunhando a bandeira multicolorida do arco-íris, chamado Vinícius, cujo sobrenome não foi possível conhecer.
Dizem testemunhas oculares que, Vinícius, o jovem apessoado, empunhando a bandeira multicolorida do arco-íris à frente do desfile do orgulho gay na artéria principal de Campinas, impressionado com tão grande número de adeptos do movimento, principalmente, torcedores do Vasco da Gama, teve uma crise histérica e entrou em transe.
Segundo alguns, teria tido um ataque alucinatório, segundo outros, havia incorporado o espírito de Joana D’Arc, pois, com a bandeira multicolorida do arco-íris em punho, arremeteu-se como uma gazela sobre o carro de som no exato momento em que tocava a música interpretada por Glória Gaynor, “I will survive”, hino do movimento gay.
Como uma flecha, subiu a escada, apoderou-se do microfone e pronunciou um discurso inesquecível, cujos trechos são reproduzidos abaixo.
“Gente, ai, gente, quanta emoção! Este é um dia maravilhoso, tão lindo quanto o fulgor das cores da bandeira que estou a empunhar. É o nosso dia de glória, o dia do nosso orgulho, o dia da nossa liberdade.
Chega de ficar preso no armário opressor que a sociedade machista e hipócrita nos impõe. Chega de apartheid social.
Por que razão temos de continuar segregados em uma sociedade enrustida. Olhem ao redor e vejam quantos chefes, dirigentes, políticos, diplomatas, jornalistas, advogados, colegas de trabalho e vascaínos, loucos para se encontrar em si, para se amar verdadeiramente, vivem revoltados com a vida sem saber o por quê.
Quantos que estão nos assistindo agora não estão morrendo de inveja dos nossos modelitos e loucos para estar aqui conosco? Em vez disso, ficam nos criticando, nos chamando de veados como se veados não fossem.
Gente, estamos a caminho do século XXI, da Era de Aquarius, o fascismo e o nazismo são coisas do passado.
Não devemos nos sentir obrigados a viver em guetos nem a temer skinheads. Não devemos ter vergonha da nossa condição, não!
Não somos He-Man, mas “temos a força”. Se nós nos unirmos e lutarmos por nossos direitos, nós teremos a força.
Olhemos para o passado para vermos que o mundo evoluiu graças a nós. Nós somos a diferença.
Nós temos chefes, advogados, políticos, diplomatas, empresários, vascaínos e empreendedores adeptos da nossa causa. Eles estão no poder e podem fazer muito por nós, defendendo nossos direitos de casar, de recebermos pensões e às heranças dos nossos companheiros.
Monas, saiamos do armário e lutemos por nossos direitos.
Monas deste país, uni-vos!”
Depois, desse grito de liberdade, Vinícius desmaiou sob os aplausos dos desfilantes. Flashes espocaram por todos os quadrantes. Campinas ficou em polvorosa. Enrustidos chamaram a polícia, o corpo de bombeiros e os paramédicos. Quando estes chegaram, com seus corpos malhados, sarados e tostados de sol, ouviram-se suspiros em uníssono, seguidos de vários desmaios. Todos queriam respiração boca a boca. Foi um tumulto só.
Em face da crescente ameaça de prisão, Vinícius foi retirado do local por outras monas, sob aplausos e gritinhos de “Salve a nossa libertadora!”, e conduzido para local desconhecido e não sabido.
Dizem que fundou uma escola filosófica para difundir suas idéias de um movimento boiolista unificado, já que seu discurso marcou sua época, ficando conhecido como “Manifesto Boiolista”.
Alguns afirmam que virou hetero, para vingar-se de um bofe que o abandonou por uma mulher; outros, que se refugiou no interior de Minas Gerais, onde continua a sua busca esotérica.
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