Prudentemente, os homens sábios saem à rua à procura daqueles que possam vir a ser exemplos de toda ordem para pautarem o próprio procedimento. Sabem, com certeza, que, depois de terem muito vivido, poderão aprender algo que os ajude na compreensão da vida em alguns de seus aspectos. Sentem-se felizes quando percebem alguém mais sábio e procuram estender os seus tentáculos de compreensão, para agarrarem firmemente o conhecimento que lhes faltava. Quando voltam para casa da mesma forma que saíram, parece que vêm carregando o mundo nas costas. Isto é o que há de mais corriqueiro, pois pouco, na verdade, têm os homens comuns para ensinar aos sábios. Por isso, em geral, adotam atitude de descrença, mais concernente com a sua disposição moral de terem de vasculhar muito para encontrar, no fundo das gavetas das consciências, algum ponto novo a que dedicar possam as suas reflexões.
Sábio maior que esses é aquele que percorreu o mundo na esperança e que agora procura encontrar algo dentro de si mesmo, único lugar realmente desconhecido. Sendo assim, se se predispuser a aceitar os impulsos magnéticos emanados pelos espíritos ao seu derredor, quem sabe poderá casualmente contatar algum espírito mais evoluído, que esteja apto a oferecer algo de novo. Nessa hipótese, o sábio verificará que pouco sabe, se não tiver já o hábito de considerá-lo. Neste caso, a humildade latente torna-se patente aos olhos de seus guias e poderá vir a merecer a recepção de inspirações de mais alto teor de conhecimentos.
De resto, tais atributos cognitivos de pouco adiantarão aos demais, a não ser no sentido de afabilidade maior de sua pessoa, pois os conhecimentos adquiridos se resolverão no aspecto moral e este é fundamental para que todos os outros aflorem e desabrochem, frutificando na forma de opúsculos, de teses ou de obras de maior fôlego que conterão avanços importantes no campo abrangido pelo pesquisador.
Não precisa ser indivíduo muito capacitado, pois basta ter adquirido os princípios cristãos das máximas evangélicas para se ter o condão de poder discorrer em luz a respeito dos temas a que se tenha dedicado. Esse aspecto da formação do caráter é sobremodo útil para quantos pretendam destacar-se no campo do intelecto, pois, sem as virtudes inerentes ao bom cristão, não se chegará a resultado positivo, considerando-se o avanço pessoal a que todos visamos.
Não se satisfaçam, pois, amigos, com conhecerem em profundidade algum assunto de interesse da humanidade. Tal procedimento é extremamente louvável e é levado em grande consideração para o conceito final a ser atribuído após o desencarne, mas é insuficiente para fazer por merecer avanço na progressão rumo à senda do Senhor. A par de inteligência poderosa e de trabalho intelectual valioso, é preciso levar em conta os aspectos da evolução moral, para que se possa fazer jus aos créditos que elevarão a pessoa de categoria no mundo espiritual.
Não se percam na expectativa de que, nas universidades, será encontrado o destino final. Ali é centro de cultura e de formação profissional necessárias para subsidiar os avanços, mas não representam o avanço em si. Para isso, haveremos de cursar, com muito amor e carinho, as aulas da Faculdade do Bem, que está à nossa disposição nos compêndios evangélicos. “Fora da caridade não existe salvação!” Resta, pois, ainda, considerar a ação no campo da carne, para completarmos o quadro necessário para se obterem ganhos evolutivos de significação.
Depois que for o indivíduo capaz de juntar todos esses aspectos, é que deverá, com muita humildade, pleitear o seu lugar junto aos mais aptos e isso deverá fazer elevando em preces os seus pensamentos, pondo-se na mão de Deus, que sua justiça o arrebatará e o situará no plano mais conveniente, segundo seus méritos.
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