Piá de Prédio e Vileiro de Rua
Curitiba tem figuras,
Muito interessantes,
Que com suas loucuras...
Viram estrelas brilhantes!
Num bairro cheio de nobreza...
Há um piá de prédio,
Que vive na tristeza...
De solidão e tédio!
Ele não tem liberdade,
Fica preso na gaiola,
Como ave que canta tarde...
Sem acompanhar a viola!
Ele queria ser um rei,
Mas, para isto não tem remédio...
O conformismo é a sua lei...
O coitado é um só um piá de prédio!
Porém, numa vila pobre...
Longe do bairro nobre!
Há um menino na rua,
Brincando à luz da lua!
Ele é um real vileiro,
Um pássaro que sabe voar...
Como a pipa no céu inteiro,
Que balança pelo ar!
Ele corre riscos perigosos...
Mas, tem olhares esperançosos!
Num lindo dia de fantasia...
Ocorreu algo com harmonia:
O triste piá de prédio...
Viu o vileiro de rua,
Assim foi embora o tédio...
Em plena luz da lua!
Quando o piá de apartamento,
Brinca com o pobre vileiro,
Surge, no céu, um sentimento...
E tudo fica mais faceiro.
Luciana do Rocio Mallon
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