Estado do mundo atual,
pura bala, minas em fila,
negócios bons de um jornal
— carros blindados desfila.
Caderno que anuncia
esconde, vem à frente
do que fala de poesia,
de cultura, do inevidente.
João-de-barro sem ipê,
tu "habite-se" não vês pedir,
forra sua casa com apê
e fêmea pra reproduzir.
Existe mané-jacá, do barro
com moscas poemas cria,
diz que pó dá muito catarro
e muitos poetas, qual rataria.
Preciso de sol serralitrense
tanto líquido que sorvo —
além leite d`alpiste canadense,
oxidrilas — pra secar estorvo.
Como todos vimos do pó
e a ele retornaremos,
do barro não tenhamos dó,
qual joãos e manés poetemos.