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Poesias-->PELAS JANELAS DA VIDA -- 12/08/2013 - 17:03 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era um domingo, e no sino do meio dia,

por uma pequena janela entre as pernas de minha mãe

eu vinha ao mundo.

Na janela do berçário, meu pai já aguardava.

A cidade sofria de inundação e as roupas eram mínimas.

Traziam de longe, lenços, fraldas, e roupinhas pra me abrigar.

Pela janela do carro, meus pais me mostravam o mundo,

mesmo sabendo que nada entendia,

certamente pra mostrar a belezura que traziam no colo.

Pela janela entre grades de um berço passava o tempo

esperando a hora de mamar pra depois dormir.

Lá pelos 2 anos, pela janela de um ônibus, saia da terra natal,

e partia pra uma cidade grande, onde os desafios

não foram poucos.

Pela janela do apartamento onde morava, com pouca condição,

via as meninas brincarem com suas bonecas, e eu, dentro

de casa, com minhas bruxinhas de pano.

Pela janela gritava de alegria quando via papai chegar.

Pela janela olhava o tempo, antes de sair pra escola

bem cedinho.

pela janela olhava os meninos na rua

olhava passar o tempo enquanto me tornava mocinha.

Pela janela da sala de aula, vi passar o primeiro amor, tipo

aqueles de infância, que a vida mesmo dura não deixa esquecer.

Pela janela da escola, de casa, fiz meus primeiros relacionamentos, amizades sinceras, e outras nem tanto.

Depois que conheci meu primeiro grande amor, assobiava

pela janela do quarto andar pra que ele me olhasse,

pela janela de uma casa abandonada me apaixonei por fotografia,

e consequentemente por pintura, e outras artes.

Pela janela do trem que me levava ao trabalho olhava sempre

o mesmo, com gente indo e voltando dos mais diversos lugares.

Pelas janelas de hoje, vejo minha vida passar, vejo muita gente na rua,

morro de amores, sofro de amores.

Por essas janelas, com certeza ainda verei muita coisa,

até que chegue a última janela, onde não mais verei,

mas serei vista. Onde os olhos em toda volta verão meu rosto

sem cor, sem vida, onde a única palavra será de despedida

Depois de fechada essa janela,

não haverá mais nada a dizer.

Me dirão adeus pela pequena janela.

Haverá lágrimas em alguns rostos, n`outros não.

Quando essa janela se fechar cessarão com ela, as palavras,

os olhares, os sonhos, os desejos,

as vontades, os amores e tudo que vivemos aqui,

nesta insólita vida.



Valentina Fraga
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