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Contos-->A NAVE DA DISCÓRDIA -- 03/06/2011 - 18:06 (Marcelo de Oliveira Souza :Qualquer valor: pix: marceloescritor2@outlook.com) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

A NAVE DA DISCÓRDIA

 

Em uma ação sem precedentes,  o governo americano construiu  naves espaciais  com  muitos quilômetros de extensão, justamente para abrigar as personalidades da Terra,  esperando que o inevitável acontecesse, porque nesse dia fatalmente teríamos que deixar a nossa grande mãe, seguindo definitivamente para a nossa colônia planetária, Titã, uma das luas de Saturno.

Com a colisão do asteróide Apophis, em 2036, as pessoas fugiram para  a nave Democracia, uma das poucas que foram destinadas para o Brasil, de acordo com a convenção de Aquários, feita em sigilo, pouco tempo antes, em 2020.

Logo na porta tinha um homem aguardando, era chamado Elron, olhava a documentação das pessoas, outro de nome Nolsen,  organizava as bagagens.

Muitas delas não conseguiam nem entrar na nave, para não criar tumulto, o local existia trinta entradas, mas dez eram destinadas aos Vips, de cor azul; outras para os que iriam trabalhar nessa astronave, tinham coloração laranja; e uma de coloração amarela, era para enganar os desesperados que não tinham condição intelectual, tampouco recursos para poder influenciar os construtores daquele empreendimento espacial, eles entravam, mas ficavam no fundo falso da nave,  ficando ali mesmo diante da destruição planetária.

Quando partiram, não ouviram nem os gritos de desespero delas, pois com aquele barulho ensurdecedor da nave, todos se assustaram e começaram a rezar.

O comandante Luciano, já estava na ponte com seus imediatos Arialda, que era alta, atlética, ativa, o verdadeiro braço direito do chefão; seu companheiro de patente Aramis, um militar que não tinha tanta iniciativa, era inseguro e muitas vezes não sabia lidar com a tripulação; ainda tinha um que os substituía de vez em quando, chamava-se Jânio, era viúvo e tinha um enteado que era super protegido, não adentrou na nave por parentesco, mas arranjou uma vaga de “apertador de parafuso” para o dengado rapaz.

Já havia passado cinco anos de viagem, e as pessoas estavam  com os nervos à flor da pele, começavam a formar grupinhos de resistência, pois cada um queria trabalhar da sua maneira, uns queriam se comportar como passageiros, outros não admitiam trabalhar em seus postos com civis desqualificados, que serviam apenas para apertar e trocar parafusos, esses civis davam muito trabalho, não tinham respeito pelas pessoas, não gostavam de obedecer ordens, não estavam nem aí para o destino deles.

Muitos desses “cabeças de parafuso”  – assim que eram chamados – chegavam  até a traficar alimentos roubados do estoque, drogas e tudo que era ilícito, era um grande problema, a cúpula dos comandantes não sabia o que fazer com eles.

Alguns militares como a Tenente Leunam empregavam a técnica de se aproximar com brincadeirinhas do século passado, somente para forjar uma aproximação com os “parafusitos” ou “cabeças de parafuso” , essa senhora era da turma Beta, que tinha ainda os tenentes Adam, Ivan, e  os babalorixás Galtieri e Dirce, que ninguém sabia se era uma dupla ou um casal.

Essa turminha se achava a nata da cúpula militar, sempre dava um jeitinho de influenciar nos desígnios da nave espacial, muitos tinham medo do senhor Galtieri, mesmo ele sendo gordo e baixinho, mas sabia intimidar, ele se sentia desprestigiado por trabalhar  com a turma que apertava parafuso dos milhares de banheiros coletivos, inventava até projetos  de reciclagem de excrementos, mas ainda não emplacou nenhum que desse certo.

Existia a turma dos sargentos, eles tinham a tarefa de percorrer a nave inteirinha policiando cada canto dela, imagine que tarefa difícil.

O sargento Silvio era sempre o último a patrulhar, seu setor, comia a manhã quase toda, juntava-se com Dílson e Janemar que ninguém segurava, Aramis tinha que interferir para que o serviço seja cumprido, pois o nosso amigo Silvan não se contentava e levava até comida para o alojamento.

Mas ainda tinha a turma dos cabos, eles auxiliavam sempre os sargentos, era o verdadeiro sofrimento personalizado, o senhor Itamar, tinha nome de ex-presidente, mas

se você visse a cara de sofrimento... Não sofria mais que Rosinaldo Graco, esse era atrapalhado, sempre se digladiando  com os “cabecinhas” muitos o ameaçaram de morte, ele  teve que sair correndo do setor N, pois estavam planejando uma tocaia para o pobre senhor; tinha o cabo Amilton Amoral, era o puxa-saco oficial do chefão Luciano, da turma do “contra todos” e a favor de nada...que  seja contra o nosso chefe; ainda havia um desequilibrado Rildo, ele trabalhava de intérprete, para ajudar  pessoas de outros países, saia cantando em francês todas aquelas músicas que ficaram caracterizadas como músicas de motel, o pior que queria se meter no trabalho de todos os outros militares, gerando muita confusão, mas confusão mesmo é quando ele vai fazer uma tradução, confunde até inglês com francês...

O estresse aumentava, os anos se passavam, para amenizar toda essa problemática, o nosso capitão de recreação Amilton Povão, preparou inúmeros projetos, aproveitou para colocar sua turma de “cabeças de parafusos” todinha para seres coordenadores do projeto, só que os “parafusitos” saiam pela nave badernando, prejudicando a imagem do seu superior.

O projeto dele que mais funcionou foi a semana de aniversário da nave, todos os militares de alta patente eram obrigados a participar, cada um com a sua turma de “cabecinhas”, aí que a confusão aumentava.

O Tenente Galtieri saía percorrendo todos aqueles imensos quilômetros da nave com um caminhão movido a excrementos distribuindo conhaque reciclado de urina e suor, os “apertadores” diziam que era o maior sucesso.

O tradutor Rildo saia apertando os parafusos da nave no lugar de todos os seus comandados, distribuía saquinhos de balas e se tivesse na frente do chefão Luciano então, inventava tanta história de amor e amizade declarada para com os “cabecinhas” que soava até estranho, ele sonhava ser intérprete de uma conversa com algum alienígena perdido nesse cosmos.

O Sargento Itamar olhava tudo e dizia não fazer parte disso, todo dia implorava a Deus para sair daquele mundo insano, já estava tão estressado que começou estourar feridas em todo o seu mirrado corpo.

Mas o pior não foi isso, depois de tanta confusão e aperto de parafusos, o fiscal de dispensa, avisou que saquearam toda a dispensa do setor M, gerando a maior confusão nesse dia festivo.

Os policiais Nélio e Lindomar saíram no encalço dos malandros, deixaram o seu parceiro Zildo para trás, pois não agüentava mais esse tipo de ação, mas não conseguiram achar nada, essa turma  queria mesmo  era achar um jeito de não trabalhar com os apertadores de parafusos; Já  o chefe do setor, Lindomar, queria muito mais, estava tramando um levante para tirar Luciano do poder, saiu numa nave e ficou de voltar com um plano de mudar muita coisa naquela nave da discórdia.

Principalmente depois que Amilton se distraiu comendo cuscuz com leite e derramou tudo no controle, que deu um solavanco que emitiu uma dobra 7 indo para o outro lado do universo recomeçando uma nova viagem.

 

Marcelo de Oliveira Souza

 

 



 

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