No final dos anos sessenta, um maníaco perambulava pela cidade de Curitiba. Ele era muito famoso por seu jeito galanteador e na época suas fotos apareceram em todos os meios de comunicação.Um certo dia, este facínora abusou da filha de um expedicionário. Quando o pai da moça chegou ao local do crime jurou vingança. Para isto, ele procurou uma sensitiva apelidada de Índia Jacira, que morava no bairro Tingüi. Então, a “curandeira” pediu que este cavalheiro trouxesse uma peixeira virgem para ela fazer um feitiço. Assim, o senhor obedeceu ao pedido da Índia. Desta maneira a feiticeira banhou a arma em várias ervas e exclamou:
- Carregue sempre esta peixeira escondida no bolso interno do seu paletó, pois ela o ajudará a localizar o facínora que abusou de sua filha.
Deste jeito, o expedicionário obedeceu à sensitiva.
Uma semana depois este senhor estava andando pela Rua Quinze de Novembro, no Centro de Curitiba, quando de repente viu o abusador de sua filha. Assim disparou, agarrou o meliante, tirou a peixeira do terno e capou o marginal. O idoso correu sem parar, com os testículos do bandido até a antiga Igreja Nossa Senhora Rainha no bairro Boqueirão. Então, ele jogou as duas bolas na torre da igreja, que no mesmo instante, viraram dois sinos que tocaram três horas seguidas sem parar. Quinze dias depois, o expedicionário foi morto em frente a mesma igreja pelos parentes do maníaco que mutilou.
Reza a lenda que perto da Igreja Nossa Senhora Rainha nas noites de sexta-feira, com Lua Cheia, é possível ouvir sinos invisíveis tocando junto com o grito de um homem.
Luciana do Rocio Mallon