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Contos-->O Camelô Sobrenatural -- 19/02/2012 - 20:34 (Luciana do Rocio Mallon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Camelô Sobrenatural

Este fato aconteceu numa sexta-feira, dia 17 de fevereiro de 2010, na cidade de Curitiba. Naquela tarde eu saí do meu curso, no Centro, e virei a esquina da Rua Doutor Muricy com a Rua José Loureiro. Então passei, rapidamente, por dois rapazes que vendiam perfumes num carrinho de mão. Quando, de repente, escutei uma voz:
- Professora!
Logo pensei:
- Este chamado não é para mim, afinal a última vez em que dei aulas foi em 1993 e isto durou apenas três meses. Afinal, descobri que não tenho vocação para ser professora.
Continuei andando, mas ouvi outro grito:
- Tia da Poesia !
Então refleti:
- Poesia é algo que ainda escrevo. Portanto acho que, realmente, tem alguém me chamado.
Desta maneira olhei para trás e vi um jovem moreno olhando e acenando para mim, que era um dos vendedores de perfume. Então me aproximei e o rapaz disse:
- Professora, que saudades!
- Amo suas poesias!
- Sua mãe melhorou?
Deste jeito, eu pensei:
- Não consigo me lembrar desta pessoa.
- Mas, como este ser sabe que eu fui professora, escrevo poesias e tenho a mãe doente?
- Seria algum amigo virtual?
Mas, o moço continuou:
- Tia, eu cresci e agora sou camelô.
- Como sou fã, vou lhe dar uma colônia de presente.
- Não precisa pagar nada, pois para a senhora é de graça!
Assim ele pegou um perfume do carrinho de mão e colocou na minha mão. Desta maneira fiquei com vergonha e refleti:
- Será que devo aceitar o regalo?
- E se ele estiver me confundindo com outra pessoa?
- Será que é um novo tipo de golpe?
O rapaz interrompeu meus pensamentos falando:
- Também vou dar esta pomada para a sua mãe que está doente.
Então ele me ofereceu uma pomada chamada Gellus – Pomada Para Dores.
De repente, perguntei:
- Você está em alguma rede social?
Deste jeito, o vendedor respondeu:
- Na verdade, nem sei mexer com estas coisas de Internet.
Naquele instante, como eu estava constrangida retirei cinco reais, que era o único valor que eu tinha, da minha “pochete” e entreguei ao moço:
- Gostaria de pagar-lhe de alguma maneira.
- Por favor, receba este dinheiro.
O vendedor aceitou e resolvi me despedir dele. O mais interessante é que meu pai estava com inchaço nos pés e precisava, realmente, de uma pomada para dores.
Achei este acontecimento estranho e um tanto sobrenatural.
Dentro do ônibus eu me perguntei:
Será que aquele camelô era um anjo ou tudo não passou de um surto meu?
Ao chegar a minha casa entreguei a pomada para meus pais e peguei no perfume, onde estava escrito na embalagem: “Carpem Die”, que é a citação de um dos meus filmes favoritos: Sociedade dos Poetas Mortos.
Com certeza, este dia foi especial.
Luciana do Rocio Mallon




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