O rastro da lesma
A roda, partilhada de esperanto,
Decifra caligrafias cardíacas.
O álcool nefasto, rutilando cubos,
Espanta a valsa oclusa em meus olhos.
Num quarto trancado, o pólen
Não chega a abraçar as cinzas.
O tango insinua voltas,
Asas que adernam fragatas.
O evento oscila números,
O prontuário deposita pedras na barcaça,
Verdade é o que se lima das lápides sinceras,
Verdade é o que se ergue em bronze roubado,
Verdade é o armistício que, totalmente derrotados,
Aceitamos.
Ainda esperamos o aperto de mão
Que autorizará os ombros oprimidos
A arremessar as pedras e o mundo
(Eder Kamitani)
|