Visitei o lugar onde nasci,
em frente à fazenda dos Murta.
Lá, fralda e primeiro piriri,
onde fruta nunca mais se furta.
Lembrei-me do terreiro,
do buracão que dele saía,
das folhas, e eu ligeiro,
da bananeira que lá pendia.
876 dezembros,
ali fui pra festejar afilhado;
guitarrista, compõe e canta pra manembros
que aplaudem, muito afinado.
Sentei-me à mesa do bar:
cerveja sem milho e espetinhos,
foi o que pude ordenar,
frango sem queijo e coraçõezinhos.
Tetê sem gesso não apareceu,
mas houve muito tereterê,
muitas fotos do que ocorreu,
bordados demais em paetê.
Insisti no bater palma
e, com suingue discreto,
sem perder minha calma,
despertei de muitos humor secreto.
Muitos me acompanharam,
gostam do repertório, um primor;
outros aniversariaram,
dentre estes meu afilhado cantor.
Não sei se onde sentei,
foi o quarto onde nasci;
só sei que me regalei.
Este poema fui eu que pari.
Dilminha, meu amor,
ontem fiquei a par:
não sou petisteiro, sou sensor,
poeta que ri ao mar.