Usina de Letras
Usina de Letras
156 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->112. REBELDIA — NÃO IDENTIFICADO -- 09/02/2003 - 07:17 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Devo deixar registrado o meu desagrado por ter sido tão cruelmente trazido para este lugar. Não estou vendo luz alguma e me disseram que aqui obteria muita luz e seria capaz de enxergar tudo o que está em volta. Pura mentira! Mesmo este indivíduo que está a escrever não apresenta nenhuma força que possa constituir-se para mim em qualquer esclarecimento e qualquer segurança de que esteja em boas mãos.



Eu sei que não pertenço mais ao mundo dos encarnados, então por que não me deixam em paz, a percorrer os caminhos que estou acostumado? Não sabem que eu fiz muitas amizades? E que tenho muitos companheiros com quem percorro as ruas, na escuridão da noite, fazendo muito barulho, acordando os animais e instigando os bêbados a fazerem baderna? Não sabem que eu percorri o mundo todo, até lugares em que se falam línguas estranhas, cheias de “chê”, “guê”, “um”, “nhu”? Está bem! Lá não fomos devidamente recebidos, pois encontramos policiais muito bravos; mas aqui não há vigilância e nós podemos bagunçar à vontade. É certo que estivemos presos muitas vezes, mas foi muito fácil fugir, mais fácil ainda do que no tempo em que freqüentamos os “hotéis do governo”, em nossa vida pregressa.



Eu sei que estou sendo observado e que estão dando corda para eu me enrolar. Mas eu não me importo. Podem escrever à vontade tudo aquilo que estou pensando e que estou dizendo, que isto não irá intimidar-me. Sei que o bobo que está pegando o ditado está enfrentando muita dificuldade, mas pior para ele, que se atreveu a aceitar este trabalho, sem ganhar nada com isso.



Estão a me dizer que não mexa com o médium, pois está colaborando com o trabalho. Mas que trabalho? Não vejo aqui nada de importante, a não ser esta lerdeza para escrever. Quando estava vivo, eu escrevia bem melhor. Minha letra não era tão miúda, eu não tinha nenhum tremelique e não ficava tremendo, tremendo. Sei que estão pedindo para eu dizer a verdade. Mas não vou dizer, não. Por que não quero. E não vou ficar repetindo as perguntas para serem anotadas no papel. Se vocês quiserem, que escrevam por sua própria conta e risco.



Não vou ficar mais aqui, pois tenho outras coisas mais importantes para fazer. Sei que estou sendo amarrado. Por favor, não me torturem! Não creio que vocês tenham o poder de me dominar. Sei que estou sendo auxiliado, mas gostaria de parar de agir assim. Não creio que vocês possam me ajudar. Não quero que vocês me castiguem. Não me deixem ficar perto dos que estão lá fora me esperando: eles vão acabar comigo!









COMENTÁRIO — MANUEL



Gratos, irmãozinho, pela colaboração. O irmão que se apresentou não veio por espontânea vontade. Foi trazido com o intuito de se ver livre de espíritos com quem há muito tempo convivia e que estavam sendo muito perniciosos, para que pudesse recuperar-se de alguns delitos que praticou na última encarnação. Teve a ajuda superior de alguém interessado em ministrar-lhe reconfortante banho de luz. Ao que parece, seu padrinho tem por ele amor muito forte, capaz de resgatá-lo do seio de seus “amigos” malfazejos, e ora por seu restabelecimento com muita força.



Por outro lado, ao que parece, sofreu o bastante e só não adquiriu consciência da necessidade de temperar seus procedimentos e moderar suas palavras, porque se encontrava sob intensa vigilância dos que perceberam que escapava de sua dominação.



É caso bem curioso de simbiose coletiva, pois, com a retirada desse espírito do bando, este se desagregou por completo, dando-nos oportunidade de aproximação individual, o que os diferentes membros do nosso grupo estão buscando fazer neste instante.



Não seja curioso, amigo, e aguarde informação mais completa e precisa do desenrolar destes acontecimentos, se houver real interesse nisso. Por ora, basta saber que o nosso intento de auxiliar se deu rigorosamente e o irmãozinho está mais tranqüilo, recebendo os primeiros cuidados dos encarregados da restauração de seu perispírito, que se encontrava em lastimável estado. Daqui seguirá com alguns “enfermeiros” para instituição especializada, que tratará dele com muito amor e atenção.



Vamos elevar outra prece de agradecimento para resgatarmos os eflúvios magnéticos que desgastamos neste trabalho.







Pai, que dos céus cuidas de nós, teus filhos, faze que aprendamos, com o amor de Jesus, a amar a todas as tuas criaturas, nossos irmãos. Tem para conosco compaixão e estende tuas mãos misericordiosas para nossa proteção e soerguimento. Faze que sejamos agradecidos e ilumina-nos as mentes e os corações, para que nossa prece seja ato de contrição e de respeito, para honrar e glorificar a tua sabedoria. Faze de nós seres bons e persistentes no trabalho, para que obtenhamos os méritos necessários para sermos merecedores de adentrar no teu reino de amor infinito. Que assim seja! Amém, Jesus!



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui