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Contos-->POR QUE AMY HIGGINS? -- 08/11/2009 - 15:08 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por que Amy Higgins?
Ana Zélia


Amy Higgins é o nome que dei a uma filha, a história de seu nome foi publicado na Revista QUERIDA, Ano V. Dezembro de 1958 (2ª Quinzena) nº 110. Páginas 32 e 104.

Vale um artigo. Quando na 5ª série a professora perguntou quem a tinha colocado um nome tão ridículo, ela me disse ao telefone. “Quando a Senhora Voltar vai tirar este nome que está me ridicularizando”, estava em Brasília, fazendo um estágio na Câmara dos Deputados.

Ao retornar tirei fotocópia do artigo e dei a ela para que desse à professora logo eu iria conversar com a mesma. Ao chegar à escola a professora lia o artigo na sala e ao me ver pediu desculpas com lágrimas nos olhos. A partir daí Amy viu seu nome com mais amor. Vou copiar literalmente da revista.

AMY HIGGINS ESCREVE MAIS UMA CARTA. Por PAPAI NOEL (STANLEY ROSS)

Stanley Ross é um ator dos velhos tempos do “music-hall”. Durante vinte e oito anos desempenhou o papel de papai Noel nos bazares de brinquedos, em várias lojas de Londres. Tem 88 anos de idade. Aqui está a história de Natal que ele contou a Harold M. Harris.

Durante todos esses anos procurei estar à altura de meu papel. Quando pela primeira vez, deram-me esta parte a desempenhar, pensei de mim para mim:

“É tão importante quanto ser um ator principal em alguma peça teatral!”. Tanto vale ser Papai Noel num bazar de brinquedos quanto Hamlet no “Old Vic”!

Aliás, é preciso que o diga: nunca representei Hamlet! Mas, Senhor! Quantas histórias eu poderia contar, de outros papéis que tenho desempenhado!

Deixe-me ver: histórias que me digam respeito sob a fisionomia de Papai Noel!... Suponho que realmente tenha sido este o meu principal papel, quando penso na correspondência de fans que tenho recebido...

Ah! É verdade: eu ia contar o caso daquela menina, Amy Higgins, e das cartas que me enviou. Creio, pelo menos, que era esse o seu nome: Amy Higgins.

Foi há tanto tempo já, e, vocês sabem, esqueço-me facilmente das coisas. Às vezes eu me perguntava o que teria sido feito da pequena. E eis que, inesperadamente, recebi, a semana passada, uma carta que fez com que eu me lembrasse muito dela.


É evidente que uma infinidade de crianças me escreve cartas. Pedem o que querem a qualquer Papai Noel, seja ele quem for. Parece-me que acham que haverá mais possibilidades e obterem o que desejam se o puserem por escrito.

__ Qual o seu nome? __ pergunto-lhes. Eles então enfiam a sua cartinha na palma de minha mão, e respondo: __ Obrigado, meu bem. Mas não tenho tempo de lê-la no momento, de modo que a guardarei até logo mais à noite, quando meu trenó de renas me tiver levado para casa.

E creia-me: sempre as leio. Se por acaso trazem endereço, costumo responder-lhes numa folha de bloco comum, e assino: “Papai Noel”. Mas Amy Higgins nunca me enviou endereço.

Recordo-me de sua primeira carta, tão diferente das outras que costumava receber. Não dizia apenas o que queria para o seu natal _ e creio que era uma boneca que falasse. Mas trazia uma longa lista das pessoas de sua família e do que para elas também desejava.

Escrevera a carta depois de muito pensar. Foi por volta de 1930, antes da guerra. Tempos difíceis, aqueles: escassez de dinheiro, profusão de desempregados!

E me lembro que Amy pedia ao Papai Noel um emprego para o pai e um par de mãos para a mãe. Suponho que ela ouvira esta exclamar: _ Ah! Se ao menos eu tivesse mais um par de mãos! _ e pusera o pedido na sua lista como as crianças costumam fazer. Tomam tudo ao pé da letra, como sabe.

Pedia igualmente um par de chuteiras para seu irmão, Sam, e uma porção de outras coisas mais. Terminava polidamente: “Espero que o senhor esteja passando bem. Com as amistosas saudações de ...

E aí acrescentou o “post scriptum” que, esses anos todos, nunca mais me saiu da memória:

“P.S. _ escreveu ela. _ Sei que E r n i e Palmer é somente um amigo e não um parente. Desculpe-me, pois, se lhe peço uma cadeira de rodas, a fim de que ele possa voltar a freqüentar a escola. Por favor, mande-lhe uma para o Author P. Dick. E muito obrigada”.

Bem, Achei que nada podia fazer no caso. Os tempos eram duros, conforme já disse. Havia uma porção de crianças em hospitais ortopédicos, e o Serviço de Saúde não dispunha de meios suficientes para fornecer-lhes as cadeiras de rodas necessárias. Mas naquele Natal pensei muito em Amy Higgins e no seu amiguinho Ernie Palmer.

Na realidade, nunca cheguei a ver Amy Higgins, não sabendo quem era ela. Seria apenas uma dos milhares de crianças que se acotovelam na seção de brinquedos da loja, uma das centenas que me traziam suas cartilhas.
E no ano seguinte ela escreveu de novo _ uma carta encantadora, como se conversasse comigo:

“Querido Papai Noel” _ dizia _ “O ano passado você se esqueceu de me dar a boneca que lhe pedi. Papai conseguiu um emprego em fevereiro, mas pouco durou... E ele está novamente desempregado. De modo que, se você não se importa, eu tornarei a pedir as mesmas coisas para mim, Mamãe, Papai e Sam.

Agradeço-lhe muito ter dado a cadeira de rodas a Ernie Palmer. Mamãe contou que vão operá-lo mais uma vez. A Sra. Palmer diz que é a última esperança de Ernie tornar a andar. Mamãe me afirmou que é um caso de cura ou de morte. Por favor, Papai Noel, dê a Ernie Palmer um caso de cura para o seu Natal. Espero que o senhor esteja bem. “Atenciosamente, saudações”.

Veja só! Fiquei muito contente em saber que alguém se lembrara de dar, no ano anterior, uma cadeira de rodas a Ernie Palmer. So esperava agora que os cirurgiões se esforçassem ao maximo para manter a minha reputação.

Mas nunca soube o que aconteceu. Suponho que Amy tenha deixado de crer no Papai Noel. Nunca mais me escreveu. Depois de tanto tempo, nem mesmo posso afirmar com certeza que o seu nome era realmente Amy Higgins.

Mas onde estava eu Ah!, sim, estava contando a respeito de Amy Higgins, não é isso? A dizer a verdade esqueci-me dela até outro dia, quando recebi uma carta semelhante as que ela costumava enviar-me antigamente, fazendo a lista de toda a família, e dizendo o que cada qual desejava para o Natal.

Ora, e sabido que em certas famílias há o dom de escrever. Não há duvida também que Amy Higgins e um nome muito comum. E era assim que a carta estava assinada.

Pedia para si própria um pequeno laboratório de química _ raramente uma menina pede tal coisa. _ E uma roupa de marciano para seu irmão Jack. Para o pai, uma televisão nova. Talvez seja este o Sam, irmão da primeira Amy Higgins, que queria umas chuteiras há vinte anos atrás.

Penso que a Amy de hoje talvez seja uma sobrinha da outra porque... aqui está o fim da sua carta.

"Espero que não se zangue por eu lhe pedir tantas coisas, diz ela. Minha tia Amy me afirma que o senhor não se importa. Conta que costumava escrever-lhe longas cartas quando criança. Por favor, dê a ela e ao Tio Ernie uma nova casa por ocasião do Natal porque a família deles já não cabe mais na antiga, e ela esta de novo esperando bebe. Afetuosamente. Amy Higgins.
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Esta é a razão de ter dado à minha filha Amy Higgins este nome tão lindo, o Schneider se deve a SISSI, SISSI a Imperatriz e SISSI e seu destino, com a saudosa atriz Romy Schneider. Manaus, 08.11.2009 (Ana Zelia)




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