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Contos-->I. Policial 203/85: Vítima: Rafael (3) -- 26/09/2013 - 20:30 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Terceira parte das declarações dadas por Rafael de Souza Castro, menor, 17 anos, vítima de sequestro, cárcere privado, tortura e violência sexual. A vítima foi sequestrada em Volta Redonda-RJ no dia 8 de março de 1982. Nesta 3ª parte, a vítima narra algumas das torturas e mutilações que foi obrigado a presenciar ou inclusive teve de participar. Trata-se de declarações fortes, que foram dadas ao delegado Joaquim Habour, responsável pelo inquérito policial que apura o caso conhecido com “Os horrores na Casa do Alto do Morro”. Para ler as partes anteriores, clique nos links abaixo:
PARTE 1 - PARTE 2

Eu tenho aqui em mãos o depoimento da jovem Marcela. Além das inúmeras violências físicas e abusos sexuais que vocês sofreram, ela nos relatou algumas torturas e mutilações. Assim, eu gostaria de focar nossa conversa nessas torturas embora eu saiba que não será fácil para você falar sobre elas, principalmente as sofridas por você..
Não é mesmo! Eu preferia nem falar.

Não eu não vou pedir que você nos conte as que você sofreu. Não há necessidade de você passar por isso novamente, pelo menos por hora. Mas eu gostaria que você falasse das que os outros sofreram e as quais você presenciou. Porque a jovem Marcela nos disse que muitas dessas torturas eram presenciadas por todos. Você confirma isso?
Confirmo. Até onde sei sim. Só em algumas vezes que ele levou um de nós para a aquela e torturou a gente lá sem que os outros vissem.

Essa jovem também disse que, nas que vocês presenciaram, eram obrigados a participar?
Era sim.

Então vocês tinham de torturar uns aos outros?
Às vezes, a gente tinha sim. Se a gente não fizesse ele mesmo castigava da mesma forma quem se recusasse.

Marcela disse que em muitos casos o dr. Mathias apenas ficava assistindo.
É verdade. Ele se deliciava com isso. Ele sentia prazer em assistir.

E ele nunca participava?
Participava sim.

Quando?
Depois da gente terminar. Ai ele ia lá a abusava da pessoa.

Como assim?
Por exemplo: teve uma vez que ele entrou e mandou eu, o Almir e o Wesley ficar de pé. Então entregou dois negocinhos, tipo um preguinho com a cabeça bem grande, pra gente e mandou a gente seguir em fila até a “Sala”. Não sei o nome daquilo. Eu sei que a gente usa para prender as coisas.

Isso aqui?
É.

São percevejos. E quando chegaram lá?
A gente viu a Diane toda amarrada com as pernas abertas. Ai ele mostrou com o dedo aonde a gente tinha de fincar. Era em volta da xana dela, naquela parte bem macia. Aí cada um teve que fincar. Nossa como ela gritava, quando a gente fincava eles. Mas não podíamos fazer nada. Além de presos por correntes nas pernas, ou a gente obedecia ou era castigado. Se a gente tentasse alguma coisa ou recusasse a fazer, ia ser pior pra gente. Então, a gente obedecia.

E depois que fincaram os percevejos?
Ele mandou a gente se ajoelhar um ao lado do outro. Ai amarrou as nossas mãos para trás na corrente que prendia nossas pernas. Acho que era pra gente não se levantar e tentar fugir. Ai ele se enfiou no meio das pernas dela, agarrou ela e violentou ela. Nossa, foi horrível! Ainda me lembro dos gritos de dor dela quando ele metia nela. Quando ele terminou e saiu dela, ela estava toda ensanguentada no meio das pernas. O sangue até pingava no chão.

Ele usou esse tipo de tortura mais de uma vez?
Eu vi duas vezes, mas teve outras que eu não fui.

Marcela também nos disse que em alguns casos era o próprio dr. Mathias quem torturava?
Era. Nas torturas mais graves.

Que torturas eram essas?
Quando ele cortava uma parte da gente.

Nas mutilações?
Isso.

Ótimo! Então eu gostaria que você me descrevesse essas e outras torturas que você presenciou ou que tenha sido obrigado a participar. Precisamos do relato de vocês para saber até onde esse homem foi capaz de ir. No momento, vamos nos ater aos casos mais graves. Nas torturas.
Eu não sei bem a diferença entre ele bater na gente e torturar. Bater na gente ele batia quase todo dia. Além das chicotadas que a gente levava, ele fazia a gente ficar meio agachado, com as mão apoiadas no chão e aí dava um chute no saco da gente. Doía tanta que a gente caia contorcendo de dor. E ele fazia questão de chutar com tanta força que a gente quase voava. Era como se ele fosse chutar uma bola com vontade. Não sei se isso é uma tortura ou uma agressão. Pra gente, tudo era chamado de castigo.

Isso pode ser considerado uma agressão ou uma tortura, dependendo das circunstâncias. Mas o que eu quero são os casos mais graves, que durou mais tempo e que muitas vezes deixou marcas permanentes. Algo assim como o que você descreveu sobre os percevejos. Quanto a isso não há dúvida: trata-se de uma tortura.
Ah, sim! Agora entendi.

Marcela disse alguma coisa sobre alfinetes nos órgãos sexuais. Não soube dar muitos detalhes. Disse que foi o Marcelinho quem contou para ela. Ela também disse que dois meninos foram castigados dessa forma, mas não sabia dizer quais. Houve de fato essa tortura?
Houve.

Você foi um desses meninos torturados?
Fui. O outro foi o Almir.

Entendi. Então não vou pedir que você a descreva.
Não, tudo bem. A gente foi amarrado e cada um dos meninos tinha de ficar um alfineto nos nosso saco, bem nos ovos.

E por que vocês foram torturados assim?
Porque a gente planejou uma fuga. Mas ele descobriu antes.

Como vocês pretendiam fugir?
A gente ia dominar ele e aquele outro quando eles entrassem na cela e ia fugir, porque a gente tinha quase certeza de que além de nós, só haviam os três naquele lugar: eles e a mulher. A gente ia subir, e dominar ela também, lá em cima e prender ela na cela com eles e depois fugir.

E como o dr. Mathias descobriu?
Não sei. A gente achava que tinha um microfone escondido.

E tinha. Além do microfone, haviam câmeras que monitorava tudo que aconteciam nas celas. João Carlos foi castrado na frente de vocês?
Foi.

Você sabe o motivo?
Sei sim. Ele tentou matar aquele monstro.

De que forma?
Foi no dia que ele entrou na cela e chamou o João Carlos pra ir com ele. A gente viu que ele estava excitado e que ia abusar dele. O João Carlos já tinha sido abusado algumas vezes. Na última ele voltou mancando e chorando. Ai ele deitou na cama e ficou todo encolhido. Então a gente foi ver o que tinha acontecido. Ele não queria deixar a gente ver. Mas depois acabou deixando. Ai a gente viu que o cu dele estava machucado. Alguém até comentou que ele estava com as pregas arrebentadas. Ele ficou dois dias deitado, sem comer para não ter que ir no banheiro. Acho que a lembrança disso fez ele agir assim. Ai quando ele chamou o João Carlos, ele começou a chorar e demorou a se levantar e sair. E só saiu porque aquele monstro ameaçou fritar os ovos dele se ele não saísse. A gente sabia que “fritar os ovos” era queimar nosso saco com fogo ou coisa parecida. Ele já tinha inclusive queimado o pinto do João Carlos uma vez na nossa frente. E aquilo impressionou muito a gente. E nada causava mais medo na gente do que esse castigo. Só de pensar, a gente se borrava de medo. Então ele preferiu obedecer. Mas quando chegou do lado de fora, aproveitando que aquele monstro estava fechando a cela, deu um chute no saco dele, como ele fazia com a gente, e começou a dar murros e pontapés nele. Acho que ele também queria se vingar da vez que ele queimou o pinto do João Carlos. A gente correu para a beira da cela e começou a incentivar ele, pra continuar a chutar aquele velho barrigudo todo encolhido no chão tentando se defender até acabar com a raça dele. Ele gritava: “Eu vou te matar, seu monstro!, seu velho nojento!”. Mas aí ele conseguiu agarrar a perna do João Carlos e derrubou ele. Então aquele filho da puta rolou para cima dele e conseguiu imobilizar ele.

E o que ele fez?
Disse para o João Carlos que ele ia pagar muito caro por aquilo e que também ia servir de exemplo para que mais ninguém tentasse fazer aquilo de novo. Ai ele chamou o segurança e os dois puseram o João Carlos de volta na cela. Antes de ir embora, ele disse para ele: “Você se acha muito macho, seu negrinho de merda! Pois bem. A partir de amanhã você será tão macho quanto uma garotinha.” João Carlos não dormiu aquele dia e nem deixou a gente dormir. Chorava o tempo inteiro, dizendo que ia pedir perdão de joelhos, e ficava perguntando pra gente: “ele vai me perdoar, não vai?”. A gente sabia que não, pois ele não perdoava ninguém, mas a gente dizia que sim, que ele não ia machucar ele. Teve uma hora, isso depois de muito tempo, quando o João Carlos conseguiu dormir, a gente ficou discutindo bem baixinho sobre o que ia acontecer com ele. A maioria de nós tinha certeza que algo muito grave ia acontecer. Teve gente, não me lembro agora quem, que achou que ele ia ser morto na nossa frente. Eu sabia que não. Nós éramos os brinquedinhos dele e ele não ia querer matar a gente, porque senão ele ia ficar sem. E o João Carlos era um dos que ele mais gostava de abusar. E também, se ele tinha dito que ele ia “ser tão macho quanto uma menina” era porque ele ia virar menina, ou seja: cortar fora a parte homem dele. A gente já sabia que ele sabia usar muito bem aqueles instrumentos que ele usava.

E no outro dia ele voltou?
Voltou.

E o que aconteceu?
Quando ele entrou na cela, João Carlos, caiu de joelhos e implorou para ele perdoar ele. Ele não deu a mínima. Só disse que ele deveria ter pensado nas consequências antes de tentar matá-lo. Ai mandou o segurança prender as correntes na gente e levou a gente pra Sala. Lá, ele prendeu a gente como costumava fazer, ou seja: mandou a gente ajoelhar e amarrou as nossas mãos nas correntes das pernas. Ai começou a pendurar o João Carlos, que continuava chorando e implorando para não machucar ele. Então ele espichou o saco dele e deu um laço com um fio branco, pra que os ovos ficassem bem visíveis. Depois começou a castigar ele, fincando umas agulhas nos ovos dele. Era umas agulhas compridas que atravessa o saco dele de um lado a outro. A gente via pela televisão. Tinha uma câmera filmando tudo bem de perto. Dava para ver direitinho a agulha fincando no saco dele. Enquanto fazia isso, disse várias vezes: isso é para vocês aprenderem a não tentar fazer o que ele fez. João Carlos berrava de dor. Mas ele parecia querer mais. Ele queria torturar ele na nossa frente pra gente ficar com medo, só podia. Então ele pegou uma borrachinha, dessas de amarrar dinheiro e ficou espichando ela e soltando ela bem no saco dele. Quando ela acertava ele, a gente ouvia o grito de dor dele e ele, apesar de estar amarrado e dependurado, se mexia todo. Nossa! Eu até sentia os meus ovos doerem! Ele fez isso um monte de vezes. Até que parou e se afastou. Eu até pensei que ele tinha acabado com aquilo, que não ia fazer mais nada com o João Carlos, mas não foi nada disso. O pior ainda estava por vir.

Ele foi apanhar algo?
Foi. Voltou com uma mesinha de metal onde havia um monte de instrumentos. Eu percebi na hora o que ele ia fazer. Acho que todo mundo percebeu. Alguém disse até “Meu deus!”. Ai ele pegou e foi puxando devagarinho as agulhas que tinha fincado no saco dele, uma por uma. Quando ele começou a tirar, disse: “é uma pena! Eu gostava tanto de ver esse pauzinho preto durinho no meu colo”. Ele lamentou isso, mas eu vi que ele estava sentindo prazer em fazer aquilo. O pinto dele foi ficando duro. Se ele não estivesse sentindo prazer, como é que ele ia ficar excitado? Ainda mais que o pau dele demorava para ficar duro, não ficava assim tão rápido quanto o nosso.

É verdade. Quanto mais velho o homem mais dificuldade ele tem na ereção. E o fato dele ficar excitado ao provocar dor no outro é mais uma prova daquilo que a gente já suspeitava desde o começo: Dr. Mathias é um sádico, e da pior espécie. Mas prossiga.
Então ele pegou uma espécie de faca, segurou o saco dele e passou bem rápido, bem em cima do ovo do João Carlos. Acho que foi a cena mais horrível que eu vi. Os outros meninos viraram o rosto imediatamente e começaram a chorar. Quando aquela faca afiada passou, o ovo dele abriu no meio, as bandas se abriram para os lados e ficou para fora. O sangue começou a jorrar. Além do grito horrível que o João Carlos deu, a gente viu ele se mijar. Quando ele viu os meninos chorando, virou em nossa direção e mandou todo mundo calar a boca senão ia ser castrado também. Foi um silêncio só. O João Carlos tinha parado de chorar e não se mexia. Acho que ele tinha desmaiado.

Normalmente quando a dor é intensa demais, a pessoa acaba perdendo os sentidos. Foi o que aconteceu. Continua.
Ai ele pegou e puxou o ovo dele e cortou ele fora e segurou ele com as pontas dos dedos antes de por na bandeja. Então pegou um monte de pinça e foi prendendo elas onde ficava o ovo dele. Ai parou de esguichar sangue. Ai ele tornou a pegar aquela faca e cortou o outro lado e fez a mesma coisa. Tornou a prender um monte de pinça naquele lado também. Ai amarrou uma espécie de linha onde ficava as pinças e ia tirando elas. Depois pegou uma tesoura e cortou um pedaço do saco dele. Por fim juntou bem as duas partes e costurou. Quando terminou, disse: “Pronto! Agora você virou uma menina de pintinho, um pintinho que agora só serve para fazer xixi.”. Ai pegou os ovos do João Carlos que estavam em cima de uma bandeja e passou bem na nossa cara, bem na frente dos olhos de cada um de nós dizendo: “Espero não ter que fazer isso de novo. Mas se alguém de vocês tentar fazer o que ele fez, vai ser castrado da mesma forma.”. Ai soltou nossas mãos e trouxe a gente de volta pra cela.

E o João Carlos, quando foi levado de volta pra cela?
Não sei direito. Mas provavelmente no dia seguinte.

E como ele estava?
Estava um pouco magro, mas veio andando. Quando ele entrou não teve como não olhar. Ficamos todos muitos chocados quando, mais tarde, a gente pode ver melhor. Ainda estava com os pontos e um curativo pequeno, mas a gente via que ele não tinha mais nem o saco nem os ovos. A gente abraçou ele e disse que ele ia ficar bem. Eu lembro que ele começou a choramingar e disse que agora não era mais homem e que nunca mais seria como um nós. E que mesmo que saísse dali, nunca ia poder ter uma mulher, se casar e ter filhos. Ai ele disse uma coisa que me marcou muito. Ainda lembro das palavras que ele usou: “Agora meu destino é ser um viado, desses que se vestem como mulheres e se deitam com homens. É isso que vou ter que ser”.

Ele passou por um trauma terrível. Está fazendo tratamento psicológico. Quanto á restituição da parte suprimida dos órgãos sexuais dele, não há nada a ser feito. Será uma espécie de eunuco para o resto da vida. Tenho até umas fotografias aqui, que serão usadas como provas. Pelo menos, a suturação foi muito bem feita. Praticamente não ficou a marca do corte. Tem-se inclusive a impressão que ele nasceu assim.
Mas é muito esquisito olhar para o meio das pernas de um homem e só ver o pinto pendurado. Vê na hora que tem coisa errada, que está faltando alguma coisa.

Pelo que a jovem Marcela nos contou, essa castração ocorreu há mais ou menos 2 anos. Você confirma isso?
Não sei dizer. Mas que faz muito tempo, ah isso faz. Deve ter sido por ai mesmo. Não tinha muito tempo que ele tinha chegado.

Como alguns de vocês chegaram a ficar mais de 3 anos presos, então foi mais ou menos nessa época a castração. E me parece que este não foi o único caso.
Não, não foi não.
Teve aquele outro garoto, o Almir, que perdeu um dos testículos e algumas das meninas que também sofreram mutilações. No caso das meninas, as mutilações mais graves ocorreram com Diane, que teve o clitóris extirpado, e Roberta, a mais velha, que teve um dos mamilos cortados com uma tesoura, acionada por um mecanismo.
É eu sei.

Anteriormente você disse que o dr. Mathias havia queimado o pênis do João Carlos. Como isso aconteceu?
Foi pouco tempo depois dele chegar. Mais ou menos um mês depois. Ele ficou sabendo que o João Carlos tinha dito que se tivesse uma chance escaparia dali. Era o mais inconformado com a vida que a gente levava. Vivia dizendo que ia fugir. Ai ele apareceu com aquele outro, puxaram o João Carlos para fora e amarraram ele nas grades da cela, de frente para nós. Ai mandou o Almir chupar o pinto dele até que ele ficasse duro. Demorou bastante, mas o pinto dele acabou ficando. Então aquele homem acendeu uma vela e ficou passando ela acesa bem devagarzinho embaixo do pinto do João Carlos. Ele gritava de dor e tentava se mexer, mas estava todo amarrado. As grades da cela até balançavam. Enquanto ele passava o fogo no pinto do João Carlos, dizia para ele nem pensar em fugir, quanto menos tentar. Porque se ele tentasse, ele não ia dar só uma esquentadinha no pinto dele, mas ia fritar os ovos e cozinhar o pinto dele. Foi a partir disso que a gente ficava apavorado só de ouvir falar em “fritar os ovos”. Mas isso não adiantou muito pra ele. Algum tempo depois ele e o Marcelinho começaram a planejar uma fuga, ai ele acabou descobrindo novamente e castigou os dois, fritando os ovos deles.

Você sabe como era feito isso?
Mais ou menos. Eles nunca quiseram dar detalhes. O Marcelinho nunca quis falar e o João Carlos é quem falou alguma coisa, mas só por cima. E a gente sabia que falar disso fazia a gente sofrer, por isso a gente não ficava perguntado. Se a pessoa falasse bem, se não falasse ninguém perguntava.

E o que ele disse?
Ele disse que o saco dele foi amarrado e depois mergulhado dentro de um negócio quadrado, tipo um pote. Ele não sabia se dentro tinha água ou óleo. Disse que na hora não sentiu nada, mas depois aquilo foi esquentando cada vez mais, até que chegou uma hora que começou a queimar e a doer muito. Ele começou a pedir pelo amor de Deus para aquele monstro tirar aquilo, mas ele não tirou. Disse que só ia tirar quando os ovos estivessem fritos. Mas logo depois ele tirou e disse que aquilo era só uma amostra, que da próxima vez ia fritar de verdade os ovos dele. Ele e o Marcelinho fiaram um porção de dias com o saco meio inchado e dolorido.

Eu ainda tenho uma série de perguntas para te fazer, mas isso ainda vai levar mais de uma hora. Como já estamos aqui a bastante tempo, vou pedir para você retornar numa outra data. Ou você prefere continuar?
Não. Preferia deixar para outro dia.

Então encerraremos nossa conversa por hoje.

Fim da Terceira parte.


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