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Contos-->ENCONTRO COM VALENTIN -- 28/10/2013 - 15:13 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A vida nos prova a cada dia, que tudo dentro dela, sem exceção, tem um lado bom e outro ruim.
Há alguns longos anos, deixei de mão meu primeiro amor. Escolha minha, por outros objetivos, por uma visão de construção de algo maior.
Não que tivesse deixado de amar, ou que as carícias e o sexo tivessem perdido o sentido. Foi apenas um novo olhar, novos horizontes bem a frente, desafiando a monotonia aquele instante.
Tudo isso me veio de encontro, quando saía de uma loja, e havia deixado o carro estacionado, duas quadras adiante.
Quando me posicionei para atravessar, bem diante dos meus olhos, ali estava ele. Muitos anos mais velho, e eu também. Nossa diferença era substancial, e na época não era importante. Eu, moça nova, em início de carreira profissional, ainda estudando, e ele, bem, ele homem feito, e acima de tudo com duas qualidades que me atraem profundamente,
os olhos, e a inteligência. Os mais belos olhos castanhos claros que já vi. Um físico nuclear como poucos, além de transitar em outras disciplinas, de olhos fechados. Definitivamente, era meu ídolo.
Vivemos simplesmente tudo que alguém pode experimentar em questão de amor e desejo e naqueles minutos, depois de tantos anos, nos olhávamos, como quem se olha e se apaixona pela primeira vez, enquanto o sinal não abria.
Ficamos estáticos, o sinal fechou mais uma vez. Nenhum de nós tomava a atitude para atravessar e cumprimentar o outro. Uma cena de cinema.
Durante aqueles míseros instantes, todos os momentos que passamos juntos, rodavam, como um filme acelerado. Dias e noites, tardes de amor profundo, soninho depois do sexo, o cuidado, a procura, os presentes, os carinhos, enfim, tudo que deixava uma mulher caída de amores.
Passado aquele estado catatônico em que nos encontrávamos, ele finalmente tomou a iniciativa de atravessar, e veio ao meu encontro com um lindo sorriso no rosto, com os mesmos dentes branquíssimos, com o mesmo olhar, de quem olha uma menina.
Minha criança, assim me chamava. Foi uma emoção indescritível, um momento único.
Nossas vidas mudaram razoavelmente. Meu destino seguiu como havia escolhido, e o dele, já estava traçado e continuava o mesmo.
Contamos sem constrangimento, nossas aventuras, nossos outros amores, outras emoções. Eu, a provar que minha escolha tinha valido a pena e ele a provar que não havia sentido tanta dor quando o deixei e que tudo tinha corrido bem, desde então.
Conversamos próximo dali, na companhia de um belo café.
No final, juramos o amor de sempre, sem sexo, mas um amor verdadeiro, daqueles que é difícil encontrar.
Hoje, sem querer, abrindo um livreto encontrei o seguinte texto de um amigo muito querido, e também separado por consequências outras, dizia o seguinte:
Relacionamentos humanos, para serem saudáveis e ricos emocionalmente, não devem ser alimentados de sobras. Sobras de tempo. Sobras de atenção. Sobras de afeto. Relacionamentos humanos que não recebem o melhor dos sentimentos não conseguem vida, quando muito, conseguem sobreviver. O amor existe quando damos ao ser amado o melhor que somos e o melhor que temos. Quando o amor é genuíno e doa o melhor, o simples ato da entrega fortalece a saúde e a beleza do amor.
Foi então que parei pra pensar nesse encontro, e vi a beleza desse amor, pelo tempo que existiu, e da maneira que foi, e depois se modificou nos modos, mas, nunca deixou de ser amor.
Seguimos, cada um para o seu lado, na certeza de amar e ser amado.

Valentina Fraga
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