Diurna não tem como filtrar todos os raios dos pensamentos prolíferos às ideias de um tímido poeta sentado à margem da Lagoa Mãe Manguaba. Ela sempre acolhedora de seus sonhos imortais, o inspira a continuar apesar de tantas tempestades tropicais que quase derrubaram os pilastras dos seus trópicos. Nela, ao mergulhar todas as recordações mantidas no claustro do pensamento, ele sente a luminosidade a percorrer rumo à profundidade que o leva ao solo arenoso que grão por grão de areia, absorve seus poemas lançados ao aquífero. Sua poesia encanta até com a poluição lançada no ventre da Manguaba Lagoa e sofre dores insuportáveis do abandono proporcionado por um sistema capitalista diablo que lança sobre ela os espúrios.
O poeta segue à margem dela cantando seus poemas para suavizá-la dos efeitos deletérios numa luta incessante entre o amor pela mãe natureza e o descaso ambiental. Por ele, ela ainda lança à superfície todas as raízes pneumatóforas produzidas pelo poema do poeta por ela encantado. Ele a vê e acompanha sua luta pela sobrevivência ao caos de mentes esquartejadas pelo algoz capital. Ela o olha e proporciona a brisa a que todo o poeta tem direito quando sangra poesia.