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Contos-->PRAIA DA PONTA -- 04/05/2014 - 11:13 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Soprava suave o vento na Praia da Ponta. Ondas amenas e um sol carinhoso tocavam delicadamente a pele salpicada de sardas. Seus seios fartos e nádegas  abauladas não se envergonhavam da barriga que não tinha.

— Morgana!

— Robert!...

Abraçaram-se cordialmente e o beijo que se dão os cavalheiros e as damas saiu fora do prumo e escorregou no canto da boca dela.  Robert ficou envergonhado. Não fizera de propósito. Morgana ficou sem graça.

O resto era sol e mar. Praia, areia na pele, pele na areia, pés na areia, areia entre os dedos...

Ele enfiava os pés na areia, Morgana também. E os pés se encontravam sem serem vistos, protegidos por grossa camada de fina areia.  A hora era de lançar azeite sobre as feridas. E cada um deles tinha a sua. Robert temia que algum assunto por ele levantado, pudesse trazer à tona sua história ou a história de vida dela. E assim, consentiram que seus olhos se encontrassem na direção de uma revoada de nuvens azuladas que viajavam.

Sem perceber, ele deixou escapar a voz contemplativa de sua alma: “A tarde que finda no azul-avermelhado é uma benção que chega e jamais outra igual  será vista...”

—Fazendo poesia para nuvens roxeadas?

— Não. Estou pensando por que estão assim apressadas.

—Ora! É porque o sol vai se por daqui a pouco.

Riram.

“A tarde que finda é uma bênção que chega e jamais outra igual se repetirá”. Repetiu ele mentalmente. De fato. O sol pendia envolto por um manto de nuvens coloridas, dando sinal que a noite que se avizinha conspirava em favor dos amantes.

— Está na hora de voltarmos — disse Morgana.

— Sim, vamos! Podemos nos ver amanhã?

— Hoje Gilson conseguiu uma mesa, amanhã não sei.

Falava do irmão de Gabriela que estivera mais cedo na palhoça e guardara a vaga até elas chegarem. Robert respirou aliviado: Foi Gilson Chagas, que estivera na barraca de palha. No dia seguinte, Robert chegou antes das nove e acomodou-se a uma  sombra que dava para o mar. Morgana não tardou e teve vontade de enfiar os pés na areia. Esconder o pezinho quente e delicado para ser encontrado pelo dele. Sentiu-se uma tola.

— Lembras de Nilmário, disse finalmente ela.

— Sim!

— Pois é. Estava no avião que caiu na Costa do Senegal.

Lembranças do tempo de colégio repovoavam a mente de Robert. Já naquele tempo, Morgana  revelava que em crescida seria uma das mais belas criações da mão divina. 

 

(Adalberto Lima. Fragmento de "Sete Faces Congeladas)

 

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