Usina de Letras
Usina de Letras
279 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->AUTORIDADES -- 14/07/2016 - 22:57 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

       Amanda trabalhava em uma pequena agência do Banco do Brasil na Asa Sul da cidade de Brasília. Amanda odiava o serviço porque precisava orientar os clientes sobre o funcionamento dos caixas-eletrônicos, manter os idosos em seu caixa preferencial, manter uma certa ordem na sala entre outros afazeres, mas como eram apenas três máquinas caixas, o atendimento nunca se tranquilizava e a fila do atendimento não diminuía, pelo contrário, às vezes dobrava dentro da sala, saía fora da agência.

        Um dia, há alguns meses, parou em frente ao banco um  carro luxuoso. Dali saíram três soldados com fuzis nos braços e depois um quarto homem vestindo um terno escuro que poderia ser qualquer autoridade: delegado da polícia federal, deputado estadual, senador   da república, general do exército ou tudo isto junto.  A autoridade  não se apresentou. Entrou na sala, dirigiu-se ao  caixa eletrônico da   fila mais comprida, empurrou um idoso e     passou a operar a  máquina ao lado dos seguranças.

    Amanda não estava bem porque era muito adolescente, mas vendo a descortesia, dirigiu-se à autoridade, bateu a mão no teclado do caixa-eletrônico e disse:

       - O senhor deve pegar o fim da fila como todo mundo!

      O homem examinou Amanda devagar, olhou sua escolta armada e soltou uma grosseria antes de sair apressado:

      - Funcionária idiota!

  Amanda disse ainda à  mãe:

  - Quando o tal homem preferiu sair com os seus seguranças, talvez pra outra agência, as pessoas da fila  voltaram a respirar e até bateram palmas pra mim.
 
  Amanda  se sentiu importante. Sentiu-se importante por ter  tido a atitude do bloqueio. Foi  a ordem  contra a autoridade que naquela hora não autorizou nada.

       Segunda-feira, uma semana após o incidente com a autoridade, Amanda, quando voltava para casa, foi atropelada por um carro. Dizem que o motorista pareceu não perceber a passagem da menina, não freou e fugiu. Amanda tinha vinte e dois anos e morreu  no meio de sua pouca adolescência. Deixa pais e um irmão de dez anos de idade.

        O irmão declarou ter uma profunda admiração pela irmã porque ela sempre fora uma pessoa intrépida. (Algumas pessoas são intrépidas. Isto o irmão aprendera naquela semana). Não tinha pra ninguém.

         Somente a mãe achou muito estranho o acidente.




DO LIVRO: "TOUROS EM COPACABANA"


 


 

    


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui