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Contos-->Vaqueiro Onofre do Borá -- 09/12/2016 - 15:52 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
 
 
Pulou a janela, e foi ver folia de Reis na casa de Nhô Santana, três léguas a pé, distantes de casa. Voltou rompendo o dia. Pisou macio, sem acender a luz. Sem fazer ruído, abriu lentamente a porta que dava para o quarto de dormir. Nhá Santa, que não dormia, benzeu o lombo do moleque com cinco lapadas de chibata. ‘Isso é pra você aprender a ser homem! Agora, bote ancoreta no jumento, vá buscar água no rio. E encha os potes, Xibungo!’ Não deu um pio. Anofre não maldisse a sorte. E na primeira lua, fugiu de casa só com a roupa do corpo.
— Bom-dia doutor!
— Bom-dia. A que devo a honra de receber uma visita nas primeiras horas da manhã?
— Sou Onofre do Borá.
— Não é tão longe. Conheces o Capitão Dolmênico?
— Trabalhei para o capitão Dólmen até ontem.
— Qual foi a desavença?
— Com ele, nenhuma! Mas desentendi com minha mãe de criação.
— Deves procurar um padre. Aqui não tem confessionário.
— Não é coisa de rir, doutor. Viajei pedaço de noite, pra chegar até aqui. Não tenho pai, nem mãe. Aprendi a arte de vaqueiro com um tio que me criou. Já me acho na idade de tomar rumo na vida. Tenho dezessete anos!
O fazendeiro virou o rosto de lado, para esconder uma ameaça de riso: ‘sete lapadas de relho ensebado,’ apresentadas como argumento, numa entrevista de emprego!...Nunca zombara da desgraça alheia, mas naquela hora, podia ser que não conseguisse se controlar. O sorriso se desfez. Ele mesmo tinha levado sete chibatadas com vergalho de touro.
— Amanhã, você escolhe um cavalo e os arreios. Temos uma rês debandada. Agora, vá descansar com os outros vaqueiros. Tomar intimidade com a fazenda. O almoço é às dez.
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Adalberto Lima: fragmento de estrada sem fim
Imagem: Internet
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