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Contos-->CORAÇÃO DE MENINO -- 15/02/2017 - 00:34 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Se nascido para sofrer por certo tudo que lhe aconteceu, estava escrito por antecipação, no livro da vida.  ‘Erraste, Fernão, uns caminham para a vida, outros para a morte. Cada um tem seu quinhão de glória ou de infortúnio na escolha que faz.  Não terás ascensão  na vida, se optares pela queda. Acione, pois a cordinha do coração para pousar suavemente sobre a relva fresca, ou feche as asas e se deixe cair em mergulho profundo na dura parede da desilusão. Tudo está em suas mãos: a vida é um poema que espera ser escrito. Cada ser pensante constrói seu mundo, e é neste mundo que ele vive. Mas  é preciso dar o primeiro passo e no compasso de cada dia, escolher a roupa fria para num dia quente, ou uma roupa quente para um dia frio;  dar o primeiro passo, erguer a mão direita ou a esquerda, andar na mão ou na contramão da história. Escrever e reescrever a própria história é uma questão de escolha...Toma, pois, caneta e transfere para o papel, as dores que te acorrentam a alma. Faze isto, e ficarás com coração limpo e a alma lavada. Cuida do corpo. Cuide principalmente da alma, não permitindo que tribulações venham obstruir o canal por onde passa a virtude da esperança. Jogue fora toda sujeira e lixo espiritual.  Faça uma faxina, deixe a casa limpa. Limpe a represa e a chaminé. Comece escrevendo. Escreva para si mesmo ou para outrem. Conte um conto, Cante um canto,  ainda que seja de dor. Lance fora o cobertor de problemas que envolvem teu coração. Não temas. O amor e o ciúme caminham junto, dormem e acordam juntos;  um é a régua, o outro, o compasso, ambos,  porém, necessários na caminhada a dois. Finalmente, tudo passa no vértice da existência: a angústia, a dor, e o sofrimento também passam e concorrem para que deixemos em rastros distintos uma mesma pegada. A  vida passa, repousa como a areia deixada pelo vento e descansa em paz. Mas... em tudo isso é preciso  remover as manchas do espelho que impedem o brilho de Deus refletir no rosto  humano.
Escreveu. Rabiscou. Encheu a lixeira com papel amassado. O fracasso nas primeiras tentativas, não o fez desistir. Não podes desistir nunca: a angústia, a dor, e o sofrimento passam e  serão levados  como chaminés de fada. Também a vida passa, repousa como a areia deixada pelo vento e descansa em paz.
 Percorreu a casa, conferiu cada cômodo. Seu coração batia acelerado. A qualquer momento, poderia deparar-se com a mulher lhe que lhe engregava um comprimido de fumareto: ‘Tome, e vá de metrô. Deixe o carro na garagem. Não é seguro dirigir: faz dois dias que não tomas teu remédio. ’
Repassou o álbum de casamento.
 A câmera capturou os melhores ângulos  de Vanini. Mas sorriso, ninguém esboçava. Que família é esta? Só tristeza. Eles se casaram em dia de finados.  Lançou o olhar sobre os dias de ontem: ‘O pai o defendia, desde muito cedo: ‘Absurdo reprovar o menino por não saber quem foi Lord Cohrne!’ Não podia negar que o marquês do Maranhão fora importante na história da marinha brasileira, mas daí a  reprovar um aluno por desconhecer este fato? Almirante escocês! ... Isso é cultura inútil! Qual interesse essa informação pode despertar numa pessoinha daquela? Diferente das meninas que  guardam suas bonecas numa caixa, ele ainda  brincava horas a fio com seu trovão azul, simulando manobras arriscadíssimas, a imitar o barulho do motor: thá... thá...thá... thá... thá...thú... thú... thú... thá... thá...thá... thá.. thú... thú... thú... thú. Boa alma tinha o menino: gigante em estatura, e coração criança.
***
Adalberto Lima, trecho de Estrada sem fim...
Enviado por Adalberto Lima em 15/02/2017
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