Maria Lúcia de Almeida Jorge,
(Lucinha)
É isto mesmo!
Esta história, você conhece,
posto que a Maria nos contou.
Eu duvidei.
Você ouviu, ela jurou: é verdade!
A Malu veio e confirmou...
Eu duvidei.
Você ouviu, ela jurou: é verdade!
Veio a Marlene e confirmou...
Eu duvidei.
Você ouviu, ela jurou: é verdade!
Então...é verdade!
O casamento
Com babados, fricotes,
bordaduras, franzidos
fez-se, lindo, o decote
no mais belo tecido!
Tão pomposo o vestido,
volumoso, comprido,
traduzia o momento
de um bom casamento...
Decorada a capela,
com guirlandas e velas,
foi o noivo amoroso,
aguardando por Ela!
Perguntado o noivo,
junto aos pés do altar,
respondeu, logo, sim,
- Aqui, vim pra casar!
Perguntada a noiva,
bem aos pés do altar,
acenou com um "não":
- Desisti de casar!
E esse não casual,
nesse mesmo instante,
separou o casal,
desse dia em diante!
Mas passado o rancor,
voltou lindo o amor!
Predispostos à festa,
o enlace apressam!
No vestido já pronto,
ponto a ponto por ponto,
foi a noiva à igreja
para um novo encontro...
Perguntada a noiva,
junto aos pés do altar,
disse logo assim:
- Claro, eu quero casar!
Perguntado o noivo,
bem aos pés do altar,
respondeu logo não:
- Hoje, vou me negar!
E depois dessa hora,
da igreja, pra fora,
o casal viu que o "não"
deflagrou aflição!
No bom tempo a correr
volta o peito a gemer,
resolvendo por fim
tão mais certo um "sim"!
Com o terno já velho,
bem passado a ferro,
o vestido amarelo,
foi o par sem mistério!
Perguntada a noiva,
bem aos pés do altar,
afirmou com certeza:
- Hoje, eu vou me casar!
Perguntado o noivo,
junto aos pés do altar,
respondeu com presteza:
- Cá estou pra casar!
E o padre, coitado,
já mais velho e cansado,
pôs as mãos sobre o peito
e falou com despeito:
- Pelo casa, não casa,
deste par, corto as asas!
No sermão que é meu,
Hoje, o "não"... digo eu!
(Sem cantigas, sem velas)
desolado, o par,
no altar da capela,
não mais pôde casar!)
Maria da Graça Almeida
Todos os direitos reservados.
texto registrado na BN
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Maria Lúcia de Almeida Jorge,
chame a Maria Carmem,
convide a Marlene e a Malu
para esta longa leitura.
E nela constatem que-
mesmo com certa amargura-
não mudei nada do conto,
está ele todo aí,
letra por letra,
ponto por ponto.
Beijos!
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