Caro amigo do dinheiro
Estrangeiro e investidor
Pode vir para cá inteiro
Senta praça sem temor
Estamos fraldas descartando
Até de cachorro chique
Nossos gatos estão jantando
As comidas de Munique
As misturas para bolos
Estão na maior ascensão
Enchendo papo de tolos
Ventre de muito sabidão
Leite, nesta terra cativante
Tem que ter muito sabor
Vem fazer seu flavorizante
E vender com mais valor
E as massas instantâneas
Ninguém cansa de comer
As injeções subcutâneas
É que dão o maior render
E os cereais matinais
Já estão invadindo o morro
Levados por marginais
Que aos pobres dão socorro
Vêm carnes congeladas
De consumo cada vez maior
Até pelas cachorradas
E por belos gatos do major
Lavadoras de roupas aqui tem aos montões
Bebemos refrigerantes muito mais que o Canadá
Dietéticos ou laitéticos , vêm mais de bilhões
Pasta dental vamos usar logo depois de repastar
E títulos de livros estão superando a Itália
Somos o quarto maior do mundo em geladeira
Entendemos do cedê e de sua parafernália
Biscoito já se come de segunda a sexta-feira
Classe média e emergente ganha em tudo
Dos países europeus; na bola, no braço e na fome
Abunda culhão de fora e a calça de veludo
Mas, não sei de nada, nosso País é o que consome
Temos quarenta milhões sem carteira assinada
Mão-de-obra boa, barata, bem ajeitada
A maioria faz a propaganda de arma importada
De preferência, russa, a mais badalada
A mídia faz questão de dizer que ajuda
Em cada assalto para bens seqüestrar
Especifica a sequestrov , toda posuda
E dá motivo pra o exército poder licitar
E agora aprendemos na Internet declarar
Que sabemos rebolar à frente do leão
Nossa renda eles vão melhor saber usar
De modo a criar mais um novo patrão
N.A.:
(Cordel plagiveado , e publicado pelo Tim,
da bela mensagem do Eminente Professor Luiz Marins,
enquanto eu, em gozo de férias, lá de Betim
Não pude deletar sua sugestão, uma das mais ruins.)