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Cronicas-->Maria Fumaça -- 21/12/2007 - 01:59 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu que já estava mais taludo, passei a acompanhar meu pai em viagens para o Maranhão, Goiás e Pará. Sai-se montado em burros, tangendo uma tropa carregada com mercadorias. Vendia-se uma variedade enorme de produtos, como ferramentas agrícolas, alho, cebola, e outros mangalhos. A volta era feita de caminhão ou caminhão-misto, uma espécie de transporte em que parte da carroceria se transforma numa cabine dupla para o transporte de passageiros e a outra metade, mantida para carga. Ás vezes mudava-se a rotina e voltávamos de avião ou trem até Teresina no Piauí ou Carolina no Maranhão. A viagem de trem era económica e divertida, em cada estação uma multidão esperava o trem, muitos vinham recepcionar parente ou amigos, outros, comprar mais barato alguma mercadoria antes que fosse adquirida pelos atravessadores. A saída era outra festa! Pessoas mesmo desconhecidas acenavam para os passageiros com que se estivessem despedindo de amigos. A Maria Fumaça dava o alerta da saída: zezimmmmm... vou te capar... vou te capar. Freio, deus me livre! Também com fogo no traseiro, quem é que pára! A chegada era diferente, via-se primeiro a fumaça, depois os vagões a serpentear nos trilhos como uma minhoca gigante dos parques de diversão e em seguida o grito, zezimmmmmm...
As particularidades da viagem de trem começam pela escolha da roupa. Viaja-se de avião com a melhor vestimenta e há quem ponha terno e gravata, porque se o avião cair, a vítima já está pronta pro velório... mas, de trem, nem pensar... Escolhe-se a roupa mais velha. Nem podia ser diferente, a velha Maria Fumaça vai engolindo lenha e cuspindo faíscas nas vestes dos passageiros. No final do percurso a roupa fica cheia de furinhos que nem a uma peneira e só serve para aquela viagem. Apesar disso, o custo benefício compensava porque o transporte era barato.


SILVA, Francisco de Assis; LIMA,Adalberto. O Brasil nosso de cada dia.
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