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Contos-->Palácio dos leões -- 05/05/2018 - 00:31 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Distante, geograficamente da cena de um casamento fracassado, Robert   espia a rua que passa na janela do lotação e seu pensamento voa: ‘Deveria ter abraçado o sacerdócio sugerido pelo padre Davi. Se o fizesse, não teria passado pelo vexame do impedimento de seu próprio matrimônio.
Mas...
Ser um padre sem vocação,  o tornaria um homem frustrado. Sabia que a fêmea escolhe o parceiro pela capacidade genética de lhe dar uma cria forte e saudável.Ele, porém, não tinha nenhum atrativo  para conquistar uma mulher: baixinho, nariz  curto e amassado, sobrancelhas cerradas e pouco brilho nos olhos. Não detinha  beleza física nem recursos financeiros, para atrair uma  fêmea. Era apenas um humorista com emprego público. Restava-lhe o consolo de ter como companheiro de infortúnio, Júpiter, o deus mais feio de todos, era, no entanto, o marido de Vênus, a  Afrodite  grega, deusa da beleza e do amor.


Contemplou o Palácio dos Leões em São Luís, uma fortaleza destruída, para que dos escombros nascesse um castelo. Estava só e há meses sem notícias do Rio de Janeiro. Sabia apenas que Morgana também se mudara para São Luís do Maranhão, mas, vê-la por ali, só por milagre do acaso.

Levantou-se para o desembarque. Teria que descer na próxima parada. Tinha encontro marcado com a solidão do  quarto  de luxuoso hotel da capital maranhense. 


Na portaria, o funcionário entregou-lhe um pacote.

— Encomenda para o senhor.

 Abriu.
Viu muitos textos encadernados e na primeira página, um recado manuscrito: "O livro  está concluído. Faça o embelezamento." 


Robert julgava que  agora sabia tudo, porque o poema tinha título.
Ledo engano!
O que  era permitido dizer, Ravenala  soltava aos poucos, abrindo a torneira e fechando-a imediatamente, para que uma formiga não se afogasse no dilúvio. "
Como saber tudo? " O mundo do Romance viaja no túnel do tempo. Nele, pode-se viver o passado e o futuro, quase que simultaneamente. Ter hoje o sol de ontem; e amanhã, o sol que ainda não veio.
 
Para chamar a atenção,  Ravenala marcou em itálico a frase: Se olhar  a gaivota, não verá  o sol de relembranças que se põe atrás de suas asas.  Robert releu o poema, de muito antes conhecido, desta vez  com o título Voo ABS 815.                                         

 
A
Pare
de do
mundo
é azulada,
até onde a vista alcança. O poeta vê além das
nuvens brancas uma aquarela: nuvens amarelas... pássaro
solitário refaz o ensaio de uma valsa. Tudo passa velozmente
no imaginário... Se Fernão olha
a gaivota, não vê
o sol de relembranças
que se põe
atrás
de
su
as
asas

 
 _____________________________________________
 O poeta vê além das nuvens brancas uma aquarela.
__________________________________________

Repetiu mentalmente.
 
Isto  não é uma gaivota, nem uma jiboia engolindo um elefante. É o voo de uma aeronave.


— O senhor disse o quê?

Perguntou o porteiro, por entender que o hóspede lhe dirigia a palavra.
— Nada não. Só pensei alto.

Fechou o guarda-chuva. Pôs o pacote debaixo do braço e entrou no hotel, sentindo-se acompanhado por ela. Ravenala  estava ali inteira, naqueles escritos.  
 
 ***
Adalberto Lima, framento de "Estrela que o vento soprou."
Imagem: Google.


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Adalberto Lima
Enviado por Adalberto Lima em 05/05/2018
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