O saci
maria da graça almeida
Pula e salta num pé só,
deslocando-se o saci,
se é verdade que ele existe,
eu lhe juro, nunca vi!
Pita fundo seu cachimbo,
baforadas vão pro alto,
a fumaça vai subindo
e maltrata nosso olfato.
O saci chegando perto,
dos cavalos, puxa a crina,
atrevido e tão esperto,
faz-lhes tranças femininas.
Bem vermelho na cabeça,
o saci carrega um gorro.
Que ele aqui não me apareça,
ou eu grito por socorro!
Com cachimbo apagado,
e com ar de desaforo,
quando alguém me pede fogo,
não sou boba... nego e corro!
|