P A Z
Maria da Graça Almeida
Que insurja brado mais amplo do que o
da impotência que se espalha aos quatro cantos.
Que a paz não reine sob a simbologia
de uma pomba cujo compromisso único
seja o plácido vôo num céu de tênue dossel.
Que da mistura do azul com o amarelo,
sem manchas, borrões, respingos, espanto,
obtenha-se a cor de um sentimento concreto,
não o verde da esperança, pois que esta,
pela vida, só passa...esperando.
Que a paz não exemplifique um mito,
nem exiba o desalento de um sonho irrealizado.
Quem por ela ansiar que a construa sem medo;
que toque as chagas do mundo com a palma da mão
e não apenas com a ponta dos dedos.
maria da graça almeida
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