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Humor-->VINICIUS E O BOFE INTERGALÁTICO -- 18/11/2001 - 12:04 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VINÍCIUS E O BOFE INTERGALÁTICO

Paccelli M. Zahler

Viajando pela famosa e bem conservada rodovia que liga Campinas a Pelotas, Vinícius estava cansado depois de 24 horas de estrada.
Em determinado ponto, resolveu parar o carro e dar uma esticadinha nas pernas. Inclusive, aproveitou a oportunidade para ir até o matinho da beira da estrada para tirar a água do joelho. De cócoras, que ninguém é de ferro.
Como a noite estava calma e o céu limpo, observou-o por alguns instantes para descansar os olhos observando as estrelas.
Percebeu no firmamento uma estrela diferente, maior que a lua e mais próxima.
A estranha luz parecia flutuar no céu e,de vez em quando, parecia se deslocar em movimentos ritmados.
Olhando com atenção, percebeu que o objeto brilhante tinha a forma de um charuto e disse para si mesmo:
- Nossa, esta estrada é milagrosa! Tem até um objeto fálico descomunal flutuando em cima dela!
Morrendo de curiosidade, foi até o carro e pegou seu binóculo e viu luzes, janelas e alguns vultos entre as janelas do objeto. E estranhou o fato do objeto ser tão silencioso e se deslocar tão mansamente.
- Ôps, esse avião está muito esquisito! Será alguma assombração?
Sem pensar duas vezes, entrou no carro e deitou cabelo em direção à Campinas., ficando muito preocupado ao perceber que o objeto luminoso o seguia.
Em fração de segundos, o objeto desapareceu e ele nem percebeu que estava tão próximo daquela cidade maravilhosa.
Ao chegar em casa, levou o maior susto ao perceber um carro de polícia estacionado em sua porta.
- Senhor Vinícius, o que aconteceu? Há cinco dias o estamos buscando! – disse o policial.
- Como? Cinco dias? Mas eu acabei de chegar de viagem!Foram 12 horas e meia até aqui! Eu passei a noite inteira viajando – respondeu Vinícius. A única coisa estranha que aconteceu foi um objeto metálico, no formato de charuto que me perseguiu por alguns instantes no meio do caminho.
- Senhor Vinícius, sei que é difícil para o senhor compreender o que aconteceu. Hoje é sexta-feira. O senhor esteve desaparecido desde domingo passado e terá que me acompanhar até o hospital para realizar exames de rotina – ordenou o policial.
- Que é isso, companheiro? Hoje é segunda-feira e eu tenho que ir trabalhar – contrapôs Vinícius.
- Veja o calendário e o noticiário da TV e comprove por si mesmo – disse o policial.
Se não estivesse sentado, Vinícius teria levado um tombo. O policial tinha razão, ele estivera desaparecido por cinco dias. Somente os exames prescritos poderiam esclarecer o que houve.
Vinícius foi examinado minuciosamente no hospital. Nada de anormal foi encontrado, exceto algumas manchas vermelhas na pele, semelhantes à ação de raios ultravioleta.
Recebendo alta, Vinícius dirigiu-se para sua casa intrigado. Sua pele estava vermelha e ele viajara durante a noite.
Passou a noite tendo pesadelos. Vozes pareciam penetrar em sua mente. Como recebera alguns dias de licença médica, decidiu consultar um psiquiatra especializado que o submeteu a um tratamento por hipnose.
No começo, foi um pouco difícil. Não conseguia relaxar e tinha medo de ser dominado pelo médico. Depois, foi aceitando o tratamento.
As sessões revelaram que ele havia sido levado com carro e tudo para dentro do objeto voador não identificado.
Não sabe se foi drogado ou o quê. Só teve consciência que apareceu um loiro, alto, forte, sarado, de olhos verdes e com roupa metálica, de nome Ashtar. Ele não abria a boca para falar. Suas palavras eram inseridas diretamente no cérebro de Vinícius – uma espécie de telepatia.
Vinícius foi levado a uma sala semelhante à de cirurgia. Foi submetido a uma pulverização com uma substância verde e pegajosa. Foi massageado para relaxar e, posteriormente, amostras foram retiradas do seu sangue, sêmen e teve objetos implantados em algumas partes do seu corpo.
Passou por monitoramento de suas funções vitais durante cinco dias intermináveis.
Ashtar conversava com ele e o tranqüilizava, dizendo que nada de mal iria lhe acontecer, que ele nada temesse. Ele era parte de um projeto de pesquisa intergalática. Sua missão era decifrar o genoma de todos os seres do universo por isso ele veio ao planeta Terra.
O que mais intrigou Vinícius foi o fato de ser virado de bruços em determinadas horas do dia e ser sondado por tubos de grosso calibre. Doía um pouco no começo e depois ficava mais agradável como se contivesse alguma endorfina sintética.
Apesar do trauma, o tempo que cura todos os males, não conseguiu curar a saudade de Ashtar. Suas palavras ainda ecoavam na mente de Vinícius e ele alimentava a esperança de passar por tudo novamente.
Ashtar disse que voltaria um dia, ele prometera e não seria tão cafajeste de não cumprir a palavra. Ou seria?

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