Queixas
maria da graça almeida
Queixa-se a santa,
do som do hinário.
Da insossa garganta,
a voz do calvário.
Queixa-se a estrela,
da queda no pântano.
Do céu, ao sabê-la,
surpresa, espanto .
Queixa-se a lira,
da mão que limita
as notas que a vida
em sonhos imita.
Do homem ateu,
queixa-se o eu.
Seu pouco pescoço
jaz fundo no poço.
|