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Cartas-->O nosso mundo real -- 05/10/2004 - 14:01 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cerrou os olhos, como quem vai fundo ao passado para garimpar uma mágoa amortecida pelo caminhar de mais de quarenta anos, segurou firme a minha mão e com a voz serena, falou:
- Eu sofri calada, passei por todos aqueles vexames, chorei no silêncio do quarto em penumbra, abafando os soluços para que ninguém percebesse, mas guardei tudo aqui dentro da minha alma. Ele pensa, quando vem me bajular, que eu não sei de nada, talvez pense que eu sei de tudo, mas perdoei. Não é verdade. Eu sei de tudo, deixei passar, mas nunca perdoei. Aqui dentro existe uma mágoa sem fim, porque se tornou uma companheira dos meus dias solitários.
Olhei demoradamente para ela, serena, tranquila, mas inteiramente cônscia da sua segurança.
Imaginei as renuncias, as horas de tortura interior, lutando contra a humilhação, o desprezo, sem nunca perder a calma, dando a todos a impressão de que tudo estava indo muito bem.
Dela recebi esta e outras muitas lições de vida, principalmente a de que o mundo tem interesse nas suas horas alegres, mas não se interessa nem um pouquinho pelas suas horas tristes e marcada pelo azedume.
Fiquei então imaginando o quanto somos atores e atrizes no imenso palco da existência, representando papéis que servem às nossas conveniências e que, na realidade, inúmeras vezes, distam léguas e léguas do nosso mundo real.
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