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Erotico-->REMINISCÊNCIAS 6: O MARIDO MISERICORDIOSO -- 11/01/2007 - 16:13 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS 6: O MARIDO MISERICORDIOSO

Eu não tinha idade suficiente para entender a história. Somente fui conhecê-la em detalhes com o passamento da Dona Mabel muitos anos depois.
Dona Mabel era casada com o Seu Joé, comerciante e vizinho dos meus avós.
O armazém ficava na esquina e era muito movimentado porque, naquele tempo, não se ouvia falar em supermercados, redes de lojas e centros comerciais.
O casal teve oito filhos, todos loiros, de olhos azuis e que adoravam jogar futebol. Chegaram até a montar um time, o PC Futebol Clube, com camisetas listradas nas cores azul claro-azul marinho e com a logomarca de um refrigerante.
Na ocasião, Seu Joé consentiu que a fachada do armazém fosse pintada com as cores e a logomarca do patrocinador do time de futebol dos seus filhos.
A história de amor do Seu Joé com a Dona Mabel foi a de um Romeu e Julieta ao contrário. Enquanto estes faziam de tudo para ficarem juntos, com Seu Joé e Dona Mabel acontecia o contrário. Chegaram a ficar meses, anos, separados. Não por vontade do Seu Joé, mas por uma, digamos assim, necessidade física ou fisiológica de Dona Mabel.
Quando os filhos estavam brincando por muito tempo na rua e as janelas da casa contígua ao armazém estavam fechadas, Seu Joé e toda a vizinhança sabiam que a Dona Mabel estava com outro.
Seu Joé permanecia trabalhando até a meninada voltar para casa, sinal de que o outro já tinha ido embora. Fechava o armazém e retornava ao lar para descansar.
Não demorava muito, corria a notícia de que Dona Mabel havia fugido para outra cidade com outro, fosse ele comerciante, mascate, motorista de caminhão, proxeneta.
Seu Joé se desdobrava para cuidar da casa, dos filhos e do armazém.
Um belo dia, Dona Mabel retornava doente. Seu Joé cuidava dela, as coisas sossegavam, ela ficava grávida, dava à luz, amamentava.
Quando o menino estava na idade de brincar na rua, o ciclo recomeçava.
Ela ia ajudar no armazém, se apaixonava por algum cliente, recebia-o em casa, fugia com ele, adoecia e voltava. Seu Joé a recebia, tratava dela, ela engravidava... e assim por diante.
Depois do oitavo filho, Dona Mabel passou a ficar mais tempo longe de casa.
Em um dos seus retornos, teve que ficar hospitalizada e fazer um tratamento de saúde mais sério porque tinha fugido com um homem bem-dotado e não teve estrutura para agüentar o ritmo das relações naturais.
Em uma de suas fugas, o amante a abandonou em Porto Alegre e ela passou a se prostituir.
Teria ela comentado que ficava mais excitada fazendo sexo com desconhecidos porque cada dia era diferente do outro. Não gostava de rotina.
Era bom viver a incerteza de quem viria procurá-la, do tipo de atividade contratada, sentir os diferentes cheiros e calibres de corpos masculinos, alguns menos, outros mais asseados.
Os anos passaram e, já avó, Dona Mabel foi diagnosticada com grave enfermidade.
Voltou para casa, Seu Joé a recebeu e cuidou dela até sua morte.

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