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Erotico-->REMINISCÊNCIAS 12:O PEGADOR -- 28/01/2007 - 14:40 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS 12:O PEGADOR

Não havia início de semana em que ele não chegasse à repartição com uma novidade.
No final de semana, tinha ido à boate Queen’s e tinha pegado uma loira gostosíssima.; ou uma morena torneada.; ou ainda uma mulata cadeiruda.
Um papinho aqui, outro ali, uísque, champanha, o clima esquentava, um motel, e a presa não escapava. Era abatida na mesma noite, horas depois de terem se conhecido e implorava por “bis”.
Joaquim era conhecido e se fazia conhecer como o “pegador”, o “homem da vara de mel”.
Graças à sua fama, quando havia qualquer comemoração, seja aniversário, festas de finais de ano ou outro tipo de confraternização, os maridos ficavam de olho em suas esposas e, principalmente, em suas filhas, com receio da lábia de Joaquim.
Alguns colocavam em dúvida a habilidade de Joaquim em conquistar as mulheres. Como não havia prova em contrário, ele continuava sendo o “pegador”, o “homem da vara de mel”.
Um memorando chegou com urgência convocando Joaquim para uma reunião técnica em Recife.
Ele olhou com ar de superioridade para os demais colegas de trabalho, piscou um olho e proclamou:
- Agora será a vez das pernambucanas. Vou pegar uma por noite, só pra não perder a forma.
Arrumou os bilhetes, as malas, um estoque de preservativos, contactou o hotel. Lá chegando, a surpresa: o hotel estava lotado devido a um congresso de odontologia.
O funcionário do hotel havia se enganado quanto ao número de vagas disponíveis.
Por sorte, enquanto Joaquim discutia com o funcionário a questão da reserva, encontrou André, um conterrâneo, companheiro de colégio, que estava hospedado no mesmo hotel, em quarto duplo, e iria participar da mesma reunião.
Joaquim explicou a sua situação e André concordou em dividir o quarto com ele até o dia seguinte, quando abririam novas vagas com o término do congresso de odontologia.
Foram para o quarto, Joaquim contou parte de suas aventuras como “pegador”, o outro ficou meio desconfiado e até um pouco arrependido por ter concordado em dividir o quarto com “o homem da vara de mel”.
Joaquim certamente sairia à noite e, provavelmente, quisesse levar alguma mulher para o quarto e ele teria que presenciar cenas de alto erotismo, afinal, o quarto estava sendo dividido com “o pegador”.
Dito e feito, Joaquim anunciou que iria para a boate do hotel beber uísque e tentar pegar uma congressista, pois não teria tempo de sair à cata das pernambucanas.
Como havia somente uma chave, André não conciliou o sono esperando que, a qualquer momento, Joaquim chegasse com alguma odontóloga para dar uma “sapecada”.
Meia-noite, uma da madrugada, nada. André querendo dormir e Joaquim não chegava.
“Provavelmente foi para algum motel”, pensou.
Duas da madrugada e bateram à porta. Era Joaquim completamente embriagado.
Percebendo seu estado lastimável, André sugeriu que ele tomasse um banho e,
prestativamente, ajudou-o a despir-se.
Joaquim tomou um banho demorado enquanto André tentava dormir.
Após o banho, Joaquim foi deitar-se junto a André.
- Que é isso, companheiro? Sua cama é a outra! – bradou André.
- Calma, meu querido. Eu sei, mas pensei que podíamos nos curtir um pouco – respondeu Joaquim apalpando o “pinto” de André.
- Êpa, tira essa mão daí! – exclamou André.
- Sossegue, a gente pode entrar em um acordo, trocar carícias, posições, se curtir -falou Joaquim apalpando André.
- Acordo uma ova! – disse André levantando-se furioso e pegando seus pertences.
Nem esperou pelo elevador. Desceu as escadas correndo e foi falar com o funcionário da recepção do hotel.
- Preciso falar com o gerente com urgência – falou esbaforido.
- Senhor, o que aconteceu? – perguntou o funcionário.
- Aconteceu que, naquele quarto, com aquele pederasta, eu não fico. Eu quero outro quarto ou saio deste hotel agora e vou dormir nem que seja debaixo do viaduto – respondeu aos gritos.
O gerente foi chamado, ouviu a história, bem como alguns hóspedes que chegavam da balada, e acomodou André, provisoriamente, em um quarto dos fundos.
A notícia se espalhou rapidamente e, durante o desjejum, não se falava de outra coisa.
Joaquim pegou sua bagagem, mudou de hotel, participou do encontro técnico constrangido e sem coragem de dirigir qualquer palavra a André ou mesmo contestá-lo e voltou rapidinho da viagem.
Como nada permanece em segredo por muito tempo, em questão de horas a repartição já sabia do acontecido em Recife.
- Então esse é o “pegador” que tanto temíamos – diziam uns.
- Só se for “pegador de pinto” – caçoavam outros.
- Como dizem, depois da segunda dose de uísque, o lado “oculto” das pessoas se revela – pilheriavam.
Tendo o fato ocorrido no período da escolha de um novo Papa, Joaquim ganhou o apelido de “Papa Pinto I” e sua fama de “pegador” caiu por terra.
Acabou pedindo transferência para outra cidade.



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