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Erotico-->REMINISCÊNCIAS 14:OS VELHINHOS GALANTEADORES -- 28/01/2007 - 14:47 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS 14:OS VELHINHOS GALANTEADORES

Crescemos com o paradigma de que os velhinhos são pessoas comportadas, santas, disciplinadas e que convivem com a gente para nos ensinar os bons caminhos da vida.
Não é bem assim, pelo menos, com os dois velhinhos que conheci. Um se chamava Orestes, o outro Gregório.
Orestes era jornalista aposentado, havia trabalhado em grandes jornais e devia ter sido um tremendo “pegador”.
Embora não o conhecesse pessoalmente, eu ficava observando o seu comportamento quando ia tomar um cafezinho, após o almoço, em uma casa de café do centro comercial.
Ele chegava, pedia um cafezinho e ficava puxando assunto com as meninas que o serviam.
Enquanto tomava o meu café expresso, acabava ouvindo inadvertidamente o papo.
Às vezes, era chato, pois dava para ver o constrangimento das meninas.
Tempos depois, uma delas ficou grávida. Aí o velhinho ficou doido. Todos os dias, após o almoço, lá vinha ele dizendo que era jornalista, que tinha trabalhado em grandes jornais, etc.
A moça disfarçava atenção, concordava para não desagradar o cliente, e respirava aliviada quando ele ia embora.
Teve um dia em que ele não agüentou e propôs a ela que colocasse uma lingerie igual a das moças da propaganda de uma loja de departamento para que ele pudesse tirar uma fotografia. Ele pagaria R$ 50,00 pela foto.
Ela respondeu:
- O que é isso, seu Orestes?Me respeite, eu sou casada e estou grávida – disse a moça.
- Eu estou respeitando. Eu não quero que você fique pelada, só quero que coloque uma lingerie igual ao dessas moças da propaganda (falava sacudindo o folheto) para que eu possa tirar uma foto. Eu tenho uma coleção de fotos, inclusive da minha namorada que faleceu recentemente – disse o velhinho.
- Por favor, não insista! – pediu a moça.
- Está bem! Eu pago R$100,00 – disse o velhinho.
- Ai, meu Deus! – exclamou a moça e foi atender outro cliente.
Passado algum tempo, a moça tirou licença maternidade e nunca mais vi o Seu Orestes tomando cafezinho naquela casa de café.

Seu Gregório, por sua vez, tinha muita história para contar. Havia sido pracinha durante a Segunda Guerra Mundial e já estava beirando os 80 anos.
Por um desses acasos da vida, fui tratar de um assunto de trabalho com ele e vi sobre sua mesa um arsenal de guaraná em pó, Biotônico Fontoura, ovo de codorna cozido, chá de catuaba, vitaminas.
Semanas depois, a moça que trabalhava comigo veio me contar que havia sido cantada pelo Seu Gregório.
- Como, Maria Helena? O velhinho está com 80 anos. – disse-lhe.
- Só se for 80 anos de safadeza – ela me respondeu.
- Como assim? O velhinho vive tomando vitaminas. Eu vi sobre sua mesa.
- Pois é, as vitaminas são para manter a “potência”. Ele vive cantando as faxineiras. As que aceitam acabam sendo desviadas de função e viram secretárias – disse-me Maria Helena.
Tomando algumas informações, descobri que o velhinho, oficialmente, morava em uma casa com mulher e filhos, porém, há muitos anos, tinha um apartamento no centro da cidade para onde ele levava as suas amantes.
Sendo encarregado da coordenação dos serviços de faxina, aproveitava para cantar todas as funcionárias, prometendo promoções em troca de favores sexuais.
Como os salários eram baixos, muitas aceitavam e mudavam de vida como em um passe de mágica e ainda ficavam tirando onda com as demais.
Seu Gregório morreu com quase 100 anos.
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