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Erotico-->REMINISCÊNCIAS 19: PROFESSORA JOÃO -- 08/02/2007 - 15:32 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS 19: PROFESSORA JOÃO

Podem achar que é mentira, mas de fato aconteceu.
O campus rural da faculdade ficava a uns 15 km do centro da cidade.Portanto, dependíamos de ônibus para ir e voltar para casa.
Havia uma única linha que nos levava às 7h30min da manhã, voltava às 12 h.; pegava-nos às 13h30min e retornava às 18 h.
Quem quisesse retornar mais cedo ou ir mais tarde, dependendo do horário das aulas, teria que pegar uma carona ou tomar um táxi.
Em suma, ficávamos reféns do transporte ou pegávamos carona ou ainda tínhamos que ir a pé até a rodovia para pegar carona para a cidade.
De carona em carona, chegávamos em casa.
Em uma dessas ocasiões, acabei conhecendo a Professora Maria João, mais conhecida como Professora João.
Calculo que tinha 1,70m de altura, uns 100 kg de peso, gestos bruscos, óculos Ray Ban no melhor estilo motorista de caminhão e uma caminhonete robusta combinando com o seu tipo físico.
Era fumante e a forma de acender o cigarro era tipicamente masculina, protegendo a chama do isqueiro com a outra mão e dando uma tragada volumosa.
Não raras vezes, ficava à janela nos intervalos das aulas, fumando e fazendo fiufiu para as moças que passavam.
Nas reuniões de professores, talvez para provocar, costumava usar exemplos e metáforas, falando, para surpresa das demais professoras, expressões como “nós, homens...”
As professoras, discretamente, comentavam seus gestos, que ela fazia questão que fossem bem masculinos, e, muitas vezes, deixavam escapulir um “Professor João”.
Pois bem, um dia, fui falar com a Professora Glória na sala dos professores a respeito de um trabalho que tinha que apresentar.
A Professora João lá estava, sentada, com a perna cruzada, tornozelo esquerdo sobre o joelho direito, lendo alguma coisa, talvez um jornal ou alguma revista. Não prestei atenção.
O tempo passou e percebemos que havíamos perdido o ônibus do meio-dia.
Ficamos aflitos, a Professora Glória e eu, porque não havíamos encomendado o almoço no restaurante.
Sim, naquele tempo, como o número de alunos não era grande e a maioria almoçava em casa, quem quisesse ficar no campus para fazer consultas na biblioteca ou aproveitar o tempo para fazer algum trabalho ou reunião de grupo, tinha que encomendar o almoço logo à chegada porque a comida era feita na exata proporção de quem manifestasse vontade de almoçar. Não havia auto-serviço, nem cantina.
Começamos a nos lamentar.
- Puxa vida e agora, como faremos para almoçar e voltar imediatamente – dizia um.
- Isso é que dá a gente ficar tratando de trabalhos próximo ao almoço – dizia o outro.
- É professora, acho que vamos ter que ficar em jejum – disse eu.
- Pois é, podíamos ter pedido para o motorista ter nos avisado da saída – disse-me a Professora Glória.
Essas conversinhas foram irritando a Professora João e, em determinado momento ela explodiu:
- Parem de fiasco, vocês dois. Eu levo vocês para a cidade – disse-nos firmemente.
A Professora Glória e eu nos olhamos e quase respondemos em uníssono um “Sim, senhor!”
- Entrem no carro! – a Professora João nos ordenou.
Obedecemos e ela nos deixou no centro da cidade. Não precisa dizer que não tivemos coragem de dirigir-lhe a palavra porque ela estava de cara amarrada.
Passado algum tempo, após a formatura, tornei-me professor da faculdade e perdi o contato com a Professora João.
Um dos meus primeiros trabalhos foi participar de um projeto de diagnóstico sócio-econômico da região, onde conheci uma professora baixinha, de olhos azuis lindíssimos e cabelos encaracolados.
Marquei uma entrevista com ela para buscar algumas informações a serem acrescentadas ao projeto e percebi que ela me evitava. Falava como se a estivesse incomodando e dava a impressão de que já tinha fornecido todas as informações, portanto eu tinha que ir embora logo.
Confesso que não entendi nada.
Outro dia passando por ela, cumprimentei-a e ela fez que não me viu.
Continuei sem entender nada.
Em um final de semana, fui ao cinema na sessão das 20 h.
O meu queixo caiu ao ver a Professora João abraçada com a professora baixinha, de olhos lindíssimos e cabelos encaracolados. Elas eram namoradas.
Aí, entendi tudo: a Professora João era ciumenta ao extremo.

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