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Erotico-->REMINISCÊNCIAS 27: MÁRIO ‘BRONHA’ -- 13/02/2007 - 15:03 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS 27: MÁRIO ‘BRONHA’

Quando tínhamos aulas à tarde, Mário sempre chegava atrasado após o recreio. Desculpava-se com o padre, nosso professor, e sentava-se com a cara mais deslavada do mundo.
O pátio do colégio era enorme. No meio, ficava o campo de futebol coberto de areia grossa. Do lado direito, o prédio antigo com salas, um laboratório de Física, um pequeno museu no andar superior e o teatro no térreo. Mais à frente, os mictórios a céu aberto, popularmente conhecidos como ‘mijadores’, e a cancha de salto em distância.
À frente, ficava a quadra poliesportiva para voleibol, basquetebol e futebol de salão. Ao fundo, o muro com o portão detrás do colégio, onde esperávamos o horário das aulas de Educação Física. À esquerda, algumas árvores e, ao lado delas, um pequeno campo de futebol.; o prédio antigo, onde funcionava o clube do Padre Ernesto.; a lanchonete.; o antigo refeitório dos alunos internos.; um banheiro.; e a entrada dos fundos da igreja.
Movidos pela curiosidade adolescente, começamos a investigar o que Mário fazia após o recreio que o obrigava a chegar sempre atrasado na aula do Padre Erwin.
Descobrimos que ele era assíduo freqüentador do banheiro ao lado do antigo refeitório dos alunos internos.
Perguntado, Mário confirmou que era uma delícia ficar naquele banheiro antes das aulas do Padre Erwin, principalmente, porque ele descobrira que o pessoal da turma mais velha escondia ‘catecismos’ do Carlos Zéfiro em um compartimento disfarçado atrás da caixa de descarga.
É claro que isso permaneceu em segredo por muitos anos. Do contrário, todos os envolvidos seriam descobertos e expulsos do colégio.
Entretanto, cada vez que Mário entrava na sala de aula com a velha desculpa, todos se entreolhavam e davam uma risadinha.
Na hora do recreio, ele não escapava das brincadeiras:
- E aí, Mário, as palmas das mãos já estão cabeludas?
- Andas muito pálido e com espinhas no rosto, Mário!
Não demorou muito, ganhou o apelido de ‘Mário Bronha’.
Fui ter notícias dele muitos anos depois.
Mário se casou, porém não largou o velho hábito.
Provavelmente, entusiasmado com o seu desempenho de recém-casado, passou a imaginar que estava com a bola toda e a assediar as empregadas do edifício, a começar pela do próprio apartamento.
A moça, precisando do emprego, fingia que não era com ela e esquivava-se cada vez que Mário tentava dar-lhe um amasso.
Um dia, enquanto a moça estava de costas lavando a louça, foi flagrado pela esposa praticando o velho hábito. O tempo fechou.Contudo, ele conseguiu contornar a situação.
Outra ocasião, estava lavando o carro na garagem quando passou por ele a vizinha mais gostosa do prédio. Ela caminhava de modo sensual, rebolando, remexendo as cadeiras.
Ao ver aquele corpinho de violão, Mário não resistiu e foi flagrado pelo vigia reincidindo no velho hábito.
A situação se agravou porque o síndico foi comunicado, chamou a polícia e Mário foi preso por atentado ao pudor.
Graças à perspicácia do seu advogado, foi considerado compulsivo e internado em uma clínica para tratamento psiquiátrico.
Saiu algum tempo depois, mudou-se do prédio, e nunca mais se teve notícias dele..

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