Quem é você?
(seu mistério não esconda,
não se achegue, só responda!)
Você é preta ou é lilás?
Chega depressa ou, devagar?
Vem pra assustar ou pra aliviar?
Anda no chão, ou flui no ar?
Leva no colo, ou, pela mão?
Pega com ódio, ou, sedução?
É quente, ou fria? Cheia ou vazia?
É canto ou pranto? Certeza, ou espanto?
É dor, ou amor? Escuro, ou, fulgor?
Vem de repente ou vem avisar,
que chegou a vez de quem vai levar?
Vem premiar ou vem castigar?
Carrega pra onde? Qual é o lugar?
Espalha azar ou sorte somente?
Responda-me agora se onisciente:
se com a vida tanto contrasta,
você é a mãe, ou é a madrasta?
Não...não... retiro a questão!
Não se importe comigo, pode ir, aqui fico!
As perguntas que fiz ora já me esqueci
e, até da poesia, seu nome omiti.
Maria da Graça Almeida
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