Confissões de Um Bebedouro
Eu sou um bebedouro , um aparelho para beber água ,
Que espanta toda a mágoa ...
De quem tem a boca seca e ardente ...
Atrás de um líqüido inocente !
Sou um bebedouro ...
Ofereço água que vale ouro !
O meu jato prateado ...
Sempre fica apaixonado ...
Por uma boca sedenta ...
Com hálito de menta !
Eu sou um bebedouro , um aparelho para beber água ,
Que espanta toda a mágoa ...
De quem tem a boca seca e ardente ...
Atrás de um líqüido inocente !
Eu já morei em vários lugares ...
Em empresas e lares !
Primeiro eu morei numa escola ...
Onde a criançada me dava bola !
Mas , ás vezes os alunos me tratavam mal ...
De um jeito nada especial !
Nesta escola , conheci crianças que me chutavam ...
E , assim , me estragavam !
Depois , fui desativado ...
E colocado de lado ...
Para trabalhar num serviço público ...
Divertido e lúcido !
Fui parar no corredor de uma área administrativa ...
Pública e nada ativa !
Onde os funcionários ,
Nada otários ...
Viviam bebendo água , café e refrigerante ...
Em vez de trabalharem de uma forma elegante !
De tanto me usarem fiquei estragado ...
Mas , depois fui doado ...
Para um asilo de idosos ,
Maravilhosos e formosos !
Lá eu fui consertado ...
E muito bem tratado !
Mas , o asilo não tinha dinheiro para se sustentar ...
E infelizmente , teve que fechar !
Hoje me encontro , num ferro – velho , neste estabelecimento ...
Que guarda objetos abandonados , mas com muito sentimento !
Mesmo assim sei que sou um bebedouro , um aparelho para beber água ,
Que espanta toda a mágoa ...
De quem tem boca seca e ardente ...
Atrás de um líqüido inocente .
Luciana do Rocio Mallon .
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