Precoce
maria da graça almeida
Sob o olho do menino,
de manhã, o céu corou,
pois, o olho do menino,
tão criança, menstruou.
Onde é que agora estão
as bolinhas, o pião?
Onde está o aconchego,
a ternura, a ilusão?
Será que o homem feito
não se pode mais lembrar
que um dia foi menino
e menino tinha o olhar?
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