Despretensão
maria da graça almeida
Minha poesia é menina,
tem renda, franzidos, fricotes,
tem canto, embalo, rima,
recato e casto decote!
Não pretende ser moderna,
nem chega a polemizar.
Com tronco, braços e pernas,
ligeira se espalha no ar.
Sua cadência me absorve
sem trazer sofreguidão,
flui suave e me envolve
em pueril divagação.
|