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Erotico-->O PUNHETEIRO -- 07/05/2007 - 16:09 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

DESACONSELHÁVEL PARA MENORES DE 18 ANOS


Era um folclórico morador de rua de Baturité nos idos da década de 60. Embora hoje a cidade não seja grande, naquela época era bastante pequena, e quase todo mundo se conhecia. O Raimundo, nem se fala, era conhecido do Putiú ao Beco do Cacete, das Lajes ao Mondego, passando pelo Labirinto.

O apelido era por conta dos muitos cachimbos que leva dentro de um saco, preso às costas, que continha, além dos cachimbos, ainda, um monte de latas velhas, peões e muitas caixas de fósforos.

As caixas de fósforo eram mantidas intactas, apenas uma delas era usada, e servia somente para riscar os fósforos, enquanto nas demais guardavam os palitos de fósforo ainda não utilizados.

Coisa de doido mesmo.

Dormia nas ruas, ao relento, somente enrolado em velhos lençóis ou em pedaços de papel. O saco servia de apoio à cabeça e ao mesmo tempo era protegido por ele de algum atrevido que quisesse roubá-lo. Preferia dormir nas ruas, ao relento, a dormir dentro de casa, pois como ele próprio dizia, tinha medo de ladrões e dentro de casa era perigoso.

Certa vez, deram-lhe uma rede que ele passou a armar na marquise de uma padaria na Rua Sete de Setembro, que um sujeito, vindo de uma farra, embriagado e somente por maldade, cortou os punhos da rede, e deixou coitado no chão, desesperado e jogando pedras a torto e a direito.

Diziam ser ele bem dotado. O pau, segundo comentários, era tão grande que precisava ser amarrado, por ele, nas próprias pernas com barbante porque balançava muito e atrapalhava-lhe seus movimentos. Um jumento de lote. Pra quem não sabe jumento de lote é como chamamos aqui no Ceará, os jumentos criados presos para cruzar com éguas e nascer mulas.

E nós, por sacanagem, gostávamos de contar histórias sobre mulher trepando, para ele se excitar e sair correndo para se masturbar nos matagais. E nessas horas, ele tinha até uma musiquinha de sua própria autoria para cantarolar enquanto tocava uma bronha:

- “Daqui não vem ninguém, dali muito pior. Gasto minha mão, mas não gasto meu vintém.”

E tome punheta.

Numa dessas vezes, ele saiu para os lados de uma rua que na época era conhecida como Rua da Fábrica Velha, meio dia em ponto. Um colega viu quando o Raimundo passou e foi atrás dele, encontrou-o debaixo de uma moita de mamona mandando ver uma bronha.

O colega, que morava próximo do local, foi em casa pegou um balde cheio de água e voltou para perto do Raimundo, bem devagar para não ser notado, esperou o momento certo, ali no aguardo da melhor hora, quando o punheteiro estivesse gozando na hora H, esse colega não contou conversa jogou o balde com água e tudo na cabeça do Raimundo. Desesperando, puto da vida, por haver sido interrompido no melhor da festa, quando ele devia está comendo uma das alunas do Colégio Maria Imaculada, saiu correndo atrás do sujeito. Com uma das mãos tentava segurar o saco que ele sempre levava nas costas com suas porcarias, com a outra tentava segurar a calça que ainda estava arriada e ao mesmo tempo queria jogar pedras, com era seu estilo, no sujeito que o interrompera, enquanto gritava como sempre fazia na hora que estava com raiva:

- Cão de carne!


HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
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