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Artigos-->196. JOGOS DE AZAR — OLAVO -- 04/05/2003 - 07:37 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Qualquer seja o resultado da loteria, jamais você poderá reclamar da sorte, ou seja, se você levar um dos prêmios, terá a devolução em espécie de sua aplicação e, se não obtiver retorno algum, também não poderá ficar desesperado ou desesperançado, pois o jogo é livre e só joga quem quer.



Não é o mesmo no âmbito da espiritualidade, pois todos são coagidos a participar e, se você se recusar a oferecer bons palpites, segundo a orientação evangélica, não terá retorno algum em forma de benemerência, podendo ficar endividado, pois estará sacando dos fundos do Senhor, sem que haja reposição.



A figura é chula, mas profundamente verdadeira. Só a empregamos porque os homens de todos os níveis e categorias socioeconômicas estão participando ativamente dos jogos de azar, especialmente daqueles que são fomentados pela ganância oficial.



Quanto ao divino jogo das virtudes, esse não pode nunca ser perdido, sem afetar profundamente o roteiro de vida previamente traçado. Por isso, irmão, vamos deixar de lado a insegurança das “fezinhas” e vamos conduzir todos os atos com fé muito grande no coração.



De certa forma, os homens podem obter algumas desculpas razoáveis para o fato de jogarem: é que lhes disseram que o dinheiro aplicado reverte em vantagens para toda a coletividade e, mais especialmente, para os necessitados. Desse modo, muitas consciências são aplacadas, pois o risco da doação é grande no que concerne a, de repente, terem de volta, na forma de grande prêmio financeiro, tudo com que anteriormente “contribuíram”. Sem essa desculpa, ficaria bem mais difícil contornar o problema do vício do jogo. Faz bem, portanto, quem, ao invés de aplicar o dinheiro nas casas lotéricas, o deposita diretamente nos cofres das instituições de caridade.



Aqui, também, é preciso tomar muito cuidado, pois a prática do crime se estendeu largamente no seio de muitas dessas entidades, de maneira que a benemerência, quando existe, fica quase sempre em segundo plano, avantajando as regalias dos que se congregam para gerir verdadeiros “negócios filantrópicos”. O homem é lobo do homem, e, se você não tiver a possibilidade de averiguar a honestidade da instituição a que irá destinar a contribuição, é melhor propor-se ao trabalho juntamente com os benemerentes, de sorte a fiscalizar todo o serviço socorrista.



É com muita tristeza que temos de dar estes avisos, pois não só não deveria haver qualquer falcatrua da parte de quem se propõe a lidar com a carência humana, como ainda o fato da miséria de há muito deveria ter sido banida da face da Terra, dados os recursos extrativos e de exploração ambiental altamente desenvolvidos.



Este alerta não deve surpreender o amigo leitor, pois, segundo o parecer comum, deveríamos nós, espíritos soltos no etéreo, não ficar preocupados com a forma pela qual os homens devam exercer a caridade. No entanto, temos visto tanta ingenuidade na forma de dar, que o que mais acontece é prejuízo em lugar de benemerência.



O ato de dar sem olhar a quem é de sublime inspiração, desde que nos detenhamos a meditar a respeito do que devamos dar. Se um bêbado bate à porta e pede comida, devemos dar; mas se pede dinheiro, devemos desconfiar de que vá aplicá-lo na conservação do vício. Este exemplo é cediço e qualquer pessoa tem discernimento para oferecer outros modelos para ilustrar a idéia. No entanto, fiquemos apenas com mais um caso comum.



Vamos supor que a pessoa que pede possui imensas riquezas e seu objetivo seja só estabelecer ascendência psicológica sobre o doador. Se o doador conhece o pedinte e sabe de seus recursos e da falta total de necessidade material e se, ainda assim, atender à solicitação, é, no mínimo, “burro” ou mal intencionado, pois seres existem que, no ato da doação, visam a prejudicar o semelhante. Se não der nada, poderá proteger o patrimônio, mas não contribuirá para melhorar qualquer coisa, nem auxiliar o pedinte, nem o seu relacionamento. Se, entretanto, for capaz de levar palavra de esclarecimento da real situação de quem lhe bateu à porta, obrigando-o a, pelo menos, refletir a respeito de sua atitude, com o intuito de fazê-lo superar a própria desídia, então, terá doado de si, embora a doação não correspondesse ao pedido, mas visasse a sanar a real necessidade do pedinte.



Sabemos que o exemplo acima é bem mais complexo do que o do bêbado mas, “mutatis mutandis”, no fundo, tudo se passa exatamente da mesma forma: devemos dar sempre, mas segundo a necessidade do pedinte.



Voltando aos jogos de azar oficiais, oferecem recurso extremo para as pessoas que não têm meios outros de oferecer sua contribuição, a não ser através deles, mas isto é circunscrito à minoria absoluta da população: pessoas que trabalham em horários fechados, sem possibilidade de freqüentar as entidades assistenciais a não ser esporadicamente; pessoas entrevadas, presas a leito hospitalar, sem possibilidade de locomoção, embora saudáveis quanto ao intelecto; pessoas aprisionadas por delitos já superados, tendo em vista arrependimento oportuno, mas cujas penas perduram etc. Nesses casos extremos, persiste a esperança do retorno em forma de prêmio vencedor. Aqui vai surgir o problema da aplicação desse dinheiro extra, o que é outra história...



A loteria propicia outra forma de culpa: trata-se das pessoas muito carentes mas que, pela avidez do ganho fácil, costumam apostar acima de suas posses, esquecidas de que os filhos têm necessidades prementes, até de caráter nutricional. Essas pessoas invariavelmente se espojam no vício do jogo, mais ainda do que aqueles ricaços que se afastam do país para deixarem, nas mesas de jogos estrangeiras, o produto da exploração do trabalho semi-escravizado de suas lavouras e indústrias. Estes vão carregar consigo muitas cargas pesadas, dado o desajuste com relação às leis do Senhor, especialmente daquela que determina expressamente: “Não roubarás!”, além da falta total dos aspectos das virtudes cristãs do amor, da justiça e da caridade. Mas este é tema para outra oportunidade.







Queremos encerrar, agradecendo efusivamente à boa vontade do leitor em nos ter acompanhado. Ficaríamos mais agradecidos se pudéssemos contar com você para as lides socorristas mediúnicas, que, além do tempo despendido, não vão exigir qualquer contribuição de caráter financeiro. Caso tenha sido contemplado com condição econômica favorável ao sobejo de bens, por poucos que sejam, destine parte para os pobres realmente carentes, não se esquecendo de fazer sua contribuição moral, espiritual, doutrinária, a par dos benefícios de ordem material. E se não possuir de si mais do que boa vontade, integre-se em casa de assistência, qualquer seja o matiz religioso da organização, para oferecer os préstimos de seu desforço físico. Tudo que se pode conseguir em favor do próximo pode ser útil e, certamente, ainda correrá o risco de receber o prêmio maior de ser admitido no reino de Deus.



“Ave, Maria...”



“Pai nosso...”



Graças a Deus! Vemos que nós conseguimos, você e eu, fazer a nossa doação recíproca: você, propiciando-me a oportunidade de crescer em minhas tarefas mediunizadoras; eu, dando-lhe a oportunidade de cumprir sua missão. Por isso, a nossa prece foi de agradecimento a Deus pela misericordiosa oportunidade que nos ofereceu de podermos progredir mais um pouquinho.



Vou ficando por aqui, agradecendo também a todos os membros desta equipe maravilhosa que presta seus serviços neste humilde tugúrio (no sentido espiritual, é claro).









COMENTÁRIO — HERMÍNIO



Olavo nos deu a impressão de que a mensagem tenha sido realmente “mal alinhavada”, dado o roteiro tipo colcha de retalhos que utilizou. Mas não se engane o leitor: foi proposital, pois visava a público bem específico, ou seja, todo aquele que, de certa forma, arrisca um dinheirinho no comércio da benemerência oficial.



Foi bastante feliz em suas diversas colocações a respeito do jogo, mas o seu objetivo, evidentemente, era o incentivo à doação inteligentemente realizada, sem que o doador se perca no seu ato de doar, propiciando o ônus das culpas do destinatário. Quanto a este aspecto, sabemos tratar-se de tema muito polemizado entre os encarnados, que preferem doar irrestritamente, jogando a responsabilidade da falsidade do pedinte tão-só sobre ele.



Esse ponto de vista não é, evidentemente, o propugnado pelo nosso mensageiro. Quer atribuir a responsabilidade da doação ao doador, também no que tange à figura do pseudonecessitado, no que contraria, como ele próprio frisou, o anexim popular “fazer o bem sem olhar a quem”. Não vamos tecer comentários paralelos, aventando outros argumentos em favor da tese de Olavo, nem contrariando sua posição. Contentes ficaríamos, como fez questão de ressaltar, se não houvesse necessidade de doação, por não existirem necessitados.



Como se pode perceber, esta crítica foi meramente descritiva, o que ressalta o valor da mensagem do amigo, calejado no auxílio construtivo aos semelhantes carentes de todo tipo de ajuda. Sendo assim, receba os cumprimentos e aceite o pedido para continuar freqüentando as nossas sessões, trazendo-nos, sempre que possível, comentários judiciosos a respeito das falaciosas atitudes humanas, sem esquecer, naturalmente, de apontar o remédio para a cura e a posologia quanto à aplicação.



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