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Artigos-->verbo ser -- 10/05/2003 - 23:52 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Verbo ser

maria da graça almeida



A vida que nascia escondida sob o gerânio

e as cravinas não era feito a que se via

no alto das árvores ressequidas.

O ser que no baixo se avistava

desconheceria a inebriante vertigem da altura.

Era uma nova vida que apesar da beleza

do leito natal, cama reflorida,

explodia em vitalidade rastejante,

gosmenta e asquerosa.

O mesmo não se diria do outro vivente

que entre palhas, capim e galhos secos

-tosca e rude ambientação -

mais tarde experimentaria, nos céus,

as delícias dos largos e audaciosos vôos.



Era a surpresa dos desabrochares

no conflito da beleza plena

com a repugnância total;

um embate de quem olhava apenas o ali, o agora,

com quem vislumbraria o adiante, o depois.

Era o soluço de quem nada seria,

respondendo ao sorriso de quem tudo teria.



E nesse fim de tarde atoleimado,

quando o nada a fazer dispôs-me às observações inúteis,

minhas divagações levaram-me a perceber

que a tempestade e a bonança de uns e outros

já foram retratadas por pares e pares

de olhos curiosos e, sobretudo, desavisados,

não cientes de que as fotografias não são eternas,

mas, enquanto forem visíveis, serão imutáveis.

O que é independe da nossa força, vontade e fé.

O que é será sempre como sempre foi.

O que é sempre será.





Maria da Graça Almeida

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