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Contos-->Tolo e cândido "Parzival"- Uma saga sobre o Santo Graal -- 11/08/2001 - 23:01 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










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Nos velhos tempos, Gachmuret, o filho do rei de Anjou, deixou a corte de seu pai e saiu como típico cavaleiro pelo mundo afora. Ele recusara prestar seus serviços como vassalo ao irmão mais velho e herdeiro da coroa e do reinado. Os amigos elogiaram de Gachmuret a coragem de cavaleiro e sua constante fidelidade; as mulheres, sua elegância e suas nobres maneiras; os inimigos, porém, tiveram que reconhecer seu braço forte e tiveram que temê-lo.

Em suas gigantescas e aventurosas viagens Gachmuret cruzou os desertos persa e árabe e chegou até mesmo a Damasco. Então, de volta, desnorteou-se numa tempestade em alto mar, na costa da África, onde era pago como honrado cavaleiro da bela rainha moura: ele havia ganhado o seu amor e livrado a capital do assédio de dois exércitos hostis.

Mas, apesar de honras e pagas em ouro, o desejo de aventura nunca deixou que o valente guerreiro demorasse em parte alguma. Na cidade espanhola de Toledo, ele teve notícias do torneio de cavaleiros que havia sido promovido pela rainha Herzeleide. Ela era uma viúva de famosa beleza e tinha prometido dar a sua mão ao vencedor, além do cetro de rei como recompensa. Então, Gachmuret apresentou-se para a disputa, e nenhum dos muitos candidatos pôde resistir a sua impetuosa força e a sua habilidade: como vencedor, ele conquistou os prêmios anunciados.

Por vários anos, ele viveu ao lado da rainha. O império floresceu sob seu sábio governo. Porém, o ímpeto de cavaleiro não deixou Gachmuret em paz por muito tempo e, como o califa de Bagdá chamou-o por necessidade de guerra, ele não hesitou em se apressar para ajudar o amigo no distante Oriente. Em vão, a Sra. Herzeleide tentou demovê-lo daquela intenção.

Depois de ansiosa espera, voltou um mensageiro do distante Oriente, um dos servos de Gachmuret, ao castelo real; lutando por Bagdá, o cavaleiro havia encontrado a morte.

Logo após, a senhora Herzeleide deu à luz uma criança de bela conformação física e de fortes membros. Ela o chamou de Parzival.

Sem o braço forte de seu esposo, a senhora Herzeleide ficou sem poder. O rei do império vizinho destronou-a e roubou sua coroa e sua terra. Então, mudou-se para a solitária floresta Soltane; consigo levou apenas alguns criados e, numa clareira, mandou construir uma casa simples, arrotear a terra e cultivar o campo.

A preocupação afetuosa da mãe era agora com o pequeno Parzival. Em seu rancor contra guerra e duelos que tinham levado seu amado mundo afora, ela proibiu para sempre aos seus servos, sujeitos a castigo severo, de deixarem transpirar para o jovem qualquer palavra que se referisse à nobreza e às coisas da vida de cavaleiro:

"Porque meu filho, minha mais querida herança do marido morto, ouviria o que é vida de cavaleiro? Isso só me traria mais tristeza, e a ele também".

A criadagem cumpriu cuidadosamente as ordens de sua senhora. O que ficou em Parzival da prática de cavaleiro foram o arco e as flechas, que ele mesmo havia feito com as próprias mãos, para caçar pássaros na floresta. Porém, quando se deparou com o emplumado da selva, extasiou-se de piedade e amargo remorso, e os sons dos pássaros nas copas das árvores o comoveram tanto que ele passou o dia muito triste. "Então, por quê os pobres pássaros deveriam morrer?", perguntou o tristonho Parzival a sua mãe.

Então, ela o beijou afetuosamente: "Como eu poderia fazer algo contra a vontade do nosso Deus mais alto?".

"Oh, mãe", respondeu, "O que é Deus?". E a Sra. Herzeleide respondeu:

"Deus é a Luz, meu filho, que nos ilumina mais que a clara luz do dia, Ele se apresenta para ti nos momentos de necessidade de sabedoria para viver: Chame-O em cada necessidade; Ele preferirá sempre te ajudar".

Logo, Parzival era um mestre no uso da lança. Em cada estação do ano, ele caçava e todos admiravam sua força corporal, quando ele tirava do dorso da mula, sozinho, e colocava nos ombros a carga de uma pesadíssima caça.

Certa vez, quando o jovem Parzival voltava da caçada, ouviu um tropel à sua frente na trilha da floresta. "Se o diabo viesse agora...", pensou já pegando firme em sua lança, "oh, como eu gostaria de travar uma luta com ele...". Pugnaz, o jovem herói preparou-se.

Mas, como ele ficou surpreso: ali, a cavalo, três deslumbrantes vultos caçavam, suntuosamente armados com reluzente aço. O puro jovem da floresta, levando tudo a sério, achou que cada um dos três seria um Deus. Ele ajoelhou-se no meio da trilha. "Ajuda-me, Deus!", exclamou ele de mãos postas."Tu podes ajudar!"

Os três cobertos de aço eram cavaleiros do rei Artur. O primeiro ficou irado com o obstáculo: "Tu, estouvado tolo", aproximou-se dele, "não interrompa nosso cavalgar!" De rédeas curtas veio ainda um quarto cavaleiro, equipado de aço mais brilhante que os demais.

Parzival estava como que sonhando. Nunca ele havia visto tanta luz brilhante. Ele pensou que estava frente ao próprio Deus, sobre o qual sua mãe tantas vezes lhe falou, ao ensinar-lhe a diferença entre luz e escuridão. Fervorosamente, o filho do rei ergueu as mãos ao céu: "Oh, Deus poderoso, ajuda-me!".

"Eu não sou Deus", respondeu sorrindo um cavaleiro, "o que vês aqui, ante a ti, são quatro cavaleiros que vivem de suas altas tarefas".

"Tu dizes: cavaleiro , acentuou o jovem rapaz", então, diga-me, quem rege a Ordem dos Cavaleiros?".

Os cavaleiros tiveram que sorrir por causa da sua ingênua pergunta. Porém, o mais elegante deles deu novamente paciente resposta: "É o nosso Rei Artur. Venha ao seu palácio, ele satisfará com prazer vosso desejo".

Com agrado, os quatro observaram as nobres feições do jovem, que lhes pareceram de inequívoca origem real.

Cheio de curiosidade, Parzival atentou para as couraças e as armas dos cavaleiros, e provocou neles novos risos com suas perguntas ingênuas. Luvas e couraças, armaduras e escudos - tudo era para ele bastante desconhecido. Tolerantemente, os cavaleiros explicaram - lhe como usavam o escudo e a espada.

Porém, com entusiástica alegria, o menino apressou-se em relatar à mãe o divertido encontro. "Dê-me um cavalo, mãe", pediu-lhe, ruborizado, "que eu vou ao palácio do Rei Artur para me tornar um cavaleiro!" A rainha, já percebendo todo o esforço e preocupação de mãe anular - se tão cruelmente, ouviu sobre o encontro na floresta. Parzival contou sobre o aparecimento reluzente dos quatro cavaleiros, e então, embora com amargura no coração, a mãe teve que reconhecer que ela não poderia conter o menino por muito mais tempo. Então, com seus cuidados de mãe, apressou-se em planejar métodos e modos de desencorajá-lo de sua intenção e fazer com que desta desistisse. Ela imaginou vesti-lo ridiculamente, de modo que todo o riso de zombaria do mundo o rechaçasse e, assim, logo ele voltaria.

Então, ela vestiu-o com uma roupa feita de um grosseiro saco de linhagem, um gorro com guizo sobre a cabeça e deu-lhe um rude par de sapatos de couro curtido de bezerro, como os usados por charlatões.

"No estrangeiro, tu seguirás à risca os meus conselhos de mãe". Disse ela, abraçando-o com fervor."Assim, ouça o que te digo: diante de uma correnteza, evite vaus escuros; mas tu podes penetrar corajosamente nos vaus rasos e mais altos. Segundo: Seja cortês com todos e ofereça a todo o mundo tua saudação! Terceiro: Tenha respeito perante uma cabeça grisalha e siga o conselho dos idosos experientes! E, finalmente: Lá, se uma virgem nobre te oferecer anel e cumprimentar-te, aceite confiantemente; um beijo respeitoso traz sorte. E tu deverás saber, meu filho Parzival, que tu és de estirpe imperial e que foi o arrogante Lähelin que arrebatou sua herança de raiz!

"Eu vingarei isso!", exclamou Parzival decidido. "Minha lança deverá levá-lo à morte!...".

Então, a mãe o abraçou apaixonada. Ele beijou-a na despedida. Porém, quando Parzival desapareceu dos seus olhos na floresta, a Sra. Herzeleide caiu morta ao chão; a dor da despedida enfartou-lhe o coração.

Enquanto isso, o belo rapaz cavalgou adiante, sem saber sobre a morte da mãe amada. O caminho conduziu-o a um riacho, onde até um galo poderia atravessá-lo; mas, como a água parecia escura, então, ele se lembrou da palavra da mãe e evitou a travessia. Ele se manteve o dia inteiro ao longo da beira do riacho e, finalmente, pernoitou ao ar livre, uma vez que não pôde achar nenhum vau. Quando clareou, pela manhã, a límpida água mostrou-se tão rasa que ele ousou atravessá-la.

Logo depois, ele atravessa um prado no qual havia uma barraca; ela era toda revestida de precioso veludo tricolor e adornada com passamanarias.

Cautelosamente, o menino ousou espiar lá dentro. Então, ele viu que uma mulher dormia ali; tinha traços de nobreza, graciosa boca e reluzentes lábios. Era Jeschute, a mulher do duque de Orilu.

"Como a mãe me aconselhou?", ruminou Parzival, calmamente. Ele se lembrava dela ter falado em saudação , anel ... E, despreocupado, pôs a cortina de lado, deu um beijo na sonolenta e tirou-lhe o anel. A senhora Jeschute acordou, é claro, por causa daquele toque descortês. "Como atreves, escudeiro, a invadir minha câmara, e com vosso beijo me desonrar?" Disse ela, bastante irada e envergonhada. Porém, Parzival deixou correr o marfim . "Minha mãe me ensinou assim", retrucou, "e, além disso, sinto fome". Então, a duquesa teve que rir, apesar de toda aquela ofensa. "Lá, sobre a mesa, encontrareis pão e, também, duas tenras perdizes que minha criada trouxe".

Então, o penetra pôs-se a comer e, também, a beber do vinho à larga. Envergonhada e com o pensamento no duque, o coração da senhora Jeschute batia temeroso: "Escudeiro", ela pediu, "devolvei-me meu anel e retomai rápido vosso caminho! Se o duque vos achasse aqui, vós seríeis castigado muito!..."

Porém, Parzival era descuidado. "Por quê deveria eu ter medo da fúria de vosso esposo, nobre Senhora? Porém, se prejudico vossa honra, prefiro vê-la à vontade e retomar meu caminho!" Aflita distanciava-se a duquesa, quando ele ainda roubou-lhe um beijo de despedida. "O beijo de uma nobre mulher traz sorte, minha mãe me ensinou", disse candidamente, e cumprimentou a senhora Jeschute todo respeitoso e partiu. Ele se alegrou por ter seguido à risca os esplêndidos conselhos de sua mãe.

Logo depois, o duque voltou para ela e, pelo acalcanhado na grama, ele reconheceu claramente, que a Sra. Jeschute tinha tido visita. "Mereço isso de ti?", exclamou furioso, "Por quê me fazes tal desgraça?"

Com lágrimas nos olhos, a mulher negou cada culpa. E, temerosa, contou-lhe do tolo visitante que, contra sua vontade, havia lhe roubado beijo e anel e lhe pediu comida. Entretanto, ela não deixou de salientar sua aparência de nobre: "Mesmo tendo conhecido muitos escudeiros, nunca vi jovem com tal beleza!".

Naturalmente, esta impensada fala, despertou no duque mais ciúme ainda. Em sua fúria de cavaleiro, ele jurou castigar o miserável sedutor, onde ele o encontrasse. Mas, Jeschute, dali em diante, não queria dar mais assistência a não ser ao seu marido. "Teus lábios vermelhos podem ficar pálidos e teus olhos, vermelhos de vinho - eu te castigarei por tua infidelidade. Tu me seguirás como criada, cavalgando um cavalo de meia jorna, e em vez de preciosa brida, tu deverás guiá-lo com uma corda retorcida!".

Sem se importar com as lágrimas da infeliz, o duque preparou a partida e ordenou que a renegada esposa o seguisse. Quanto ressentimento Parzival trouxe a ele com a sua imprudência!

Com implacável ódio, o duque partiu; mas o inofensivo menino que não suspeitava de perseguição, não deixou mais rastros. Sem malícia, ele seguiu seu caminho. Quem cruzava seu caminho, era logo por ele delicadamente saudado, e ele ainda dizia: "Assim me ensinou minha mãe".

De repente, ao deparar-se com uma pedra inclinada, ele ouviu uma voz feminina que gritava desesperada. Ela estava assentada naquela pedra e segurava um cavaleiro morto em seu colo. Cheio de compaixão, Parzival aproximou - se e saudou educadamente, tal como sua mãe lhe ensinou. "Deus vos proteja, nobre moça!", exclamou ele, "Dizei-me, porém, quem causou dano ao cavaleiro. Se eu puder vos ser útil, eu estou pronto para lutar por vós, com prazer." Eu vejo que vós tendes um coração cavalheiresco, escudeiro ", respondeu ela, timidamente." Assim, ouvi! Este cavaleiro, por quem eu choro, era meu noivo. Ele foi morto pelo duque de Orilu. Porém, antes que eu prossiga, dizei-me quem sois vós! Pareceis ter pais sinceros, francos e honestos, pois, vós sabeis ser solidário e amoroso".

Parzival reconheceu nela Sigune, a filha da irmã de sua mãe. "Querida prima", disse o rapaz, irado e cheio de piedade; "Eu te vingarei do duque de Orilu. Mostra-me o caminho para onde ele cavalgou, pois eu quero desafiá-lo imediatamente para um duelo!".

Mas a virgem já estava arrependida por ter despertado sua pugnacidade, pois ela já temia que o inexperiente jovem não vencesse a luta contra o furioso cavaleiro. Assim, ela mostrou-lhe o caminho errado.

Porém, Parzival se encheu de ânsia para a persecução e caminhou pela estrada que ia para Bretonenland. E quem cruzava seu caminho, fosse cavaleiro ou comerciante, ele saudava com mesura e, sinceramente, acrescentava: "Assim me ensinou minha mãe".

O rapaz chegou à noite, cansado da longa jornada, em frente a uma cabana de pescador e pediu abrigo. Mas, o pescador, um grosseiro avaro, com rudes palavras quis deixa-lo de fora. Só depois que Parzival ofereceu -lhe o anel da Sra. Jeschute em pagamento é que o indelicado homem ficou dócil. "Tenha a bondade de, amanhã cedo, indicar-me onde ficam as terras do Rei Artur da Távola Redonda", e acrescentou o rapaz: "Então, este anel de ouro poderá ser de sua propriedade". Assim, o jovem Parzival chegou à entrada da cidade de Nantes, no império do rei Artur. Ali, encontrou-se com um cavaleiro, a quem ele saudou amigavelmente. A resposta foi igualmente amigável: "Deus vos aumente, escudeirinho!" Parzival reteve seu cavalo e, pasmo, observou o colossal homem. Seu corcel e seu armamento eram vermelhos; também, o arreio do cavalo e a manta aveludada da sela eram de púrpura brilhante e o escudo, vermelho como fogo.

Era Ither de Gahawieß, apelidado de "cavaleiro vermelho", primo do rei Artur. Em seu punho, ele detinha um jarro dourado que ele apanhara da mesa do rei.

Atenciosamente, ele olhou para o belo rapaz. "Fazei-me a gentileza" disse ele, "de levar uma mensagem minha ao rei Artur e seus homens, lá na cidade. Eu disputo como ele minha terra de herança". Parzival prontificou-se."Dizei ao rei Artur e aos seus cavaleiros comensais, que o vermelho Ither não tem a intenção de abdicar-se do seu direito de herança. Informai-o de que, como sinal do meu direito de propriedade, apossei- me do jarro dourado da mesa e que estou disposto a sustentar meu direito com a espada".

Parzival prometeu entregar a mensagem com fieldade. Alegremente, ele apressou-se em entrar na cidade. Porém, seu estranho traje causou rebuliço por toda parte; seguiram-no com tantas e sonoras gozações que só com muito esforço pôde abrir seu caminho. "Venha, escudeiro, eu vos ajudo", era Iwein, um rapaz que havia se colocado, então, amistosamente, ao seu lado; era apenas um servo de Artur, que assumiu sua proteção e escoltou-o até o castelo real.

Ao ver tantos cavaleiros luxuosamente vestidos, Parzival exclamou, estupefato: " Puxa, quantos Artures eu vejo aqui!?... Qual dentre eles é o verdadeiro, o cavaleiro a quem devo me anunciar?" Todos os cavaleiros riram da sua inocência. O jovem foi levado ao palácio onde se reunia a nobre sociedade da corte do famoso rei Artur da Távola Redonda.

Em meio ao alegre clima do banquete, o negligente Parzival fez sua saudação: "Deus vos proteja, a Vós, nobres cavaleiros, e, particularmente, a vós, Vossa Majestade, com Vossa Altíssima esposa!". E, simplório como sempre, acrescentou: "Assim me ensinou minha mãe!".

O Rei Artur, vendo o jovem rapaz vestido como um malandro e armado como um bandido, ficou surpreso. "Trago uma mensagem", disse Parzival: "Um cavaleiro vermelho, de nome Ither, manda seus cumprimentos ao Rei Artur e informa que o espera lá fora, em frente ao portão da cidade, com um jarro dourado, pelo qual ele está pronto a disputar seu direito de herança".

A risada que deram os cavaleiros em volta de Parzival, das suas palavras de saudação, não durou muito. "Parece-me que", acrescentou calmamente o rapaz, "ele quer lutar com um de vós. Como eu gostaria de ganhar eu mesmo a excelente couraça daquele nobre cavaleiro".

Muito a contragosto o rei deu seu consentimento para que o próprio Parzival assumisse a luta com o corajoso desafiante. Preocupado, ele mirou o rapaz: "A couraça que vós desejais, veste o valente cavaleiro. Oh, se vós soubésseis, o quanto, até eu mesmo, devemos temer o meu impetuoso sobrinho...".

Porém Parzival foi decidido à luta. Além da vitória, o inexperiente rapaz aspirava tomar posse do armamento e da couraça pelas mãos do rei Artur.

Todos os cavaleiros da távola redonda estavam muito tensos quanto ao desfecho da luta. Também, a rainha e suas acompanhantes postaram-se na janela para presenciar a luta. Entre as damas assentou-se a linda e orgulhosa Sra. Kunneware, irmã do duque de Orilu; ela havia feito um voto de nunca sorrir, até que ela distinguisse um homem, que merecesse ser qualificado como herói da mais alta fama. Ao ver passar cavalgando o glorioso escudeiro, vestido com aquela roupa de maluco, de repente, ela caiu na gargalhada.

Isso aborreceu tanto o Sr. Keye, mestre de cerimônia da corte, que ele, irado, puxou-a pelas pontas das suas longas tranças e bateu-lhe forte nas costas com seu bastão. Chocados, todos olharam para o bárbaro e encheram-se de ódio, por ele bater na nobre princesa.

O jovem Parzival foi testemunha da humilhação àquela senhora, que se deu por causa dele. Ele empunhou a lança, a fim de vingar logo aquele abuso. Mas, por respeito à rainha, ele adiou a vingança para mais tarde. O jovem Parzival foi testemunha da humilhação àquela senhora, que se deu por causa dele. Ele empunhou a lança, a fim de vingar logo aquele abuso. Mas, por respeito à rainha, ele adiou a vingança para mais tarde.

Enquanto isso, ansioso, Ither esperava em frente ao portão pelo herói com quem ele queria disputar seu direito. Como ficou pasmado, ao ver Parzival cavalgando contra ele em seu pobre cavalo...

O cavaleiro vermelho, claro, achou somente palavras de escárnio para o atrevido desafio de Parzival. Parzival não se deixou rejeitar e reafirmou sua corajosa pretensão. Ele exigiu do cavaleiro vermelho sua couraça, suas armas e seu corcel. Quando ele corajosamente segurou a rédea do corcel do nobre Sr. Ither, este empurrou o rapaz do cavalo, furiosamente, com o cabo da lança invertida, e o rapaz foi derrubado para trás, até que caiu no gramado. Mas Parzival logo ficou de pé e arremessou sua lança acertando a abertura da viseira do elmo de aço do cavaleiro, com tal pontaria que a arma penetrou profundamente em sua cabeça. Ither caiu morto ao solo.

Todas as testemunhas ficaram surpresas com a rapidez da vitória do triunfante jovem. Um rapaz ajudou Parzival a desarmar o vencido. Depressa, ele vestiu a esplêndida couraça do derrotado sobre sua paupérrima roupa de otário, colocou as perneiras e amarrou firmes as esporas.

Com destreza, o rapaz montou no castiço corcel do seu nobre oponente morto. "Escudeiro, como ficais pomposo com vossa couraça e sobre o nobre corcel de luta." Disse o ajudante encantado, "Nunca vi imagem tão bela de um cavaleiro!".

Assim Parzival se tornou cavaleiro. Cheio de si saiu pelo mundo afora. Isso o impulsionou a vivenciar novas aventuras.

À tardinha, Parzival viu ao longe, refletindo a luz do Sol, os sinos de um castelo. O próprio castelão, o cavaleiro Gurnemanz, assentou-se à sombra de uma limeira, em frente a um verde prado, e olhou para o recém-chegado. Por causa da sua experiência de vida, de sua velha sabedoria e de suas virtudes cavalheirescas, era atencioso e honrado. Parzival não o saudou conforme a praxe de um cavaleiro.

"Assim me educou minha mãe:", começou ele, e acrescentou: "E ela me pediu que fosse atencioso com uma cabeça grisalha e aceitasse as lições de sabedoria dos mais velhos. Assim, eu vos peço um conselho; eu saberei ouvi-lo."

Quero que fiqueis à vontade", respondeu o velho amavelmente, "contanto que vós queirais seguir minhas palavras". Com isto aprontou o gavião que tinha em seu punho, tirou a venda dos olhos e impulsionou-o para cima; entoado, o sino dourado soou, quando a própria ave fez vibrar o ar e, como mensageira, voou alto rumo ao castelo. Lá, cavaleiros estavam prontos para a recepção de Parzival e pediram-lhe que apeasse do corcel.

Mas o sincero Parzival, cujos modos cavalheirescos eram bastante estranhos, não quis saber de nada. "Desde que o rei Artur me fêz cavaleiro, devo estar sempre a cavalo e não devo apear". Só depois de amigável apelo é que o convidado, fatigado da viagem, foi por eles convencido a descer da sela e foi levado para o aposento. Como eles se pasmaram, quando viram as vestes de bobo e as grosseiras botas de lavrador, sob a pesada armadura...

Com gentil paciência, então, Gurnemanz conversou muito com o inexperiente rapaz. Parzival, o tolo sincero que até então tinha seguido, inocente e literalmente, cada ordem de sua mãe, nos dias em que esteve como hóspede de Gurnemanz aprendeu habilidades de cavaleiro e abençoados modos de viver que conduzem o ser humano à salvação espiritual.

"As normas que aprendestes de vossa mãe, ensinou-lhe o velho, " não aumentam sua honra como cavaleiro. Protegei-vos nobremente da vergonha! Isso é minha segunda ordem a vós. A falta de vergonha é o caminho direto ao inferno. Fazei bom uso da habilidade e da posição como cavaleiro. Porém, não esqueça da principal ordem que é obrigatória ao cavaleiro: Tende piedade dos oprimidos! Também, é dever do cavaleiro provar que tem mansidão e bondade! Protegei sempre um coração humilde e ajudai os pobres inocentes!O homem sábio compreende o caminho correto entre a mesquinhez e o desperdício!"

Parzival escutou tudo silenciosamente. Prazeroso, ele reconheceu que as palavras do velho continham sábia experiência e vinham do fundo do seu coração, e ele se esforçava para receber as lições honestamente.

"Eu notei que precisais de instrução", continuou o velho. "Assim, ouvi-me um pouco mais: eu vos aconselho, abandonai as conversas inconvenientes e mantende vossos pensamentos criativos. Não perguntai muito! E quando alguém vos perguntar, respondei solícita e refletidamente! Em duelos de cavaleiros deveis lutar corajosamente - e perdoar generosamente. O oponente que se entrega, torna-se uma cortês proteção. E atentai para tudo que, polidamente, demande dos costumes, da procriação e da decência; não esquecei de zelar pela vossa aparência de cavaleiro, tal como devemos ser diante das mulheres! - Sim, honrai e amai as mulheres! O amor nobre, elegante, vos preserva contra toda a injustiça; só ele aumenta e ergue a vida humana".

Parzival agradeceu o sábio ancião por suas significativas lições e gravou-as no fundo do coração. Com grande alegria, ele seguiu, então, a instrução de Gurnemanz quanto ao duelo cavalheiresco; o velho provou ser um excelente professor no lidar proficiente com as armas. Incansável, ele levava o convidado ao lugar do torneio e mandava que seu pessoal o treinasse adequadamente.

Em Tjost, em cavalheiresco duelo com o Sr. Gurnemanz foi permitido a Parzival provar aos cavaleiros como ele tinha assimilado depressa a instrução. Ele ergueu tão facilmente da sela cinco cavaleiros que contra ele competiram, que todo o mundo teve que reconhecer sua rapidez e Gurnemanz fez a ele todo os elogios. Mas, logo vieram sobre ele as novas aventuras mundo afora. Gurnemanz ouviu seu pedido, com grande tristeza, para poder se despedir. Com lágrimas nos olhos, ele deu um aperto de mão ao bem amado amigo e percebeu que ele estava preocupado ao partir dali. Parzival ficou meio perturbado e perdeu-se pelo caminho. Ele percebia como seu coração se contrariava por ele ainda não se lembrar dos nomes das coisas. Teria ele perdido sua natureza infantil? Sentindo-se assim, ele soltou as rédeas do cavalo e não se interessou em saber para onde a solitária trilha o levava. Ele foi por montanhas e vales, por caminhos ásperos e cerradas terras, até que um rio profundo o interrompeu. A noite logo se pôs trazendo um fino véu de neblina sobre a paisagem, e Parzival seguiu o curso do rio até que viu, com o pôr-do-sol, aparecer num outro ribeirão uma cidade de muitas torres. Era Belrapeire, a cidade da rainha Kondwiramur. Uma ponte de leve entrelace cruzava o rio, e sessenta cavaleiros com elmos soltos a ela guardavam, e quiseram impedir sua passagem, pois, eles acreditavam que ele estivesse ligado a Klamide, que sitiou a cidade da sua Senhora.

Predominava uma grande pobreza entre os sitiados. Tal quadro de miséria ficava evidente para o estrangeiro, quando ele cavalgava pelas ruas. Em todos os lugares, ele observava dos valentes cavaleiros que, apesar daquela aflição, todos os homens mostravam -se dispostos a defender sua cidade. Sonolentos e fracos os cidadãos se arrastavam então sob o peso de suas armas e os cavaleiros que encaravam o recém-chegado estavam pálidos e emagrecidos.

Além disso, na cidade, prevalecia a escassez de alimentos, porque todas as entradas foram interceptadas pelo exército hostil que os sitiara.

Os habitantes da cidade sentiram novas esperanças, quando cumprimentaram o vigoroso guerreiro, que de boa vontade chegou à cidade sitiada. Parzival dirigiu-se ao Castelo, onde a virgem rainha Kondwiramur o recebeu. Mas, quão encantado ele ficou quando viu aquela maravilhosa aparição! Jamais, pensou, seus olhos haviam contemplado tanta beleza em uma mulher. Parecia-lhe que luzes radiantes emanavam dela para ele. Acompanhada de dois duques da sua terra, ela cumprimentou o jovem cavaleiro, beijou-o respeitosamente na testa e conduziu-o

até o salão dos nobres. Teriam sido as lições de nobreza do velho Gurnemanz que fizeram com que ele ficasse calado, ou a beleza de Kondwiramur tirou-lhe a fala, pois, Parzival não falou nenhuma palavra. "Será que eu desagrado tanto a ele, por ter a fome em meu semblante?", pensou, no íntimo, a rainha.

Finalmente, ela quebrou o silêncio que quis se tornar pesado: "Nobre cavaleiro, como anfitriã, eu lhe dei a saudação de boas-vindas. Assim, também, como Senhora da cidade, quero tomar a palavra em primeiro lugar. Como uma de minhas damas me informa, prometestes a mim vossa ajuda. Tal oferta, nesta minha situação de agrura, até agora, jamais foi feita. Assim, dizei-me quem sois e de onde vindes."

Parzival declinou seu nome e contou sobre suas experiências: "Eu parti hoje de amanhã, Sra. Rainha, do castelo do nobre Gurnemanz, onde fiquei vários dias como convidado". Com espanto, a Sra. Kondwiramur ouviu suas palavras: "Fosse um outro nobre cavaleiro, eu tomaria tais palavras como mentira, pois cada um dos meus mensageiros, montando o mais rápido corcel precisa de dois dias completos, pelo menos, para esta distância! Dizei, porém, como vai meu querido tio? É que, deveis saber, minha mãe era irmã da Sra. Gurnemanz. Sois amigo dele, assim sereis por mim também altamente bem-vindo". Parzival agradeceu cortesmente a recepção. Mas, ele não quis ser convidado para o jantar."As poucas provisões que vós ainda possuís, eu não quero diminuir, Sra. Rainha", disse ele. "Compartilhai-a, de preferência, com as pessoas pobres que estão morrendo de fome. Para nós ambos, basta um pedaço de pão".

Agradecida, a rainha seguiu sua instrução. Alegre e esperançosa de que a sua chegada mudaria o destino de sua assediada cidade, ela dividiu seu último bocado de pão com ele e ordenou em seguida que lhe preparassem o aposento para estrangeiros com uma esplêndida cama. Logo o estafado hóspede estava dormindo. Kondwiramur se deitou em sua confortável cama e contemplou com o olhar fixo a negra escuridão. A preocupação com sua cidade pesava-lhe a alma e não a deixava repousar noite após noite. Poderia ela acordar de novo e encher-se da esperança de que Parzival desafiasse os sitiadores?

Por volta da meia-noite, não se contendo mais com aquela situação, jogou um manto de cetim sobre sua sedosa camisola de dormir, passou cuidadosamente pela câmara de dormir das mulheres e, chegando ao aposento de Parzival, abriu cautelosamente a porta. Seus pés de virgem envergonhada hesitavam, porém, ela foi decidida à cama de Parzival e, então, se ajoelhou silenciosamente perante ele, logo abaixo. Parzival acordou assustado. "Vinde, sentai comigo!", disse ele então, e levantou-se.

Então, timidamente, ela se assentou ao seu lado e contou-lhe sobre sua aflitiva situação. Depois da morte de seu pai, ela foi cortejada pelo rei Klamide que a desejava para esposa, e como ela se recusou, ele sitiou sua cidade e matou muito dos seus corajosos cavaleiros.

Oh ", ela exclamou cheia desespero", que esperança posso ter, pobre de mim!" Parzival ouviu em silêncio o seu lamento. Mas, seu coração ficou cheio de piedade, desejoso de ajudar a bonita rainha . " Dizei, nobre Senhora," exclamou " o que posso fazer para vosso consolo e para vos salvar! Estai segura de que encontreis em mim um ajudante leal!"

Sob lágrimas, Kondwiramur lhe respondeu: "Se vós quiserdes, livrai-me do terrível Kingrun, coronel-comandante do Sr. Klamide. Amanhã, ele vem novamente diante de meu castelo e pensa me levar finalmente para os braços de seu senhor". Parzival apegou-se totalmente de afetuoso amor pela rainha. "Nobilíssima Senhora", replicou, simplesmente, "estai segura que vós tendes um ajudante contra cada um de seus inimigos!".

"Quão confortantes para mim são vossas palavras...", feliz, ela exclamou: "Muitíssimo obrigada, Sr. Cavaleiro "! Então, ela voltou, pé ante pé, para seu aposento. Ninguém notou a visita noturna. Parzival, porém, não pôde dormir novamente; as palavras da bela rainha o comoveram muito.

Durante toda a manhã, Parzival examinou sua couraça e reforçou-a. Então, o bravo Kingrun apareceu diante do portão. De longe, cavalgava o exército de Klamide que se aproximava com muitas bandeiras ameaçando avançar. Sem hesitar, Parzival irrompeu contra o terrível oponente. Tão poderoso foi o impacto que os cavalos com seguros cintos e barrigueiras foram ao chão. Agilmente, porém, os cavaleiros pularam da sela, puxaram as espadas e continuaram a luta a pé. Era a primeira luta de Parzival com espada. Porém, ele mostrou que tinha aprendido com o cavaleiro Gurnemanz. Seus golpes atingiam o tão poderoso comandante como o lançamento de uma potentíssima catapulta. Parzival derrotou-o depois de amarga luta e colocou o pé em seu peito, porém, o Sr. Kingrun pediu clemência. "Eu vos ofereço o que quiseres como expiação", exclamou, e como Parzival não era vingativo, aquiesceu. Ele ordenou que ele fosse às terras do Rei Artur, e procurasse a virgem de Kunneware que antes, por causa de Parzival, recebeu graves ofensas do comandante Keye. "Diga à nobre virgem", acrescentou ele, "que ela não me verá nunca mais alegre, até que eu tenha vingado aquela má ação trespassando um escudo de lá!". Os cavaleiros do exército do rei Klamide desistiram logo de novos ataques, depois daquela vitória sobre o militante mais forte. Festejado pelos habitantes da cidade, Parzival voltou. Todos conclamavam, ruidosamente, que o jovem herói deveria conquistar a mão da jovem rainha, e que fossem a coroa e o império regidos por sua força masculina. Radiante de alegria cumprimentou-o, também, Kondwiramur, abraçando-o frente a todos e ajudando-o a livrar-se da couraça e da armadura."Eu não quero nunca, na Terra, ser a esposa de um outro que não seja o que acabo de abraçar aqui", disse ela sorrindo de felicidade.

Então, duas velas marrons apareceram no mar, e depressa o vento levou dois poderosos navios mercantes ao porto; a tempestade havia os desviado para lá. Dois navios, completamente carregados com comidas! O próprio poder de Deus em sua sabedoria assim proveu.

Parzival ofereceu os comerciantes o dobro do preço para os pertences e ocupou-se com a justa distribuição deles à população faminta. Ele próprio vigiou, cuidadoso, que todo o mundo viesse direto a ele. Com profunda simpatia da cidade inteira, foi celebrado o casamento do jovem par logo após. Parzival era agora o esposo da bela Kondwiramur e rei de Belrapeire. O bravo rei Klamide não quis acreditar na infeliz mensagem que informara sobre a derrota de Kingrun. Ele estava profundamente impressionado com o abatimento moral do seu exército e não ousou nenhum novo ataque. Parzival mandou abrir os portões para uma parada e marchou corajosamente à frente de todos os guerreiros. Logo, ele desafiou o próprio rei, que havia infligido tanta tristeza na sua jovem esposa, para um duelo. A vitória nesta disputa entre os dois reis, de acordo com o cavalheirismo , deveria definir o resultado da guerra inteira. Também aqui, Parzival provou ser o superior. Klamide não teve a resistência do forte Parzival. Finalmente, ele recebeu um golpe de espada tão poderoso que foi derrubado ao chão e Parzival tirou-lhe o elmo da cabeça. O perdedor aguardava o golpe de morte. Porém, Parzival, em sua magnanimidade, poupou este perdedor também. Ele mandou-o, também, para as terras do rei Artur e à virgem Kunneware apresentar-se como derrotado. "E diga ao comandante Keye", acrescentou ele, "que minha vingança não deixará que ele espere por si mesmo". Assim, o país foi livrado do pesado assédio.

Ambos os vencidos cavalgaram depois, por ordem de Parzival, nas terras do rei Artur, pela Bretanha, e seguiram lealmente a virgem Kunneware como expiação dos seus erros. Como eles ficaram, então, pasmos com os sucessos de Parzival... O jovem rei soube levar a coroa com dignidade e honra. Em curto período, de novo, o país floresceu sob o seu sábio e poderoso governo. Com sua bela esposa, Parzival viveu um matrimônio mais feliz. Kondwiramur dedicou-se a ele com amor e profunda admiração. Porém, para Parzival a alegre calmaria não poderia durar tanto. Atraíram-no as aventuras mundo afora. Triste, Kondwiramur viu seu amado partir.

No castelo do Graal

Novamente, ele soltou a rédea para o cavalo e foi levado para lugares selvagens e sem trilhas de um pantanal. Durante o crepúsculo vespertino ele chegou a um lago, e, então, veio a noite escura. Lá estavam ancorados, próximos à praia, homens que foram pescar e caçar aves aquáticas. Parzival saudou-os amigavelmente.

Havia um entre eles que se levantou e que se destacava por se trajar notavelmente. Ele trazia em seu chapéu uma pena de pavão e na saia de caça um reluzente adorno de pele. O cavaleiro viajante perguntou-lhe onde ele poderia achar hospedaria durante a noite. Com tristeza funda a demanda cedeu resposta: "Tanto quanto eu saiba, Senhor, não há nenhuma outra pousada humana em redor, a não ser um sólido castelo daqui a umas trinta milhas. Ele fica lá atrás daquela orla. Se vós pedirdes admissão, do fosso do castelo, alguém abaixará a ponte levadiça. " O falante era o próprio castelão. Parzival seguiu a instrução e foi recebido hospitaleiramente. Prepararam para ele um banho e passaram para ele a macia e sedosa roupa de casa. Então, quando se apresentou, o castelão voltou e convidou o hóspede para a refeição.

O salão dos nobres brilhava com o deslumbrante clarão dos candelabros e velas. Nas paredes, estavam cem almofadas de descanso, e lugares prontos para quatro cavaleiros. Em três mármores queimados, no meio do corredor, brilhava madeira de agradável aroma, moderando o ambiente. Lá, o castelão descansava em seu sofá. Ele cumprimentou o convidado amavelmente.

Quanto contraste havia entre os dois! O cavaleiro doente, embora vestido com artigos preciosos, aparatos de pele, além de inválido, parecia ter um semblante cheio de aflição, o que Parzival já tinha notado no lago. E, diante dele, estava o radiante guerreiro, esbanjando a força de sua juventude e beleza masculina que todos os cavaleiros, cheios de admiração, observavam. De uma só vez abriu-se uma porta, e um nobre rapaz entrou. Na mão, ele trazia uma lança, do cabo da qual escorria sangue. Altos gritos ressoaram, então, pelo largo corredor, enquanto o nobre jovem passava pelos cavaleiros com a arma coberta de sangue; como profundo sinal de luto, eles se inclinaram, até que ele, novamente, deixou o salão.

Parzival estava completamente surpreso e olhou mudo para a seção solene. Então, do outro lado do salão, abriu-se uma porta de aço e entraram quatro delicadíssimas virgens, com castiçais dourados nas mãos. Silenciosamente, elas colocaram dois pequenos bancos de marfim aos pés do castelão. Em seguida, quatro pares de damas, encantadoramente vestidas em veludo verde. Elas traziam velas e colocaram uma baixela grená brilhante sobre os bancos de marfim, diante do castelão. Silenciosamente, as virgens moveram o inválido para o canto direito da mesa, curvaram-se reverenciosamente e saíram. Novamente, a porta de aço se abriu: seis bonitas virgens, com talheres prateados nas mãos, prepararam a mesa cuidadosamente. Parzival olhou com maior surpresa para o misterioso quadro; mas, ele também não rompeu com nenhuma palavra o solene silêncio, que perdurava por todo o salão. Uma vez mais, seis virgens entraram adiante trajando preciosos artigos de vestuário ornamentados com ouro. Eram as damas de honra da rainha. Então, surgiu a mais bela da beleza. O semblante dela resplandeceu de beleza, como o sol do crepúsculo matutino. Em sedosa almofada verde, ela trazia uma taça de maravilhosa pedra preciosa brilhante. Era o Sagrado Graal, era o miraculoso recipiente de toda a Cristandade.

A portadora deste santuário era irmã do castelão, Repanse de Schoye, pois um dos fundamentos do miraculoso Graal é que somente mãos puras o toquem. É o sagrado cálice do qual o Cristo bebeu uma vez, como última comunhão com seus discípulos e com a qual José de Arimatéia recolheu o sangue do Salvador na cruz, quando o cruel centurião lhe deu a lançada. A nobre virgem se curvou humildemente diante do irmão-rei, pôs o sagrado recipiente frente a ele e recuou, com suas virgens portando velas e que, de doze em doze, seguiam ao seu lado. Então, preparou-se festiva recepção a quatrocentos nobres. Os servos trouxeram consigo cem mesas, cobriram-nas de linho branco e colocaram ao redor delas os assentos almofadados.

Para cada mesa havia quatro serviçais prontos para servir. Recipientes dourados e preciosos talheres foram levados em delicados carros. E, então, deu-se o milagre: o que cada nobre convidado desejou de tipo mais primoroso de comida, assim proveu o Sagrado Graal, e tudo foi prontamente servido pelos prestimosos serviçais. E tudo que eles desejaram de beber fluiu nos esguios copos, tudo por força do milagroso Graal. Os nobres cavaleiros eram convidados do Sagrado Graal. Como Parzival estava pasmo com todos aqueles milagres. Mas, atento às lições do nobre Gurnemanz, ele não fez qualquer pergunta. Então, ao sinal do castelão, um servo trouxe uma espada. O cabo e a lâmina eram maravilhosamente bem trabalhados. "Recebei esta arma como meu presente ao hóspede;", disse ele a Parzival; " honrai-a, ela esteve ao meu lado em muitas lutas, antes de a maliciosa doença me abater!". Parzival recebeu a espada. Ele não poderia avaliar o profundo sentido daquela festiva solenidade! Ele não suspeitava, o tolo jovem, que o que estava em suas mãos era para livrar o anfitrião de todos os seus pecados. A Parzival caberia pronunciar a palavra certa.

Mas, também agora, ele não disse nenhuma palavra; nenhuma palavra saiu dos seus lábios, nem de agradecimento, nem de piedade ou de curiosidade sobre a causa da doença. Então, o enfermo deu o sinal de fim do banquete. Prontamente, os servos retiraram os apetrechos e em solene carro, a bela rainha conduziu o Sagrado Graal

ao salão, com suas damas de honra. Parzival cuidou da jóia silenciosamente. Então, ele viu pela porta aberta um homem velho deitar-se na cama; seu cabelo era branco como cristal precoce. Ao jovem cavaleiro parecia nunca ter visto tal paz radiante de beleza em tanta idade assim. Mas, também agora, o menino não fez nenhuma pergunta. Quem pode ser o venerável velho?

"Vós estais fatigado", virou-se novamente o castelão para o seu hóspede."Foram arrumados para vós a pousada e a roupa de cama.. Assim, eu vos desejo uma abençoada noite de sono! ".

Parzival se curvou humildemente para agradecer pelo cavalheirismo, mas, cada vez mais, ele ambicionava a cegueira do silêncio. Eles o conduziram a um aposento esplendidamente decorado, no qual uma esplêndida cama estava pronta para ele. Cavaleiros, servos e virgens colocaram-se a sua disposição. Mas o ansioso silêncio ele não queria levar consigo para o alojamento. Sonhos confusos o amedrontavam, golpes de espada crepitavam em sua cama, e grupos de cavaleiros irrompiam em selvagem torneio sobre ele. Ele acordou transpirando suor. Ele já sentia mais alegre no novo dia, porém, nenhum dos prestimosos serviçais se apresentou. Ele tomou-se de susto, observou-se completamente confuso e chamou pelos servos. Porém, ninguém estava a sua disposição. No tapete, rente a sua cama, estava a espada, presente de convidado feito pelo castelão, junto ao seu armamento. Com toda a pressa, ele se equipou, amarrou ambas as espadas e deixou o castelo. À escada, estava seu cavalo; apoiados nele, o escudo e a lança. Porém, em vão, ele procurou em redor os habitantes do castelo; ninguém mostrou-se. Pelos gramados do castelo, ele notou que o chão e a grama tinham as marcas do trotear de cavalos. O portão do castelo estava francamente aberto, e rastos de muitas pisadas apontavam para fora. Decidido, seguiu ele os rastos portão afora. Mal, porém, ele deixou a ponte levadiça, ela se levantou atrás dele, e um servo que antes havia se escondido, segurou-a no alto e disse-lhe desdenhosamente: "Tolos como vós a gente não encontra todos os dias! Depois da fama de cavaleiro, parece que vós nada mais ambicioneis! Vossa boca movimentaria somente uma vez para perguntar ao o homem! Agora, jogueis fora toda a vossa honra de cavaleiro!". Parzival viu-se surpreso com aquele inesperado insulto e pediu uma explicação. Mas o servo não se dignou de lhe dar nenhuma resposta. Em profunda reflexão, ele seguiu os rastos dos cavaleiros. Mas logo ele os perdeu na cerrada floresta. Foi quando ele ouviu por perto uma voz de mulher que chorava muito. Uma mulher bonita, tendo nos braços um cavaleiro morto, estava assentada embaixo de uma frondosa limeira. Parzival então reconheceu a virgem. Era sua prima Sigune que ainda lamentava aflita a perda do cavaleiro abatido, seu noivo. Ela havia embalsamado o corpo e a forma rígida do cadáver do amado nos braços exibia um quadro de horror. " Você é Parzival, filho da irmã de minha mãe", afirmou ela; "Diga-me, porém, o que procuras nesta floresta!". De Sigune ele aprendeu o segredo do castelo do Graal. Ele é a mais rica perfeição terrestre. Mas ele não é acessível a qualquer mortal. Quem procurá-lo com diligência nunca chegará a tal objetivo. Porém, quem inconscientemente e sem intenção o alcança, a este ele se abrirá, e toda a bênção da terra e toda a beatitude terrestres lhe serão concedidas. Parzival escutou silenciosamente. "Você não saberá nada sobre este castelo, Parzival", prosseguiu Sigune. "Munsalwäsche é o seu nome. Lá reina como rei do Graal, o nobre Amfortas, a quem Deus abateu com grave doença. Ele não pode mais cavalgar e ainda tem que se apoiar continuamente em uma cadeira.

"Se tivesses lá alcançado", Sigune continuou, "a Amfortas e seus aflitos cavaleiros, então, o castelão teria sido livrado de sua tristeza – você, porém, renunciou à fama de mais alto cavaleiro e a todas as honrarias terrestres na vida!"

"Eu estava no castelo e vi vários milagres", Parzival respondeu.

"Estivestes no castelo? Vistes o infeliz Amfortas?" Sigune ficou fora de si de tanta emoção. "Oh, se tu aliviastes o sofrimento dele, Deus abençoará tua viagem! Porque tudo que tocares do céu e do ar, ficará sob seu domínio, e a tu está destinado ganhar todo o poder e opulência. Se tu o livrastes da sua doença,"Sigune continuou, " então, tu alcanças a mais alta fama. Tu levas a espada dele, então, tu conhecerás a sua bênção . Tua mão deve fazer tudo de milagroso que observastes no castelo. Para sempre tu portarás a coroa da felicidade." Parzival não falou nenhuma palavra.

"Fizestes tu a pergunta correta a ele?" Continuou ela. "Eu não perguntei".

"Oh, tu, infeliz!" Exclamou a virgem cheia de horror e cobriu os olhos com as mãos. "Tu vistes o sagrado milagre e não teve coragem para perguntar?!... Oh, não quero ver o que o destino te reservou ! Tu não tivestes nenhuma piedade da angústia do teu anfitrião tida! Por todos os tempos, perdestes tua felicidade."

"Sigune," Afirmou ele " Reconheço meu erro; pensei estar seguindo a ordem cavalheiresca, tal como Gurnemanz me havia ensinado, e agora, por isso, me sinto muito culpado. Assim, mostra para mim, então, o caminho, como posso expiar tal erro e melhorar!"

"Agora é tarde!", respondeu-lhe asperamente. "Tua honra de cavaleiro ficou perdida lá em Munsalwäsche. Mais que isso não ouvirás de mim." Assim, Parzival despediu-se dela. Solitário, Parzival prosseguiu sua cavalgada. O destino o sobrecarregou de tanta culpa que ele havia jogado fora o momento crucial de sua vida de cavaleiro. Teria ele se tornado culpado por ter, na ignorância do seu silêncio, perdido tão grande graça? Então, viu-se diante de um estranho par, um cavaleiro bem armado que seguia à curta distância uma jovem mulher. Mas como estava pobremente vestida! Ela montava um cavalo miserável e faminto. Lastimáveis trapos cobriam o seu belo corpo. Como Parzival cumprimentou -a com todo respeito, cavalheirescamente, ela o reconheceu logo: "Quanta tristeza, por sua causa, eu tive que sofrer " expressou-se ela com rancor; " pois vós sois o que me obrigou a ter este desprezível destino." A mulher era a infeliz Jeschute, de quem certa vez, em irrefletida diabrura, Parzival havia roubado o anel e um beijo, e que por isso passou a ser tratada por seu esposo, o duque de Orilu, de maneira repreensiva. Parzival estava decidido em restabelecer logo a honra da bonita mulher. Empunhou rápido a sua lança e partiu para cima do duque. Sem palavras e sem anunciar feudo chocaram-se os dois cavaleiros, um contra o outro. Ambos os cavalheiros deram tudo de si. As lanças se espatifaram, e faíscas escapavam dos violentos choques das espadas. Mas o experiente duque lutador não estava à altura da força do jovem cavalheiro. Parzival.derrubou-o ao chão e o sangue esguichou da viseira. Então, Orilu teve que se render.

" Eu pouparei tua vida", disse o jovem vencedor "se jurares de mãos postas que irás restabelecer cavalheirescamente a honra de sua esposa e perdoá-la de tudo."

O duque de Orilu prometeu a expiação exigida e voltou a conviver com sua esposa, com todo amor, a quem renegara por tanto tempo.

Encontro com os cavalheiros do rei Artur.

Parzival seguiu vagando rodeado de infinita solidão pela floresta. Suas lembranças o dividiam em remorsos e dúvidas, aqui e ali. Encontraria ele novamente o castelo do Graal? Sobre isso ele se lembrava das Sigune:"Nenhum mortal pode forçar o caminho para lá com sua própria força. Somente aquele que acredita, mesmo sendo o mais valente, Deus mostra o caminho. ".

Uma manhã, quando Parzival levantou-se do duro chão daquele gelado acampamento, tudo em volta estava confuso. Ali, um falcão dos cavaleiros do rei Artur "afugentou um bando de patos selvagens que havia pousado nas proximidades do seu acampamento. Um deles voou diretamente sobre Parzival e deixou cair três gotas de sangue no chão de neve, em frente a ele. Três gotas de sangue! Atento, o jovem refletiu sobre aquele quadro:" Vermelho e branco: de quem estas cores me fazem lembrar? Fixou o olhar nas três gotas de sangue e viu nelas a imagem de Kondwiramur, o doce semblante de sua esposa, branco e vermelho, como leite e sangue.

Ele equilibrou-se em seu corcel, o cenário havia o deixado pasmo; com a lança elevada, perdido em sonhos, ele estava como um adormecido.

Nas proximidades, acampava o rei Artur com seus cavaleiros; ele queria levar para sua companhia o corajoso Parzival, cuja fama ressoou por todo o país. Então, chegou um dos seus servos e, todo agitado, desmontou: ele tinha achado um nobre que se mantinha sobre o cavalo como uma estátua na neve. Imediatamente, os cavalheiros do rei Artur partiram belicosos para derrotar o invasor: primeiro Segramor, o sobrinho da rainha. Sem compreender a realidade corretamente, Parzival derrubou-o da sela. Com o mesmo propósito saiu o Sr. Keye, supremo oficial do rei, com isso, Parzival pagou, sem saber, a promessa que antes havia feito a Sra. Kunneware. Só depois que o desarmado cavaleiro Gawan cavalgou e lançou sobre o seu casaco três gotas de sangue é que Parzival voltou à realidade. De boa vontade, o jovem guerreiro deixou-se levar ao acampamento do rei Artur e aceitou a comensalidade. Todos os nobres comensais ofereceram-lhe nobremente sua amizade. De repente, a alegre festa de amizade foi perturbada com o surgimento de algo estranho e horrível. Sobre misteriosa mula, alta como um corcel de guerra, magérrima, de narinas abertas e com esplêndidas rédeas, chegou então uma virgem ruidosamente. Uma virgem de aparência alarmante! Tinha o nariz como o de um cão, de semblante felpudo, e dois dentes de javali sobresselentes ao longo da boca. Tinha orelhas como as de um urso, e sob o seu chapéu de seda adornada de ouro, uma trança de cerdas de porco que chegava até ao traseiro da mula. As unhas eram como as garras de um leão. Era Kundrie, uma imagem de feiúra feminina, apesar de suas lindas vestimentas. Porém, ela foi altamente educada, era sábia e dominava habilmente todos os idiomas – era a mensageira do juramento do Graal!

"Oh, Rei Artur, sinto muito por vós", gritou ela, ressonante. "Sinto muito por vós! A fama de sua Ordem foi manchada pelo indigno que em seu meio apareceu. A honra de sua Távola Redonda está abalada!". Os comensais pasmaram-se de horror. Antes que o rei pudesse responder uma palavra, ela virou-se para Parzival. "Excomungado sede vós, excomungada seja vossa bela juventude e vossa bela forma! Excomungado sede vós!". Fez-se um misterioso silêncio entre os comensais. "Por quê, assim eu lhe pergunto, por que não atentastes para os suspiros e clamores de Amfortas no lago, por que não o livrastes dos seus sofrimentos? Vós vistes O Sagrado Graal e a lança ensangüentada e, não obstante, não fizeste nenhuma pergunta? Não tendes então nenhuma piedade do sofrimento de Anfortas? Uma única pergunta teria revertido toda a sua miséria e vós poderíeis receber toda a beatitude terrestre! A criança de Herzeleide desviou-se do caminho da honra!" Mas, a própria Kundrie, furiosa, tinha perdido a compostura. Ela lançou um olhar cheio de ódio para Parzival e partiu sem despedir-se. Parzival estava pálido de susto. Seu coração estava entranhado de remorso e tristeza. " Por ignorância, eu joguei fora minha grande missão," disse ele, " agora nada mais resta senão o meu dever de expiar minha negligência. Eu não descansarei nem pararei, até que eu ache o Santo Graal e resgate o infeliz Amfortas de suas misérias!" Tomado de aflição despediu-se dos cavaleiros da távola redonda e recebeu de Artur jura de amizade eterna. O nobre Gawan, que ficou amicíssimo dele, deu-lhe uma escolta à distância. "Deus esteja contigo em tua cavalgada", augurou-lhe. "Ora, o que é Deus!?... respondeu Parzival com amargura no coração. Se Ele fosse O Todo Poderoso, então, provavelmente não teria me infligido tal desgraça. Agora, porém, eu estou decidido a dispensar qualquer auxílio Dele!

Blasfemando contra o seu Deus, cavalgou mundo afora. Por muitos anos ele vagou como cavalheiro viajante, sem alcançar sua meta. Em uma clausura de ermitão,

Finalmente, encontrou Sigune, sua prima, aquela mesma que se afligiu sobre seu noivo morto — um quadro de piedade terrena. Tristemente, ela ouviu que, em vão, Parzival procurava o Graal. Então, ela contou -lhe que, em todos os sábados, aparecia para ela a Sra. Kundrie, a mensageira da profanação do Graal, trazendo-lhe comida. Isso deu nova esperança para o jovem cavaleiro. Ele seguiu o rasto da mula, porém, logo ele desapareceu no matagal.

Assim, o Graal foi perdido mais uma vez .

Em uma fria manhã de Março, ele encontrou uma estranha procissão em uma floresta gigantesca. Descalço e com roupa de penitente, passava por ali um cavaleiro de barba grisalha, acompanhado de sua mulher e duas tenras filhas igualmente vestidas; de cabeças baixas seguiam cavaleiros e servos. Quantos contrastes ofereciam os amáveis cavalheiros com brilhantes aparatos e as penitentes criancinhas descalças do barba grisalha! "Fazeis total injustiça quando vós em dias sagrados do ano cavalgais portando vossos preciosos armamentos", disse-lhe o velho serenamente. Porém Parzival não entendeu a sua reprimenda. "Que me importa saber do correr do ano ou das semanas e os nomes dos dias? Houve um tempo em que servi a Um que se chamava Deus. Sempre fui assíduo e pontual naquele serviço, e mantive fidelidade a Ele. E Ele? Ele me compensou cobrindo-me de humilhação e vergonhoso escárnio!".

"Senhor, Se vosso Cristo pensa por vossas palavras, assim vós nos ofendeis gravemente. Mas, sabeis que hoje é Sexta-feira da Paixão, o dia no qual nosso Salvador sofreu a morte na cruz pelos pecados da Humanidade. Atentai-vos para a santidade deste dia! Segui-nos para a morada do devoto Trevrizent. Ele pode nos indicar o caminho correto".

Mas, o coração de Parzival estava muito sombrio. Ele não estava receptivo para seguir o conselho do velho. Relutante, tocou seu corcel de volta e soltou-lhe as rédeas. Mas, como ele estava tão pasmo, como deveria reconhecer, que o nobre cavalo trilhou o seu próprio caminho e o conduziu precisamente para a morada do devoto Trevrizent. O virtuoso velho recebeu-o amavelmente e conclamou-o à bondade de Deus. "Eu sempre pensei servir-lhe com fidelidade, disse Parzival descomprometido , "mas minha fidelidade impeliu-me a mais profunda tristeza!" "Pensai, então: poderia alguém forçar a ajuda e o amor de Deus?" respondeu Trevrizent. "Não sabeis vós que o Senhor se inclina para homenagear somente àquele que lhe serve com fidelidade, sem dúvida e sem contestação? Somente aquele que tem fé e pureza de coração, que está livre do orgulho e da presunção, é digno de ver o Graal."

Trevrizent o consolou mais: "Primeiro, eu vos digo: Deus não vos abandonou. Confiai Nele, com fé no coração, e então Ele vos livrará de toda depressão!"

Por muito tempo ele se assentou e conversou a sós com o ancião, e suas paternais lembranças foram para ele como uma instrução de há muito esperada sobre todas os seus pensamentos duvidosos e lhe deram consolo e paz, depois de vagar por tanto tempo. Quando eles se separaram, Parzival partiu reconciliado com seu Deus e, livre de todas as suas penosas dúvidas, ganhou nova vida.

A invocação a Parzival.

O herói ainda tinha aventuras múltiplas para vivenciar, até que o caminho o levou novamente às terras do rei Artur. Eles celebraram o retorno do herói lá com um banquete.

Então, aconteceu como antes: cavalgando a mula feia, veio a feia virgem a galope: Kundrie, a mensageira do Graal, de repente, novamente, pôs-se em frente aos nobres da távola redonda.

Porém, ela não trouxe nova maldição para o arrependido Parzival, mas uma mensagem esplêndida: o tempo de provação havia passado - ele havia sido escolhido, então, para ser o rei do Graal!

Só então Parzival deu-se conta de que a amável Kondwiramur teve dois gêmeos dele nascidos. O filho Lohengrin seria o sucessor dele como guardião do Graal. Em companhia de Kundrie, Parzival seguiu então para o castelo do Graal. Quais sentimentos atormentaram o escolhido, quando ele adentrou ao salão, onde, certa vez, ele experimentou a decisiva mudança da sua vida... . No quarto próximo, estava deitado o inválido Amfortas em seu leito de dor. Terríveis dores sofreu o moribundo por todos aqueles tempos. Ele se apossou de nova esperança quando ele contemplou seu salvador. "Quanto tempo eu tenho esperado, completamente ansioso, por sua vinda", exclamou ele ao sobrinho, com alegres cumprimentos de boas vindas. "Ajude-me agora a terminar com meu sofrimento !" As virgens tinham exposto o abençoado cálice do Graal. Então, Parzival rezou uma oração, e dirigiu-se em seguida a Amfortas e perguntou-lhe, calmamente: "Meu querido tio, diga-me donde vêm suas agonizantes dores? Diga-me como posso te ajudar! Essa era a pergunta que continha a indulgência.

Com face transfigurada, levantou-se o rei do seu leito de dor e abraçou o sobrinho. Depois do juramento sagrado, ele passou a coroa e o reino ao novo Senhor. Imediatamente, a alegre mensagem chegou à nobre Kondwiramur. Parzival partiu ao seu encontro e ficou conhecendo os seus dois filhos, Kardeis e Lohengrin, em um prado – era o lugar onde ele havia se perdido em sonhos uma vez, perante as três gotas de sangue. Transbordando alegria cumprimentou a mulher amada e as duas crianças.

Assim juntou-os maravilhosamente o destino. Honrosamente escoltado pelos nobres cavaleiros do Graal, o jovem rei partiu com a esposa e seu filho Lohengrin, o Graal-sérvio, para o castelo do Graal, enquanto Kardeis voltou com a acompanhante para a casa de rainha. Era noite profunda quando a escolta de honra chegou ao castelo. Porém, eles tinham tido tochas e velas acesas em tal quantidade que parecia, à distância, que o castelo estava em chamas. No grande salão de festas do castelo, eles se sentaram para o banquete. Mas não como antes, desde que a lança sangrenta foi levada pelo corredor do salão, reinando clamores e sons de luto; nenhuma postura de alegria ficou no interior do salão, desde que toda a preocupação era uma só. Novamente, a ação solene aconteceu: As virgens nobres, em fila única, escoltaram a bela Repanse de Schoye que levava o Santo Graal; os camareiros prepararam as mesas para o banquete e trouxeram vasos de ouro nos preciosos carrinhos, e os servos estavam a postos para o atendimento. E novamente, então, o Santo Graal mostrou sua força milagrosa e doou as mais preciosas comidas e bebidas que cada conviva desejou. Ao lado da bela Kondwiramur, Parzival conduziu o reinado como rei do Graal por muitos anos, com sapiência, cavalheirismo e devotada humildade.


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Parzival
Parzival der reine Tor
Vorzeiten verließ Gachmuret, der Sohn des Königs von Anjou, den Hof seines Vaters und zog nach Ritterart in die Welt hinaus. Es widerstrebte ihm, dem äIteren Bruder, der Krone und Königreich erbte, als Vasall zu dienen. Die Freunde lobten Gachmurets ritterlichen Mut und seine unwandelbare Treue, die Frauen seinen edlen Anstand und den Adel seiner Sitten; die Feinde aber mußten seinen starken Arm anerkennen und fürchten.
Auf seinen riesigen Fahrten und Abenteuerreisen durchquerte Gachmuret die persische und arabische Wüste und kam gar bis nach Damaskus. Dann wieder verschlug ihn der Seesturm an die Küste Afrikas, wo er im ehrenhaften Rittersold der schönen Mohrenkönigin stand: er gewann ihre Minne und befreite ihr die Hauptstadt von der Belagerung zweier feindlicher Heere.
Aber trotz Ehren und Goldeslohn ließ die Abenteuerlust den tapferen Recken nirgends stetig verweilen. In der spanischen Stadt Toledo vernahm er von dem Ritterturnier, das die Königin Herzeleide ausgeschrieben hatte. Sie war eine Witwe von berühmter Schönheit und hatte dem Sieger ihre Hand und das Königszepter zum Lohne geboten. Da meldete Gachmuret sich zum Wettkampf, und keiner der vielen Bewerber konnte seiner ungestümen Kraft und Gewandtheit widerstehen: als Sieger errang er den ausgesetzten Preis.
Mehrere Jahre lebte er nun an der Seite der Königin. Unter seiner weisen Regierung blühte das Reich auf. Doch der ritterliche Tatendrang ließ Gachmuret nicht lange ruhen, und als der Kalif von Bagdad ihn in Kriegsnot anrief, zögerte er nicht, dem Freunde im fernen Morgenlande zu Hilfe zu eilen. Vergeblich suchte Frau Herzeleide ihn zurückzuhalten.

Nach qualvoller Wartezeit kehrte endlich als Bote aus dem fernen Morgenlande einer von Gachmurets Knappen in der Königsburg ein; im Kampf vor Bagdad hatte
er den Rittertod gefunden.
Bald darauf brachte Frau Herzeleide ein Knäblein zur Welt, wohlgestaltet und stark an Gliedern. Sie gab ihm den Namen Parzival.
Ohne den starken Arm ihres Gatten war Frau Herzeleide machtlos. Der König des Nachbarreiches stieß sie vom Thron und raubte ihr Krone und Land. Da zog sie in die Einsamkeit des Waldes Soltane; nur wenig Gesinde nahm sie mit sich und ließ auf einer Lichtung ein einfaches Haus bauen, den Wald roden und das Feld beackern.
Die liebevolle Sorge der Mutter galt nun dem kleinen Parzival. In ihrem Groll gegen Krieg und Männerkampf, die ihr das Liebste auf der Welt genommen hatten, verbot sie ihren Dienstleuten bei strengster Strafe, dem Jungen gegenüber jemals ein Wort von Ritterschaft und ritterlichem Wesen verlauten zu lassen:
"Denn würde mein Sohn, mein liebstes Erbe des toten Gatten, vernehmen, was Ritterleben ist, so brächte es ihm und mir nur noch weiteres Leid!"
Die Dienerschaft handelte sorgsam nach den Befehlen der Herrin. Was Parzival an ritterlicher Übung verblieb, waren Bogen und Schießbolzen, die er sich mit eigener Hand fertigte, um die Vögel im Walde zu erlegen. Doch wenn das gefiederte Wild getroffen vor ihm lag, so packten ihn Mitleid und bittere Reue, und der Vogelsang in den Baumwipfeln ergriff ihn so sehr, daß er traurig den Tag verbrachte.
"Warum sollen denn die armen Vögel sterben?" fragte Parzival betrübt seine Mutter.
Da küßte sie ihn innig: "Wie sollte ich wohl etwas gegen den Willen unseres höchsten Gottes tun?"
"O Mutter", rief er, "was ist denn das: Gott?" Und Frau Herzeleide antwortete:
"Gott ist noch lichter als das helle Tageslicht, mein Sohn, dies merk dir als Lebensweisheit: Rufe ihn an in jeder Not; er wird dir immer getreulich helfen."
Bald war Parzival Meister im Wurfspieß. Bei jedem Wetter war er auf der Jagd, und alle bewunderten seine männliche Körperkraft, wenn er das schwere Wild, an dem ein Maultier seine Last gehabt hätte, allein auf den Schultern heimtrug.
Als Jung-Parzival einst von der Pirsch heimkehrte, hörte er vor sich auf dem Waldpfade Hufschläge. "Wenn jetzt der Teufel käme", sagte er bei sich und faßte den Wurfspeer fester, "wie wollte ich ihn im Kampfe bestehen!" Kampflustig stand der junge Held bereit.
Doch wie staunte er: Drei prächtige Gestalten jagten zu Pferde daher, herrlich in blanken Stahl gewappnet. Der junge Waldmann glaubte in seiner Einfalt allen Ernstes, jeder von den dreien sei ein Gott. Er warf sich mitten auf dem Wege auf die Knie. "Hilf, Gott!" rief er mit erhobenen Händen. "Du kannst wohl Hilfe spenden!"
Die drei Stahlgepanzerten waren Ritter des Königs Artus. Der erste wurde zornig über die Behinderung: "Du ungeschickter Tölpel", fuhr er ihn an, "halt uns unsern Ritt nicht auf!" Mit verhängtem Zügel kam da ein vierter Ritter daher, noch glänzender gewappnet als die drei anderen.
Parzival stand wie im Traume. Noch nie hatte er soviel lichten Glanz geschaut. Er glaubte, Gott selber stehe vor ihm, von dem seine Mutter ihm so oft erzählt hatte, wenn sie ihn den Unterschied von Licht und Finsternis lehrte. Inbrünstig hob der Königssohn die Hände zum Himmel: "O hilf mir, hilfreicher Gott!"
"Ich bin nicht Gott", gab der eine Ritter lächelnd zurück; "was du hier vor dir siehst, das sind vier Ritter, die in seinem hohen Dienst leben."
"Du sagst: Ritter," rief der junge Mensch; "so sag mir doch, wer denn Ritterschaft
gibt!" Die Ritter mußten über sein einfältiges Fragen lächeln. Der Vornehmste unter ihnen aber gab wieder geduldig Antwort: "Das tut unser König Artus. Kommt an seinen Hof, er wird Euch den Wunsch gern erfüllen." Wohlgefällig blickten die vier auf den edlen Wuchs des Jungen, dessen königliche Abkunft unverkennbar schien.
Voller Neugier betrachtete Parzival Harnisch und Waffen der Ritter und weckte wieder ihr Lachen durch seine einfältigen Fragen. Panzerringe und Brünne, Harnisch und Schild - alles war ihm ja ganz unbekannt. Nachsichtig erklärten die Ritter ihm den Gebrauch von Schild und Schwert.
Der Knabe aber eilte in begeisterter Freude zur Mutter, um ihr von der erregenden Begegnung zu berichten. "Gib mir ein Pferd, Mutter", bat er mit glühenden Wangen, "daß ich an König Artus, Hof ziehe, ein Ritter zu werden!" Die Königin, die alle ihre Mühe und Muttersorge so grausam zunichte sah, hörte von der Begegnung im Walde. Parzival erzählte von der glänzenden Erscheinung der vier Ritter, und die Mutter mußte mit Herzensbitternis erkennen, daß sie ihren Jungen nun doch nicht länger würde zurückhalten können. Da sann sie in ihrer sorgenden Mutterliebe auf Mittel und Wege, ihn schnell wieder von seinem Vorhaben abzubringen und zu ihr zurückzuführen. Sie wollte ihn so lächerlich ausstaffieren, daß er, vom Spott der Welt zurückgestoßen, gar bald umkehren würde.
So kleidete sie ihn in ein Gewand aus grobem Sackleinen, setzte ihm eine Narrenkappe auf den Kopf und gab ihm plumpe Schuhe aus ungegerbtem Kalbsfell, wie Gaukler sie tragen.
"Du sollst mit meinem mütterlichen Rat in die Fremde hinausziehen", sagte sie und umarmte den geliebten Sohn inbrünstig. "So höre, was ich dir sage: Wenn du ohne Pfad daherziehst, so meide dunkle Furten; aber in die seichten und lauteren Furten kannst du kühn hineinreiten. Zum zweiten: Sei höflich gegen jedermann und
entbiete jedem deinen Gruß! Zum dritten: Hab Achtung vor einem grauen Haupte und folge dem Rate des erfahrenen Alters! Und zuletzt: Wenn eine edle Jungfrau dir Ring und Gruß bietet, da greif getrost zu; ein Kuß in Ehren bringt gutes Glück. Und du sollst wissen, mein Sohn Parzival, daß du von königlichen Ahnen bist und daß es der hochfahrende Lähelin war, der dir dein angestammtes Erbe entrissen hat!"
"Das werde ich rächen!" rief Parzival entschlossen. "Mein Wurfspeer soll ihn zu
Tode treffen!"
Da umarmte ihn die Mutter in Liebe. Er küßte sie zum Abschied. Doch als Jung-Parzival am Waldesrand ihren Blicken entschwand, sank Frau Herzeleide tot zur Erde; der Abschiedsschmerz hatte ihr das Herz gebrochen.
Inzwischen ritt der schöne Knabe fürbaß, ohne von dem Tode der geliebten Mutter zu wissen. Der Weg führte ihn an einen Bach, den wohl ein Hahn hätte durchschreiten können; aber weil das Wasser dunkel erschien, so achtete er das Wort der Mutter und mied den Übergang. Den ganzen Tag rit er am Ufer entlang und übernachtete schließlich im Freien, da er keine Furt finden konnte. Erst der helle Morgen zeigte das seichte Wasser so klar, daß er den Übergang wagte.
Bald darauf überquerte er eine Wiese, auf der ein Zelt stand; es war ganz aus kostbarem, dreifarbigem Sammet und mit feinen Borten verziert.
Behutsam wagte der Junge einen Blick in das Innere. Da sah er eine schlafende Frau, edel geformt war sie und liebreizend ihr Mund mit den leuchtenden Lippen. Es war Jeschute, die Frau des Herzogs Orilus. "Wie hat mir die Mutter angeraten?" sagte Parzival leise zu sich. Er dachte an ihre Worte von Gruß und Ring, und unbekümmert schob er den Vorhang beiseite, gab der Schlafenden einen Kuß und zog ihr dabei den Ring vom Finger. Frau Jeschute mußte wohl wach werden von der unsanften Berührung. "Was erlaubt Ihr Euch Junker, mein Gemach zu betreten und mich durch Euren Kuß zu entehren?", fuhr sie voll Zorn und Scham auf.
voll Zorn und Scham auf. Doch Parzival kümmerte sich nicht um ihren Unwillen. "Meine Mutter lehrte mich so", versetzte er; "und außerdem habe ich Hunger." Da mußte die Herzogin trotz aller Kränkung lächeln. "Dort auf dem Tisch findet Ihr Brot und Wein und auch zwei zarte Rebhühner, die meine Dienerin mir brachte."
Da setzte der ungebetene Gast sich zum Mahl und trank auch reichlich von dem Wein. Schamgefühl und der Gedanke an den Herzog ließ Frau Jeschutes Herz
ängstlich schlagen: "Junker", bat sie, "gebt mir mein Ringlein zurück und zieht eilig Eures Weges! Trifft der Herzog Euch hier an, so wäre es sehr zu Eurem Schaden!"
Doch Parzival war unbesorgt. "Was sollte ich mich wohl vor dem Zorn Eures Gemahls fürchten, edle Frau? Wenn ich aber Eurer Ehre Schaden antue, so will ich Euch gern zu Willen sein und meines Weges gehen!" Entsetzt wich die Herzogin zurück, als er ihr zum Abschied wieder einen Kuß raubte. "Der Kuß einer edlen Frau bringt Glück, hat mich meine Mutter gelehrt", so sagte er treuherzig, grüßte Frau Jeschute ehrerbietig und ritt davon. Er freute sich, den Rat seiner Mutter so trefflich befolgt zu haben.
Bald kehrte der Herzog zu ihr zurück, und an dem niedergetretenen Gras erkannte er nur zu deutlich, daß Frau Jeschute Besuch gehabt hatte. "Hab ich das um dich verdient", fuhr er sie zornig an, "daß du mir solche Schande antust?"
Mit Tränen in den Augen leugnete die Frau jede Schuld. Und ängstlich berichtete sie von dem närrischen Besucher, der ihr gegen ihren Willen Ring und Kuß geraubt und zu essen begehrt habe. Aber sie konnte doch nicht unterlassen, seine edle Erscheinung zu loben: "So viel Junker ich kennengelernt habe, nie sah ich solche Jugendschönheit!"
Dies unbedachte Wort weckte natürlich die Eifersucht des Herzogs noch mehr. In seinem ritterlichen Zorn schwur er, den elenden Verführer zu züchtigen, wo er ihn
antreffe. Jeschute aber wollte er hinfort nicht mehr als sein Ehgemahl achten. "Mögen deine roten Lippen blaß werden und deine Augen rot vom Weinen - ich werde dich für deine Untreue strafen. Als Magd sollst du mir folgen auf einem dürren Klepper; und statt des kostbaren Zügels sollst du einen bastgedrehten Strick führen!"
Ohne die Tränen der Unglücklichen zu achten, rüstete der Herzog zum Aufbruch und befahl der verstoßenen Gattin, ihm zu folgen. Welches Herzensleid hatte Parzival ihr durch seine Unbedachtsamkeit gebracht!
In grimmigem Haß ritt der Herzog der Fährte nach; aber der harmlose Knabe, der die Verfolgung nicht ahnte, war nicht mehr aufzuspüren. Unbefangen zog er seines Weges. Wer seinen Weg kreuzte, den grüßte er höflich und setzte hinzu: "So hat es mich meine Mutter gelehrt."
Vor einem Felsabhang hörte er plötzlich die Stimme einer Jungfrau, die schrie verzweifelt. Sie saß am Bergeshang und hielt in ihrem Schoß einen toten Ritter.
Voll Mitleid trat Parzival näher und grüßte höflich, wie ihn seine Mutter gelehrt hatte. "Gott schütze Euch, edle Jungfrau", rief er ihr zu. "Sagt mir doch, wer dem Ritter ein Leid zufügte. Wenn ich Euch nützlich sein kann, bin ich gar gern erbötig, für Euch einzutreten."
"Ich sehe, daß Ihr ein ritterliches Herz habt, Junker", erwiderte sie zaghaft; "so hört: Dieser Ritter, um den ich traure, war mein Verlobter. Er wurde vom Herzog Orilus erschlagen. Doch ehe ich weiterspreche, sagt mir, wer Ihr seid! Ihr scheint mir treue Eltern zu haben, daß Ihr so liebevoll Anteil zu nehmen wißt."
Parzival erkannte in ihr Sigune, die Schwestertochter seiner Mutter. "Liebe Base", sagte der Junge voll Zorn und Mitleid; "ich werde dich an dem Herzog Orilus rächen. Zeige mir den Weg, den er geritten ist, so will ich ihn sogleich zum

Zweikampfe stellen!"
Aber der Jungfrau war es schon leid, seine Kampfeswut geweckt zu haben, denn sie mußte ja fürchten, der unerfahrene Junge würde den Kampf gegen den grimmen Ritter nicht bestehen. So wies sie ihm den falschen Weg.
Parzival aber machte sich voll Eifer an die Verfolgung und ritt die Straße, die ins Bretonenland führt. Und wer seinen Weg kreuzte, ob Ritter oder Kaufmann, den grüßte er mit höflichem Gruß und setzte arglos hinzu: "So hat mich s meine Mutter gelehrt."
Gegen Abend kam der Junge, müde von dem langen Ritt, vor eine armselige Fischerhütte und bat um Obdach. Aber der Fischer, ein grober Geizhals, wollte ihn
mit barschen Worten von der Tür weisen. Erst als Parzival ihm Frau Jeschutes Ring zum Lohn bot, wurde der ungefällige Mann gefügig. "Willst du mir morgen früh den Weg an den Königshof weisen, wo König Artus Tafelrunde hält", setzte der Jüngling hinzu, "so soll dieser goldene Ring dein Eigentum sein."
So kam Jung-Parzival vor die Stadt Nantes ins Reich des Königs Artus.
Vor der Stadt begegnete ihm ein Ritter, dem er freundlichen Gruß bot. Die Antwort war gleicherweise freundlich: "Gott lohn es Euch, Junkerlein!" Parzival hielt seinen Klepper an und betrachtete verwundert den riesigen Mann. Rot war seine Rüstung und rot sein Roß; auch der Kopfschmuck des Pferdes und die samtene Satteldecke waren von glänzendem Purpur und der Schild rot wie Feuer.
Es war Ither von Gahawieß, den man den roten Ritter nannte, König Artus Vetter. In seiner Faust hielt er einen goldenen Becher, den er von des Königs Tafel genommen hatte.
Mit Wohlgefallen blickte er auf den schönen Jüngling. "Wollt Ihr in die Stadt dort", sagte er, "so tut mir den Gefallen, dem König und seinen Mannen eine Botschaft
von mir zu überbringen. Ich lebe mit ihm im Streit um mein Erbland." Parzival willigte gern ein. So sagt dem König Artus und den Rittern seiner Tafelrunde, der rote Ither habe nicht im Sinne, von seinem angestammten Rechte zu lassen. Meldet ihm, daß ich zum Zeichen meiner Besitzrechte den goldenen Becher von der Tafel an mich nahm und daß ich gewillt bin, für meine Rechte mit dem Schwerte einzustehen!"
Parzival versprach, die Botschaft treulich zu überbringen.
Er trabte wohlgemut in die Stadt hinein. Doch sein wunderlicher Aufzug erregte überall Aufsehen; man begleitete ihn mit lauten Spottrufen, daß er sich nur mit Mühe seinen Weg bahnte. "Komm, Junker, ich helfe Euch", stellte sich ihm da freundlich ein Jüngling zur Seite; es war Iwein, ein Knappe von Artus, Hofe, der sich seiner hilfreich annahm und ihn zum Königsschloß geleitete.
Bei dem Anblick der vielen reichgeschmückten Ritter rief Parzival ganz verwundert: "So viele Artusse sehe ich hier! Welcher von ihnen ist denn nun der richtige, der mich zum Ritter schlagen wird?" Die Ritter alle lachten über seine Einfalt. Man führte den Jüngling in den Palast, wo die edle Hofgesellschaft, König Artus berühmte Tafelrunde, versammelt saß.
In die frohe Festesstimmung hinein rief Parzival unbekümmert seinen Gruß: "Gott schütze Euch, Ihr edlen Ritter, und besonders Euch, Herr König, mit Eurer hohen Gemahlin!" Und wie immer setzte er treuherzig hinzu: "So hat es mich meine Mutter gelehrt."
Könisei." Das Lächeln, mit dem die Ritterrunde Parzivals Begrüßungsworte aufgenommen hatte, war ihr schnell vergangen. "Mir scheint wohl" setzte der Junge ruhig hinzu, "er will mit einem von Euch kämpfen. Wie gerne gewänne ich selber die prächtige Rüstung dieses edlen Ritters."
Nur unwillig gab der König seine Zustimmung, daß Parzival selber den Kampf mit dem kühnen Herausforderer übernähme. Bekümmert blickte er den Jungen an: "Die Rüstung, die Ihr begehrt, trägt der tapferste Ritter. Ach, wüßtet Ihr, wie sehr sogar ich selber meinen ungestümen Neffen fürchten muß!"
Doch Parzival war zum Kampf entschlossen. Mit dem Sieg erstrebte der unerfahrene Knabe den Besitz der Ritterrüstung und den Ritterschlag aus der Hand des Königs Artus.
Alle Ritter der Tafelrunde waren voller Spannung über den Ausgang des Kampfes.
Auch die Königin mit ihrem Gefolge begab sich ans Fenster, um das Schauspiel zu erleben. Unter den Damen saß die stolze, schöne Frau Kunneware, des Herzogs Orilus Schwester; sie hatte ein Gelübde getan, nie zu lachen, bis sie den Mann erblickte, dem es bestimmt sei, den höchsten Heldenruhm zu erwerben. Als sie den kühnen Junker in dem narrenhaften Gewand vorüberreiten sah, da lachte sie plötzlich hell auf.
Das verdroß Herrn Keye, den Oberhofmeister, so sehr, daß er sie zornig bei ihren langen Flechten packte und ihr mit seinem Stab derb über den Rücken schlug. Erschrocken blickten alle auf den Rohling, der sich so hatte hinreißen lassen, die edle Fürstin zu schlagen.
Der junge Parzival war Zeuge der Schmach, die der Dame um seinetwillen widerfuhr. Der Wurfspieß zuckte ihm in der Hand, für die Übeltat sogleich Rache zu üben. Aber um der Königin willen verschob er die Vergeltung auf spätere Zeit.
Ungeduldig wartete Ither indessen vor dem Tore auf den Helden, der ihm sein
g Artus blickte den jungen Menschen, der gekleidet war wie ein Gaukelspieler und gewappnet wie ein Strauchdieb, verwundert an. "Ich überbringe eine Botschaft", rief Parzival: "Ein roter Ritter, Ither mit Namen, läßt dem König Artus seinen Gruß entbieten und ihm vermelden, er warte draußen vor dem Stadttor mit einem goldenen Becher auf den, der ihm sein Erbrecht streitig zu machen bereit
Recht streitig machen wollte. Wie staunte er, als Parzival auf seinem elenden Klepper ihm entgegenritt!
Der rote Ritter fand natürlich nur Spottworte für Parzivals kecke Herausforderung. Parzival ließ sich nicht abweisen und bestand auf seinem kühnen Anspruch. Er verlangte Rüstung, Waffen und Pferd des roten Ritters. Als er kühn Herrn Ithers edles Roß beim Zügel packte, stieß dieser zornig den Jungen mit umgekehrtem Lanzenschaft vom Gaule, daß er rücklings ins Gras fiel. Aber schon stand Parzival auf den Füßen, schleuderte seinen Wurfspieß und traf in des Ritters Eisenhelm so geschickt die Spaltöffnung im Visier, daß die Waffe tief ins Haupt eindrang. Ither sank tot zu Boden.
Mit dem jungen Sieger waren alle Zuschauer überrascht über den schnellen Sieg. Ein Knappe half Parzival, den Besiegten zu entwaffnen.
Schnell zog er die prächtige Rüstung des Besiegten über sein sackleinenes
Narrengewand, legte die Beinschienen an und schnallte die Sporen fest.
Behende schwang sich der Junge auf das edle kastilische Roß seines toten Gegners. "Wie prächtig Ihr erscheint in Eurer Rüstung und auf dem edlen Streitroß, Junker", rief der Helfer entzückt; "nie sah ich ein so schönes Bild eines Ritters!"
So wurde Parzival zum Ritter. Frohgemut ritt er in die Welt hinaus. Es drängte ihn, neue Abenteuer zu erleben.
Gegen Abend sah der Reiter von ferne die Zinnen einer Burg im Sonnenglanz leuchten. Der Burgherr selber, der Ritter Gurnemanz, saß im Schatten einer Linde auf grünem Anger davor und blickte dem Ankömmling entgegen. Er war im Lande wegen seiner Lebenserfahrung und Altersweisheit und wegen seiner ritterlichen Tugenden geachtet und geehrt.
Parzival grüßte ihn nicht nach Ritterart. "So hieß mich meine Mutter tun", sagte er
dabei, und er setzte hinzu: "Und sie gebot mir, ein greises Haupt zu achten und die weisen Lehren des Alters anzunehmen. So bitte ich Euch um Euren Rat; ich werde ihm gerne gehorchen."
"Ich will Euch zu Willen sein", erwiderte der Alte freundlich, "sofern Ihr meinen Worten folgen wollt." Damit nahm er seinem Sperber, den er auf der Faust trug, die Kappe von den Augen und warf ihn empor; hell klang die goldene Schelle, als das Tier sich durch die Luft schwang und als Bote zur Burg hinüberflog. Dort standen Ritter zu Parzivals Empfang bereit und nötigten ihn, vom Pferde zu steigen.
Aber der einfältige Parzival, dem ritterliche Art ganz fremd war, wollte davon nichts wissen. "Seit König Artus mich zum Ritter machte, muß ich zu Pferde sein und darf nicht absteigen." Erst mit freundlicher Nötigung brachten sie den reisemüden Gast dazu, aus dem Sattel zu steigen und in die Kemenate zu treten. Wie staunten sie, als sie unter dem schweren Panzer die Narrenkleider und die groben Bauernstiefel erblickten!
Mit freundlicher Nachsicht redete Gurnemanz dem unerfahrenen Jüngling dann zu.
Parzival, der einfältige Tölpel, der bisher jedes Gebot seiner Mutter in treuherziger Wörtlichkeit aufgefaßt hatte, lernte in den Tagen, da er bei Gurnemanz zu Gaste war, feine Ritterart und gottgefälliges Leben, das den Menschen zum Seelenheil führt.
"Die Art, wie Ihr von Eurer Mutter redet", belehrte ihn der Alte, "erhöht nicht Eure Ritterehre. Bewahrt Euch edle Scham! Das ist mein zweites Gebot an Euch. Schamlosigkeit führt den graden Weg zur Hölle. Nach Art und Haltung taugt Ihr wohl zum Ritter. Vergeßt dabei aber nicht das Hauptgebot ritterlicher Pflicht: Habt Erbarmen mit den Bedrängten! - Auch Milde und Güte zu erweisen ist Ritterpflicht! Bewahrt Euch stets ein demütiges Herz und helft dem schuldlos Verarmten! - Der
weise Mann versteht den rechten Mittelweg einzuhalten zwischen Geiz und Verschwendung!"
Parzival hörte schweigend zu. Wohl erkannte er, daß des Alten Worte aus weiser Erfahrung und aus mitfühlendem Herzen gesprochen wurden, und er war ehrlich bestrebt, die Lehren anzunehmen.
"Ich habe bemerkt, daß Ihr Belehrung braucht", fuhr der Alte fort. "So hört mich weiter: Ich rate Euch, laßt das unziemliche Daherreden und haltet Eure Gedanken in Zucht. Fragt nicht zuviel! Und wenn man an Euch Fragen richtet, so antwortet bedächtig und überleget wohl! Im ritterlichen Kampfe sollt Ihr tapfer streiten - und großmütig verzeihen. Dem Gegner, der sich ergibt, gewähret ritterlich Schonung. Und achtet auf alles, was höfische Sitten, Zucht und Anstand gebieten; vergeßt nicht, Euer Äußeres nach ritterlichen Formen zu pflegen, so wie wir es den Frauen schuldig sind! - Ja, ehret und liebet die Frauen! Die edle Minne hütet sich vor allem Falsch; nur sie erhöht und erhebt des Menschen Leben."
Parzival dankte dem weisen Alten für seine tiefen Lehren und nahm sich alle
ernstlich zu Herzen. Mit großer Freude folgte er nun Gurnemanz, Unterweisung im
ritterlichen Zweikampf; der Alte erwies sich als ein trefflicher Lehrer in der kunstgerechten Führung der Waffen. Unermüdlich nahm er den Gast mit auf den Turnierplatz und ließ ihn sich mit seinen Leuten fleißig üben.
Im Tjost, dem ritterlichen Zweikampf, mit Herrn Gurnemanz, Rittern durfte Parzival beweisen, wie schnell er die Unterweisung angenommen hatte. Fünf Ritter, die gegen ihn anritten, hob er so leicht aus dem Sattel, daß jeder seine Gelehrigkeit anerkennen mußte und Gurnemanz ihm alles Lob zollte.
Aber bald trieb es ihn zu neuen Abenteuern hinaus in die Welt. Gurnemanz hörte
mit großer Betrübnis seine Bitte, Abschied nehmen zu dürfen. Mit Tränen in den Augen reichte er dem liebgewordenen Freunde die Hand und sah
ihn bekümmert von dannen reiten.
Gedankenverloren ritt Parzival seinen Weg. Er fühlte, wie sein Herz von Gefühlen zerrissen war, für die er nicht Namen noch Inhalt wußte. War es, weil er sein kindliches Gemüt abgelegt hatte?
In solcher Stimmung ließ er dem Pferd die Zügel und achtete nicht, wohin es ihn durch die pfadlose Einsamkeit führte.
Über Berg und Tal ging es, durch unwegsame Gebirgsketten und waldige Einöde, bis ein reißender Fluß den Weg hemmte. Der Abend legte sich schon mit feinem Schleier über die Landschaft, und Parzival folgte dem Laufe des Flusses, bis er im Scheine des Abendrotes am anderen Flußufer eine vieltürmige Stadt auftauchen sah. Es war Belrapeire, die Stadt der Königin Kondwiramur.
Über den Fluß führte eine Brücke aus leichtem Flechtwerk, und sechzig Ritter mit aufgebundenen Helmen sicherten sie und wollten dem Fremden den Übergang wehren, denn sie glaubten, er stehe im Bündnis mit Klamide, der die Stadt ihrer Herrin belagerte.
Größte Not herrschte unter den Belagerten. Welches Bild des Jammers bot sich dem Fremden, als er durch die Straßen ritt! Überall erblickte er gewappnete Ritter, aber
welches Bild des Jammers boten all die Männer, die zur Verteidigung ihrer Stadt angetreten waren! Schlaff und kraftlos schlichen die Bürger unter der Last ihrer Waffen daher, und die Ritter, die dem Ankömmling entgegentraten, waren bleich und abgezehrt.
Ja, in der Stadt herrschte Hungersnot, denn alle Zufuhr war ihr durch das feindliche Belagerungsheer abgeschnitten.
Neue Hoffnung erfüllte die armen Stadtbewohner, als sie den kraftstrotzenden Recken begrüßten, der freiwillig in den Dienst ihrer bedrängten Stadt trat. Parzival
ließ sich zum Schlosse führen, wo ihn die jungfräuliche Königin Kondwiramur empfing. Aber welches Gefühl ergriff ihn, als er die herrliche Erscheinung sah! Nie zuvor, so meinte er, hatten seine Augen so viel Frauenschönheit erblickt. Lichter Glanz, so schien es ihm, ging von ihr aus. Von zwei Herzögen ihres Landes geleitet, trat sie dem jungen Ritter entgegen, küßte ihn in züchtigem Anstand auf die Stirn und führte ihn in den Saal. War es die Ritterlehre des greisen Gurnemanz, die ihn schweigen ließ, oder nahm ihm Kondwiramurs Schönheit jede Sprache, Parzival redete kein Wort. "Ob ich ihm wohl mißfalle, weil ich so verhungert aussehe?" dachte die Königin befangen.
Schließlich brach sie das Schweigen, das lastend werden wollte: "Edler Ritter, als Hausherrin habe ich Euch den Willkommensgruß gegeben. So will ich als Herrin der Stadt auch das erste Wort sprechen. Wie mir eine meiner Frauen berichtet, habt Ihr mir Euren Beistand verheißen. Solches Angebot wurde mir in meiner bedrängten Lage noch niemals gemacht. So sagt mir, wer Ihr seid und von wo Ihr kommt!"
Parzival nannte seinen Namen und berichtete von seinen Erlebnissen: ,"Heute morgen, Frau Königin, ritt ich von der Burg des edlen Gurnemanz fort, wo ich mehrere Tage als Gast geweilt habe." Mit Staunen hörte Frau Kondwiramur seine Worte: "Einen anderen, edler Ritter, würde ich für solche Worte der Lüge zeihen;
denn ein jeder meiner Boten, und ritt er auch das schnellste Roß, benötigt für diese Wegstrecke wenigstens zwei volle Tage! Doch sagt, wie geht es meinem lieben Oheim? Ihr müßt nämlich wissen, daß meine Mutter Herrn Gurnemanz, Schwester war. Seid Ihr mit ihm Freund, so sollt Ihr auch mir hoch willkommen sein." Parzival dankte ritterlich für die Aufnahme. Aber zum Nachtmahl wollte er sich nicht einladen lassen. "Der geringen Reste, die Ihr noch besitzt, will ich Euch nicht
berauben, Frau Königin", sagte er. "Verteilt es lieber an die armen Leute, die vor Hunger umkommen. Für uns beide wird eine Scheibe Brot genügen."
Dankbar folgte die Königin seiner Weisung. Hoffnungsfroh, daß seine Ankunft das Schicksal ihrer bedrängten Stadt wenden würde, teilte sie mit ihm ihren letzten Bissen Brot und ließ ihm sodann im Fremdengemach ein prächtiges Bett herrichten.
Schnell war der müde Gast eingeschlafen.
Kondwiramur lag auf ihrem Ruhebett und blickte mit starren Augen in die schwarze Dunkelheit. Die Sorge um ihre Stadt lastete ihr schwer auf der Seele und ließ sie keine Nachtruhe finden. Würde sich die neuerwachte Hoffnung erfüllen, daß Parzival den Belagerern Trotz bieten könnte?
Gegen Mitternacht hielt es sie nicht länger auf dem Lager, über ihr seidenes Nachtgewand zog sie einen samtenen Mantel, schritt leise an ihren schlafenden Kammerfrauen vorbei auf Parzivals Kemenate zu und öffnete behutsam die Türe. Ihr Fuß stockte in jungfräulicher Scham, aber dann ging sie entschlossen auf Parzivals Ruhebett zu und kniete schweigend vor ihm nieder.
Parzival fuhr erschrocken auf. "Kommt, setzt Euch zu mir!" sagte er dann und hob sie auf.
Da nahm sie voll Befangenheit an seiner Seite Platz und berichtete von ihrer bedrängten Lage. Sie wurde nach dem Tode ihres Vaters vom König Klamide zur Frau begehrt, und weil sie sich weigerte, belagerte er nun ihre Stadt und hatte viele
ihrer kühnen Ritter erschlagen.
"Ach", rief sie voller Verzweiflung, "welche Hoffnung gibt es noch für mich Arme!"
Parzival hatte schweigend der Klage zugehört. Aber sein Herz war voll Mitleid, der schönen Königin zu helfen. "Sagt, edle Herrin", rief er entschlossen, "was ich Euch zum Trost und zur Rettung tun kann! Und seid versichert, in mir einen treuen Helfer
zu finden!"
Unter Tränen gab Kondwiramur ihm Antwort: "Wenn Ihr mich erlösen wolltet von dem schrecklichen Kingrun, Herrn Klamides Seneschall. Morgen kommt er wieder vor meine Burg und meint, mich endlich in die Arme seines Herrn zu zwingen."
Parzival war ganz gefangen vom Liebreiz der Königin. "Vieledle Herrin", versetzte er schlicht, "seid versichert, daß Ihr in mir einen Helfer habt gegen jeden Eurer Feinde!"
"Welch Trost sind mir Eure Worte", rief sie beglückt; "habt innigen Dank, Herr Ritter!" Dann schlich sie leise in ihr Schlafgemach zurück. Niemand hatte den nächtlichen Besuch bemerkt.
Parzival aber konnte nicht wieder einschlafen; zu sehr bewegten ihn die Worte der schönen Königin.
In aller Frühe verlangte Parzival nach seinem Harnisch und ließ sich wappnen. Schon zeigte sich der grimme Kingrun vor dem Tore. Weit ritt er Klamides Heere, das mit vielen Streitbannern drohend heranrückte, voraus. Ohne Zaudern sprengte Parzival dem furchtbaren Gegner entgegen.
So wuchtig war der Anprall, daß die Pferde mit geborgenen Gurten und Bauchriemen zu Boden sanken. Behende aber sprangen die Ritter aus dem Sattel, zogen das Schwert und setzten den Kampf zu Fuß fort.
Es war Parzivals erster Schwertkampf. Doch er zeigte, was er bei Ritter Gurnemanz gelernt hatte. Seine Schwerthiebe trafen den Seneschall so wuchtig wie Würfe einer
mächtigen Steinschleuder. Parzival bezwang ihn nach bitterem Kampfe und setzte ihm den Fuß auf die Brust, doch Herr Kingrun bat um sein Leben. "Ich biete Euch als Sühne, was Ihr verlangt", rief er, und Parzival, der nicht nach Rache strebte, gewährte sie ihm.
Er gebot ihm, an König Artus, Hof zur Jungfrau Kunneware zu gehen, die einst um Parzivals willen von dem Seneschall Keye so gröblich beleidigt war. "Sagt der edlen Jungfrau", fügte er hinzu, "sie werde mich nimmer froh sehen, bis ich jene üble Tat gerächt und dort einen Schild durchbohrt habe!"
König Klamides Ritterheer ließ nach diesem Siege über den stärksten Streiter sogleich von weiteren Angriffen ab. Bejubelt von den Bürgern der Stadt, kehrte Parzival zurück. Alle riefen laut, der Heldenjüngling solle die Hand der jungen Königin erwerben und Krone und Reich in seine männliche Gewalt nehmen.
Freudig begrüßte ihn auch Kondwiramur, umarmte ihn vor allen Leuten und half ihm selber, Waffen und Harnisch abzulegen. "Nie auf Erden will ich eines anderen Weib werden als dessen, den ich hier umarmt habe", sagte sie mit glückseligem Lächeln.
Da zeigten sich zwei braune Segel auf dem Meere, und schnell trieb der Wind zwei mächtige Kauffahrteischiffe in den Hafen; der Sturm hatte sie dorthin verschlagen. Zwei Schiffe, voll beladen mit Lebensmitteln! Gott selber machte es in seiner Weisheit so gefügt haben.
Parzival bot den Kaufleuten doppelten Preis für die Habe und sorgte für gerechte Verteilung an die hungernde Bevölkerung. Er selber überwachte fürsorglich, daß jeder zu seinem Recht kam. Unter inniger Anteilnahme der ganzen Stadt wurde sodann die Hochzeit des jungen Paares gefeiert.
Parzival war jetzt Ehegatte der schönen Kondwiramur und König von Belrapeire.
Der grimme König Klamide wollte die Unglücksbotschaften nicht glauben, die ihm von Kingruns Besiegung berichteten. Er war tief bedrückt über die Mutlosigkeit
seines Heeres und wagte keinen neuen Angriff.
Parzival ließ die Tore zu einem Ausfall öffnen und stritt allen tapfer voran. Bald gelang es ihm, den König selber, der seiner jungen Gemahlin soviel Leid zugefügt hatte, zum Zweikampf zu stellen. Der Sieg in diesem Streit der beiden Könige, so
wurde nach Ritterart vereinbart, sollte über den Ausgang des ganzen Krieges entscheiden.
Auch hier erwies sich Parzival als der Überlegene. Klamide hatte nicht die Ausdauer des starken Parzivals. Schließlich traf ihn ein so mächtiger Schwertstreich, daß er zu Boden stürzte und Parzival ihm den Helm vom Kopfe riß. Der Besiegte erwartete den Todesstreich.
Doch Parzival schonte in seinem Edelmut auch diesen Besiegten. Er gab auch ihm auf, an König Artus, Hof zu ziehen und sich der Jungfrau Kunneware als besiegt zu stellen. "Und sagt dem Seneschall Keye", fügte er hinzu,"daß meine Rache nicht auf sich warten lassen wird."
So war das Land von der lastenden Belagerung befreit.
Die beiden Besiegten ritten nach Parzivals Gebot an den Artushof in die Bretagne und richteten der Jungfrau Kunneware getreulich den Sühnebefehl ihres Besiegers aus. Wie staunte man dort über Parzivals Waffenerfolge!
Der junge König wußte die Krone mit Würde und in Ehren zu tragen. In kurzer Frist blühte das Land unter seiner weisen und kraftvollen Regierung wieder auf. Mit seiner schönen Gemahlin lebte Parzival in der glücklichsten Ehe. Kondwiramur hing mit inniger Liebe und Bewunderung an ihm.
Doch für Parzival konnte die heitere Ruhe nicht von Dauer sein. Es drängte ihn hinaus auf Abenteuer. Traurig ließ Kondwiramur den geliebten Gatten ziehen.
Auf der Gralsburg
Wieder überließ er dem Pferde den Zügel und ließ sich durch Wildnis und pfadloses Moor tragen. Als der Abend herabdunkelte, kam er an einen See. Dort ankerten
Männer in Ufernähe, die auf Fischfang ausgingen und Wasservögel jagten. Parzival rief sie freundlich an. Es war einer unter ihnen, der hob sich durch seine Kleidung
Es war einer unter ihnen, der hob sich durch seine Kleidung auffällig heraus. Er trug eine Pfauenfeder am Hute und auf dem Jagdrock prächtigen Pelzbesatz. Ihn fragte der fahrende Ritter, wo er für die Nacht wohl Herberge finden könne. Mit tiefer Traurigkeit gab der Gefragte Antwort: "Soviel mir bekannt ist, Herr, gibt es in dreißig Meilen rundum keine andere menschliche Behausung als eine feste Burg. Sie liegt dort hinter jenem Felsvorsprung. Wenn Ihr vom Burggraben aus um Einlaß bittet, so wird man Euch die Zugbrücke herablassen."
Der Sprecher war der Burgherr selber.
Parzival folgte der Weisung und wurde gastfrei aufgenommen. Man bereitete ihm ein Bad und reichte ihm weiche Hauskleidung aus Seide. Als dann gemeldet wurde, der Burgherr sei zurückgekehrt, bat man den Gast zum Mahle.
Der Rittersaal erstrahlte in blendender Helle der Kronleuchter und der Kerzen. An den Wänden standen hundert Ruhepolster, die Platz für je vier Ritter boten. In drei marmornen Feuerstätten mitten im Saal strahlte wohlriechendes Holz einen milden Schein aus. Dort hatte sich der Burgherr auf seinem Ruhebett niedergelassen. Er begrüßte den Gast freundlich.
Welch ein Gegensatz war zwischen den beiden! Der kranke Ritter, obwohl in kostbare, pelzbesetzte Gewänder gehüllt, schien noch siecher, sein Antlitz noch gramvoller, als Parzival es am See bemerkt hatte. Und vor ihm stand der strahlende Recke in aller Fülle seiner Jugendkraft und Mannesschönheit, daß alle Ritter voller Bewunderung auf ihn blickten.
Auf einmal öffnete sich eine Tür, und ein Knappe trat ein. In der Hand trug er einen Speer, an dessen Schaft Blut herabtroff. Lautes Wehklagen erscholl nun durch den weiten Saal, als der Knappe mit der blutbedeckten Waffe an allen Rittern vorbeischritt; in tiefer Trauer hielten sie das Haupt gesenkt, bis er den Saal wieder
verlassen hatte.
Parzival stand voll Staunen und blickte stumm auf die feierliche Handlung.
Da öffnete sich auf der anderen Seite des Saales eine stählerne Tür, und vier liebliche Jungfrauen, goldene Leuchter in den Händen, kamen herein. Schweigend setzten sie zwei Bänklein von Elfenbein vor dem Burgherrn nieder.
Es folgten vier Frauenpaare, köstlich in grünen Samt gekleidet. Sie trugen Kerzen und legten eine Tischplatte aus funkelndem Granat auf die elfenbeinenen Bänkchen vor den Burgherrn. Schweigend rückten die Jungfrauen dem Siechen den Tisch zurecht, verneigten sich tief und traten zurück.
Wieder öffnete sich die Stahltür: sechs schöne Jungfrauen, silbernes Tafelgeschirr in den Händen, richteten sorgsam den Tisch.
Parzival blickte in wachsendem Staunen auf das wundersame Bild; aber auch er brach mit keinem Worte das feierliche Schweigen, das über dem weiten Saale lag.
Abermals traten sechs Jungfrauen in kostbaren, golddurchwirkten Gewändern hervor. Sie waren das Ehrengeleit für die Königin.
Denn nun erschien die schönste der Schönen. Ihr Antlitz erstrahlte in Schönheit wie die Morgensonne im ersten Frühlicht. Auf grünseidenem Kissen trug sie eine Schale aus wundersam funkelndem Edelstein. Das war der Heilige Gral, der Wunderhort aller Christenheit.
Die Trägerin dieses Heiligtums war des Burgherrn Schwester, Repanse de Schoye; denn des Grals Wunderwesen gebietet, daß nur eine reine Hand ihn berührt. Es ist das heilige Gefäß, aus dem einst Christus beim letzten Abendmahl mit seinen Jüngern trank und in dem Joseph von Arimathia das Blut des gekreuzigten Heilands auffing, als die rohen Kriegsknechte ihm die Seite öffneten.
Die edle Jungfrau verneigte sich züchtig vor dem königlichen Bruder, setzte das heilige Gefäß vor ihn hin und zog sich mit ihren kerzentragenden Jungfrauen zu den
übrigen zurück, die sich je zwölf und zwölf ihr zur Seite reihten.
Nun rüstete man sich zur festlichen Bewirtung der vierhundert Ritter. Knappen trugen hundert Tische herbei, deckten sie mit weißem Linnen und setzten sie vor die Ruhepolster.
Für jeden der Tische standen vier Knappen zur Bedienung bereit. Goldene Gefäße und kostbares Tafelgeschirr wurden auf zierlichen Wagen herbeigeführt. Und jetzt geschah das Wunder: Was jeder der ritterlichen Gäste sich wünschte an Speisen erlesenster Art, das spendete der Heilige Gral, und das wurde nun von den bedienenden Knappen eilfertig herbeigetragen. Und was sie auch zu trinken begehrten, das floß in den ausgestreckten Becher, alles von der Wunderkraft des Grals.
Die edlen Ritter waren beim Heiligen Gral zu Gaste.
Wie staunte Parzival über all diese Wunder! Aber eingedenk der Ritterlehre des edlen Gurnemanz unterließ er jede Frage.
Da brachte ein Knappe auf einen Wink des Burgherrn ein Schwert herbei. Griff und Klinge waren Wunder an kostbarer Arbeit. "Nehmt diese Waffe als mein Gastgeschenk", sagte er zu Parzival; "tragt sie in Ehren, die mir in so manchem Streite zur Seite stand, ehe die tückische Krankheit mich schlug."
Parzival nahm das Schwert entgegen. Daß er nicht den tieferen Sinn der feierlichen Umgebung erkannte! Er ahnte nicht, der junge Tor, daß es in seiner Hand lag, den Gastgeber von aller Last zu befreien! An Parzival lag es, das rechte Wort auszusprechen.
Aber auch jetzt sprach er kein Wort; kein Wort des Dankes oder des Mitleids oder eine Frage nach der Ursache des Leidens kam über seine Lippen.
Da gab der Kranke das Zeichen, das Mahl zu beenden. Eilfertig trugen die Knappen die Tafelgeräte hinaus, und in feierlichem Zuge führte die schöne Königin, geleitet
von ihren Ehrenjungfrauen, den Heiligen Gral aus dem Saale.
Parzival schaute dem Kleinod schweigend nach. Da sah er durch die geöffnete Tür einen Greis auf dem Ruhebette liegen; sein Haar war weiß wie kristallner Frühreif. Niemals, so schien es dem jungen Ritter, hatte er solch friedestrahlende Altersschönheit erblickt.
Aber auch jetzt stellte der Jüngling keine Frage.
Wer mochte der ehrwürdige Alte sein?
"Ihr werdet müde sein," wandte sich der Burgherr nun wieder seinem Gaste zu. "Schlafgemach und Nachtlager sind Euch bereitet. So wünsche ich Euch eine gesegnete Nachtruhe!"
Parzival verneigte sich zum Danke züchtig nach Ritterart" aber immer noch blieb er in törichter Verblendung schweigsam. Man führte ihn in eine ganz prächtig hergerichtete Kemenate, in der ein prunkvolles Bett für ihn bereitstand. Ritter, Knappen und edle Jungfrauen wetteiferten darin, ihm zu Diensten zu sein.
Aber die ersehnte Ruhe wollte nicht bei ihm einkehren. Wirre Träume schreckten ihn, Schwertschläge prasselten auf sein Bett, und Ritterscharen sprengten in wildem Turnier über ihn dahin.
Schweißgebadet wachte er auf. Der junge Tag schien schon freundlich zu ihm herein, doch keiner der aufmerksamen Diener zeigte sich. Erschrocken fuhr er auf, blickte sich voll Verwirrung im Raume um und rief nach den Knappen.
Doch niemand war zu seinem Dienste bereit.
Auf dem Teppich vor seinem Bette lag neben seinem Schwerte das Gastgeschenk des Burgherrn, daneben seine Rüstung.
In aller Eile wappnete er sich, band beide Schwerter um und trat auf den Hof. An der Treppe fand er sein Roß; daneben lehnten Schild und Speer.
Doch vergeblich blickte er sich nach den Bewohnern der Burg um; niemand zeigte
sich. Auf dem Hofe fand er Erde und Gras von Pferdehufen zertreten.
Das Burgtor stand weit offen, und Spuren vieler Hufe wiesen hinaus. Entschlossen folgte er den Spuren zum Tore hinaus. Kaum aber hatte er die Zugbrücke verlassen, da wurde sie hinter ihm in die Höhe gezogen, und ein Knappe, der sich vorher verborgen gehalten hatte, rief ihm höhnisch nach: "Tölpel wie Euch erlebt man nicht alle Tage! Nach Ritterruhm scheint Euch nicht zu verlangen! Hättet Ihr Euren Mund nur einmal gerührt, um den Herrn zu fragen! Nun habt Ihr alle Ritterehre verspielt!"
Parzival blickte sich bei dieser unerwarteten Beschimpfung ganz erstaunt um und verlangte nach einer Erklärung. Aber der Knappe würdigte ihn keiner Antwort.
In tiefen Gedanken war er den Spuren der Ritter nachgeritten. Aber bald verloren sie sich im dichten Walde.
Da hörte er ganz in der Nähe eine weinende Frauenstimme. Unter einer breitästigen Linde saß eine schöne Frau, in ihren Armen einen toten Ritter.
Jetzt erkannte Parzival die Jungfrau. Es war seine Base Sigune, die immer noch um den erschlagenen Ritter, ihren Verlobten, trauerte. Sie hatte den Leichnam einbalsamieren lassen und bot, die starre Gestalt des Geliebten im Arm, ein Bild des Grauens.
"Du bist Parzival, meiner Mutterschwester Sohn", rief sie ihn an; "sage mir doch, was du in diesem Walde suchst!" Von Sigune erfuhr er das Geheimnis der Gralsburg. Sie ist an aller irdischen Vollkommenheit reich. Aber nicht jedem Sterblichen ist sie zugänglich. Wer sie mit Fleiß sucht, der wird niemals zum Ziele kommen. Wer aber unbewußt und ohne Absicht zu ihr gelangt, dem wird sie sich öffnen, und aller Erdensegen und alle irdische Glückseligkeit wird dem Finder zuteil.
Parzival hörte schweigend zu.
"Du wirst von dieser Burg nichts wissen, Parzival", fuhr Sigune fort.
"Munsalwäsche ist ihr Name. Dort regiert als Gralskönig der edle Amfortas, den Gott mit schwerer Krankheit geschlagen hat. Er kann nicht gehen noch reiten noch liegen noch stehen und muß immerfort in einem Sessel lehnen.
Wärest du dorthin gelangt", fuhr Sigune fort, ,"zu Amfortas und seinen trauernden Rittern, so wäre der Burgherr von seinem Leid befreit worden - dir aber winkte höchster Ritterruhm und alle irdische Erfüllung im Leben!"
"Ich war auf der Burg und habe vielerlei Wunder geschaut", entgegnete Parzival düster.
"Du warst auf der Burg! Sahst du den unglückseligen Amfortas?" Sigune war außer sich vor Erregung. "Oh, wenn du sein Leid gewandt hast, Gott wird deine Reise dann segnen! Denn alles, was die Himmelsluft berührt, steht als dann unter deiner Hoheit, und dir ist bestimmt, alle Macht in Fülle zu erwerben!
Wenn du ihn von seinem Siechtum befreit hast", fuhr Sigune fort, "so bist du höchsten Ruhmes wert. Du trägst sein Schwert, so wirst du seinen Segen kennenlernen. Deiner Hand muß alles dienen, was du an Wundern dort auf der Burg erblicktest. Allzeit wirst du der Seligkeit Krone tragen." Parzival sprach kein Wort.
"Hast du der Frage ihr Recht getan?" fuhr sie auf.
"Ich habe nicht gefragt."
"O du Unseliger", rief die Jungfrau voll Entsetzen und bedeckte mit den Händen die Augen. "Du sahst das heilige Wunder und hattest nicht den Mut zu fragen! Geh mir aus den Augen, den das Schicksal verstoßen hat! Der du kein Erbarmen mit der Not deines Gastgebers hattest! Für alle Zeiten hast du dein Lebensglück verscherzt!"
"Sigune", bat er" "ich erkenne meine Verfehlung; ich glaubte, ritterliches Zuchtgebot zu befolgen, so wie Gurnemanz es mich gelehrt hatte, und nun bin ich so sehr schuldig geworden. So zeige mir doch, ich bitte dich, den Weg, wie ich büßen und bessern kann!"
"Es ist zu spät", versetzte sie hart. "Auf Munsalwäsche schwand deine Ritterehre
dahin. Fortan wirst du von mir kein Wort mehr hören."
So schied Parzival von ihr.
Einsam setzte Parzival seinen Ritt fort. So sehr hatte ihn das Schicksal mit Schuld überhäuft, daß er den entscheidenden Augenblick seines Ritterlebens verspielt hatte! Hatte er schuldhaft gehandelt, als er durch sein Schweigen unwissend so große Gnade verscherzte?
Da erblickte er vor sich ein seltsames Paar, einen wohlgerüsteten Ritter, dem in demütigem Abstande eine junge Frau folgte. Aber wie jammernswert war ihr Aufzug! Auf elendem, halbverhungertem Klepper hockte sie. Lumpen bedeckten dürftig ihren schönen Leib.
Als Parzival sie mit ritterlichem Anstand grüßte, erkannte sie ihn sofort: "Wieviel Leid habe ich um Euretwillen erleiden müssen," stieß sie hervor; "denn Ihr seid es, dem ich dieses armselige Schicksal verdanken muß."
Es war die unglückliche Frau Jeschute, der Parzival einst in gedankenlosem Übermut Ring und Kuß geraubt hatte und die dafür von ihrem Gemahl, dem Herzog Orilus, so schimpflich behandelt wurde.
Parzival war sofort entschlossen, die Ehre der schönen Frau wiederherzustellen. Schon hatte er den Speer eingelegt und ritt gegen den Herzog an. Wortlos, ohne sich Fehde anzusagen, prallten die beiden Recken aufeinander.
Beide Ritter gaben ihr Bestes. Lanzensplitter stoben, und Funken sprühten unter machtvollen Schwerthieben. Aber der kampferfahrene Herzog war der Urkraft des jungen Ritters nicht gewachsen. Parzival stürzte ihn zu Boden, daß das Blut aus dem Visier sprang. Da mußte sich Orilus ergeben.
"Ich werde dein Leben schonen", rief der junge Sieger, "wenn du mir in die Hand gelobst, dein Ehgemahl wieder in ritterlichen Ehren aufzunehmen und ihr alles zu verzeihen."
Herzog Orilus versprach die geforderte Sühne und nahm seine so lange verstoßene
Frau wieder in aller Liebe auf.
Begegnung mit den Artusrittern
Parzival irrte weiter in der unendlichen Waldeinsamkeit umher. Seine Gedanken rissen ihn in Selbstvorwürfen und Zweifeln hin und her. Würde es ihm nun gelingen, die Gralsburg wiederzufinden? Das wußte er aus Sigunes Worten: Kein Sterblicher kann den Weg dorthin aus eigener Kraft erzwingen. Nur wer sich ebenso tapfer wie glaubensstark bewährt" dem weist Gott den Weg.
Eines Morgens, als Parzival sich von dem harten Lager auf dem nackten Erdboden erhob, war ringsum alles verschneit. Da scheuchte ein Falke von König Artus" Rittern, die ganz in der Nähe ihr Zeltlager aufgeschlagen hatten, eine Schar Wildgänse auf. Eine von ihnen schlug er im Fluge unmittelbar über Parzival, daß drei Blutstropfen vor ihm in den Schnee fielen. Drei Tropfen Blut! Sinnend blickte der junge Recke auf das Bild: "Rot und weiß, wer ist es, an den mich diese Farben gemahnen?" Er starrte vor sich hin, und aus den drei Tropfen wurde Kondwiramurs Bild, das liebliche Antlitz seiner Gattin, weiß und rot so wie Milch und Blut.
Er verhielt auf seinem Rosse, die Umgebung versank ihm; mit erhobenem Speere stand er traumverloren da wie schlafend.
In der Nähe lagerte König Artus mit seinen Rittern; er wollte den kühnen Parzival, dessen Ruhm durch alle Lande erklang, für seine Tafelrunde gewinnen. Da kam einer seiner Knappen voller Erregung herbeigestürzt: er hatte einen Ritter zu Pferde angetroffen, der wie ein Standbild im Schnee verhielt. In kecker Streitlust zogen sogleich König Artus Recken aus, um den Eindringling zu besiegen: Zuerst Segramor, der Neffe der Königin. Ohne die Wirklichkeit recht zu erfassen, schlug Parzival ihn aus dem Sattel. Ebenso erging es Herrn Keye, des Königs Seneschall; ohne es zu wissen, Iöste Parzival damit das Versprechen ein, das er einst Frau Kunneware gegeben hatte.
Erst als Ritter Gawan waffenlos anritt und über die drei Blutstropfen seinen Mantel
warf, kehrte Parzival in die Wirklichkeit zurück.
Willig ließ der junge Recke sich in König Artus Lager führen und in die Tafelrunde aufnehmen. Alle Tischgenossen boten ihm ritterliche Freundschaft an.
Doch da wurde die heitere Festesfreude pIötzlich durch eine grausig-seltsame Erscheinung aufgescheucht.
Auf gespenstigem Maultier, das hoch wie ein Streitroß war und klapperdürr, die Nüstern aufgeschlitzt und mit prunkvollem Zaumzeug, kam eine Jungfrau dahergesprengt. Eine Jungfrau, von welch erschreckendem Aussehen! Eine Nase hatte sie wie ein Hund, ihr Antlitz war struppig, und zwei Eberzähne ragten ihr wohl spannenlang aus dem Munde. Ohren hatte sie wie ein Bär, und unter ihrem Hut, der von golddurchwirkter Seide war, hing ein Zopf von Schweinsborsten bis auf den Rücken des Maultieres herab. Die Fingernägel waren wie die Krallen eines Löwen. Es war Kundrie, ein Bild weiblicher Häßlichkeit trotz der Pracht ihrer prunkvollen Gewänder. Aber sie war hoch gelehrt in aller Weisheit und kundig aller Sprachen - sie war die Fluchbotin des Grals!
"Weh über Euch, König Artus", schrie sie den König gellend an. "Weh über Euch! Der Ruhm Eurer Tafelrunde ist geschändet durch den Unwürdigen, den Ihr in Eurer Mitte aufgenommen habt. Die Ehre Eurer Tafelrunde ist dahin!"
Die Tafelrunde erstarrte in Grauen. Ehe der König ein Wort erwidern konnte, wandte sie sich an Parzival. "Fluch über Euch, Fluch über Eure Jugendschönheit und Eure ritterliche Gestalt! Fluch über Euch!"
Unheimliches Schweigen lag über der Tafelrunde.
"Warum, so frage ich Euch, warum habt Ihr Amfortas, Seufzer und Klagen am See nicht beachtet, warum habt Ihr ihn nicht von seinen Leiden erlöst? Ihr sahet den
Heiligen Gral und den blutigen Speer und habt dennoch keine Frage getan? Habt Ihr denn kein Erbarmen mit Amfortas, Not gehabt? Eine einzige Frage hätte all sein Elend wenden und Euch zu aller irdischen Glückseligkeit erheben können!
Herzeleides Kind hat den Weg der Ehre verfehlt!"
Kundrie selbst aber hatte vor Erregung jede Fassung verloren. Sie warf Parzival einen haßerfüllten Blick zu und jagte ohne Abschiedsgruß davon. Parzival war bleich vor Schrecken. Sein Herz war zerrissen von Reue und Kummer.
"Durch Unwissenheit habe ich meine große Aufgabe verspielt", sagte er; "nun bleibt mir nichts als die Pflicht, das Versäumte zu sühnen. Ich will nicht ruhen noch rasten, bis ich den Heiligen Gral gefunden und den unglücklichen Amfortas von seinen Qualen erlöst habe!"
Trauernd umringten die Ritter der Tafelrunde ihn zum Abschied, und Artus gelobte ihm ewige Freundschaft. Der edle Gawan, dem er sich in inniger Freundschaft verbunden fühlte, gab ihm eine Wegstrecke das Geleit. "Gott sei mit dir auf deinem Ritte", wünschte er ihm.
"Weh, was ist Gott!" erwiderte Parzival mit Bitterkeit im Herzen. "Wäre er allmächtig, so hätte er mir wohl nicht solche Schande zugefügt. Nun aber bin ich entschlossen, ihm allen Dienst aufzusagen!"
Mit seinem Gotte verfallen, ritt er in die Welt hinaus.
Viele Jahre zog er als fahrender Ritter umher, ohne sein Ziel zu erreichen. In einer Einsiedlerklause traf er schließlich Sigune, seine Base, die dort - ein Bild des Erdenjammers um ihren erschlagenen Verlobten trauerte. Voll Betrübnis vernahm sie, daß Parzival vergeblich den Gral suche. Jeden Samstag, so erzählte sie ihm, erscheine Frau Kundrie, die Gralsbotin, bei ihr und versorge sie mit Nahrung.
Das gab dem jungen Ritter neue Hoffnung. Er folgte der Spur des Maultiers, doch bald verlor sie sich im Gesträuch.
So ging ihm abermals der Gral verloren.
An einem kalten Märzmorgen begegnete ihm in einem riesenhaften Walde ein seltsamer Zug. Barfuß und im Büßergewande kam ein graubärtiger Ritter daher, ihm zur Seite seine Gemahlin und zwei zarte Töchter in gleicher Kleidung;
gesenkten Hauptes folgten Ritter und Knappen. Welchen Gegensatz bot der herrliche Recke in seiner strahlenden Rüstung zu dem bußfertigen Aufzug der Barfüßigen! "Ihr tut gar Unrecht, daß Ihr am heiligsten Tage des Jahres im Schmucke Eurer Waffen daherreitet", redete der Alte ihn milde an.
Doch Parzival verstand nicht seinen Tadel. "Was kümmert mich des Jahres oder der Wochen Lauf, was die Namen der Tage? Es gab eine Zeit, da diente ich einem, der heißt Gott. Stets war ich beständig in diesem Dienst und wahrte ihm die Treue. Und er - er entgalt mir s mit Schmach und verhängte schmählichen Spott über mich!"
"Wenn Ihr Christus meint mit Euren Worten, Herr, so versündigt Ihr Euch gar schwer. Denn wisset, daß heute Karfreitag ist, der Tag, an dem unser Heiland für die sündige Menschheit den Kreuzestod erlitt. Achtet die Heiligkeit dieses Tages! Folget uns zur Behausung des frommen Trevrizent. Der kann Euch auf den rechten Weg zurückweisen."
Aber Parzivals Herz war zu verstockt. Er war nicht bereit, dem Rate des Alten zu folgen. Unwillig riß er sein Roß herum und ließ ihm die Zügel. Aber wie staunte er, als er erkennen mußte, daß das edle Pferd eigenwillig den Weg suchte und ihn geradewegs vor Trevrizents Behausung führte.
Der würdige Greis nahm ihn freundlich auf und verwies ihn auf die Güte Gottes. "Ich habe stets gemeint, ihm in Treue zu dienen", sagte Parzival dumpf; ,"aber meine Treue hat mich in tiefstes Leid gestoßen!"
"Denkt Ihr denn" man könne Gottes Liebe und Hilfe erzwingen?" rief Trevrizent "Wißt Ihr nicht, daß der Herr nur dem sich huldvoll zuneigt, der ihm in Treue dient, ohne Zweifel und Anfechtung? Nur wer gläubig und reinen Herzens ist, wer frei von Hochmut und schwächlichem Zweifel, erscheint des Grals würdig."
Trevrizent redete ihm tröstend zu: "Als erstes sage ich dir: Gott hat dich nicht verlassen. Vertraue ihm mit gläubigem Herzen, so wird er dich aus aller Bedrückung befreien!"
Noch lange saß er im vertrauten Gespräch mit dem Alten, und dessen väterliche Mahnungen wurden ihm wie eine langersehnte Belehrung aus allen Zweifelsgedanken und gaben ihm Trost und Frieden nach der langen Irrfahrt. Als die beiden voneinander schieden, ritt Parzival versöhnt mit seinem Gott und frei von allen Zweifelsqualen neuem Leben entgegen.
Parzivals Berufung
Mannigfache Abenteuer hatte der Held noch zu bestehen, bis ihn der Weg wieder an König Artus Hof führte. Beim festlichen Mahle feierte man dort die Rückkehr des Helden.
Da geschah es wie einst: auf dem häßlichen Maultier kam die häßliche Jungfrau angesprengt: Kundrie, die Gralsbotin, stand plötzlich wieder vor den Rittern der Tafelrunde!
Doch sie brachte dem leidgeprüften Parzival nicht neuen Fluch, sondern eine herrliche Botschaft: die Zeit seiner Prüfung war vorbei - er war nun zum Gralskönig auserkoren!
Erst jetzt erfuhr Parzival, daß die liebliche Kondwiramur ihm Zwillinge geboren hatte. Sein Sohn Lohengrin würde einst sein Nachfolger als Hüter des Grals sein.
In Kundries Begleitung zog Parzival nun zur Gralsburg. Welche Gefühle bestürmten den Auserkorenen, als er den Saal betrat, in dem er einst die entscheidende Wende seines Lebens erlebt hatte!
Im Nebenzimmer lag der sieche Amfortas auf seinem Schmerzenslager. Schreckliche Schmerzen hatte der Todkranke in der langen Zeit durchleiden müssen. Neue Hoffnung ergriff ihn, als er seinen Retter erblickte. "Wie lange habe ich voll Sehnsucht auf dein Kommen gewartet", rief er dem Neffen mit frohem Willkommensgruß zu. "Hilf mir nun, meine Not zu beenden!"
Jungfrauen hatten die segenspendende Schale des Grals enthüllt. Da sprach Parzival
ein Gebet, trat dann vor Amfortas und fragte ihn ruhig: "Sag mir, lieber Oheim, woher kommen deine quälenden Schmerzen? Sag mir, wie ich dir helfen kann!"
Das war die erlösende Frage.
Mit verklärtem Gesicht erhob der König sich von seinem Schmerzenslager und umarmte den Neffen. Nach dem heiligen Gebot überreichte er Krone und Herrschaft an den neuen Herrn.
Sogleich ging die Freudenbotschaft an die edle Kondwiramur. Parzival ritt ihr entgegen und traf sie mit den beiden Söhnen Kardeis und Lohengrin auf einer Aue - es war die Stelle, wo er einst traumverloren vor den drei Blutstropfen gestanden hatte. In überströmendem Glück begrüßte er die Geliebte Frau und die zwei Kinder.
So wundersam fügte es das Schicksal.
In ehrenvollem Geleit der Gralsritter zog der junge König mit seiner Gattin und seinem Sohne Lohengrin, dem Gralserben, dann zur Gralsburg hinauf, während Kardeis mit dem Gefolge der Königin in die Heimat zurückkehrte. Es war tiefe
Nacht, als das Ehrengeleit auf der Burg eintraf. Doch man hatte Fackeln und Kerzen in solcher Menge anzünden lassen, daß es aus der Ferne schien, die Burg stehe in Flammen.
Im großen Festsaale der Burg saß man dann beim Mahle.
Aber nicht wie einst, da der blutige Speer durch den Saal getragen wurde, herrschte Klage und Trauerlaut; nein Freude lag über dem weiten Saale, seit man aller Sorge ledig war.
Wieder vollzog sich die feierliche Handlung: Die edlen Jungfrauen geleiteten in züchtigem Anstand die schöne Repanse de Schoye, die das Gralsheiligtum trug; die Kämmerer rüsteten die Tische zum Festmahle und zogen auf den Speisewägelchen die kostbaren Goldgefäße herein, die Knappen standen zur Aufwartung bereit.
Und wieder wie damals erwies der Heilige Gral seine Wunderkraft und spendete an
kostbarsten Speisen und Getränken, was jeder begehrte.
An der Seite der schönen Kondwiramur aber führte Parzival als Gralskönig viele Jahre die Herrschaft in weiser Ritterschaft und frommer Demut.











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