No mar...
Preciso, urgentemente, encontrar o mar.
Mergulhar abraçado pela água e o sal.
Limpar toda mágoa, tristeza e desencanto.
Renovar a tessitura de minha alma.
Como lavadeiras que o pano alvejam
Engomam, passam e o deixam tal qual novo.
Preciso, urgentemente, caminhar para o mar.
Deitar na branca e infinda areia de uma praia
Com o corpo semi nu entregue e exposto ao sol.
Como queima ritualística de emoções menores
Relembrando a sacerdotal queima de incenso
Elevando do altar de sacrifício só a fragrância.
Preciso, urgentemente, descansar no mar...
Despir a roupa e aceitar de ócio me vestir.
Simplesmente me livrar do excesso.
De compromissos, deveres e obrigações,
Retornar a ser leve, solto e disponível,
Pleno e permeado pela vida como é o mar.
Preciso, urgentemente, aprender com o mar...
Me deixar de novo impregnar pelo encanto.
Como meninos que livres correm pela praia.
Com gritos e risos no jogo com uma bola.
Voltar a bela e simples alegria da infância.
Reaprender o fluir da vida que o mar ensina.
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